Capítulo 0 - Prólogo

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— Kacchan, eu vou te matar! — A garotinha de quatro anos disse correndo atrás do loiro com um olhar furioso.

— Tenta a sorte, pirralha! — Ele respondeu fugindo com seu urso de pelúcia favorito.

— Me devolve agora! — Ela gritou.

De repente, seus olhos ficaram brancos e brilhantes, seus cabelos pretos ganharam mechas rosas e começaram a voar aos ventos enquanto a garotinha se levitava no ar.

Um forte vento a rodeava enquanto raios rosas escapavam por seu corpo. E sem mexer um dedo, ela levantou Katsuki no ar.

— Ei, o que é isso? O que tá acontecendo? — Foi tudo o que ela ouviu o loiro dizer antes de voltar ao normal e ambos caírem no chão.

Foi a primeira vez que um poder tão grande foi despertado em apenas uma garotinha de quatro anos de idade.

É, essa sou eu.

Meu nome é Miya Toshinori, atualmente eu tenho 15 anos e, bem, eu sou a filha do Símbolo da Paz, o herói número um: All Might.

— Princesa, você pegou seus lenços? Sabe que se usar demais seus poderes, seu nariz sangra e...!

— Tá, pai, eu já sei. Não se preocupe, eu vou ficar legal.

Sorri para ele ajustando minhas roupas. Hoje é o dia mais importante da minha vida.

O dia do teste para entrar no melhor colégio de super heróis do Japão - U.A.

Eu sempre quis seguir os passos do meu pai, quero me tornar a melhor heroína que esse mundo já viu. E pra isso, quero me formar na mesma escola que ele, a U.A.

Eu poderia simplesmente entrar por recomendação, meu pai irá trabalhar como professor na escola e tenho certeza de que me aceitariam fácil.

Mas, eu achei que isso seria trapaça. Eu queria testar minhas forças e mostrar que sou capaz de entrar sem a ajuda de ninguém.

[...]

— Sai da minha frente. — Escutei uma voz familiar vindo do meio da multidão, era Katsuki Bakugou, meu melhor amigo de infância.

— Katsu? — Perguntei acenando para ele.

— Ficamos no mesmo bloco? Mas que azar! — Ele resmungou vendo que iríamos para a mesma zona de testes.

No teste teórico, nós dois tiramos nota máxima. Então, no teste prático fizemos uma aposta para ver quem ganharia.

O teste consistia em lutar contra vários robôs que valiam uma quantidade de pontos. Parece fácil, não é?

— E o teste começará agora! — Ouvimos a voz pelo interlocutor.

Assim que abriram os portões, todos corremos o mais rápido que podíamos para começarmos a prova.

Eu estava concentrada destruindo o máximo de robôs possíveis em um piscar de olhos. Eu usava minha super força e super velocidade para aumentar minha capacidade física.

— Ei, esse robô era meu! — Gritei ao ver Bakugou destruir um dos robôs que estava em meu alvo.

— Não vi seu nome escrito nele, pirralha. E veja, meus pontos estão subindo! — Ele sorriu convencido me provocando.

— Argh, idiota. — Resmunguei e chutei um robô que estava vindo me atacar por trás o destruindo facilmente.

De repente, um robô enorme apareceu. Era o robô número 4, o que valia zero pontos. Por instinto, eu iria apenas ignorar, afinal, não valia a perda de tempo.

— Socorro! Estou preso! — Eu ouvi um grito.

"Droga, apenas ignore. É cada um por si.", pensei por um instante.

— Alguém me ajude! — A pessoa gritou novamente.

"Ah, foda-se."

Eu corri em direção ao robô enorme ignorando a pontuação. Minhas pernas se moviam por conta própria.

Eu dei um pulo alto saltando de prédio em prédio até chegar no topo do robô. Minhas mãos seguraram a cabeça metálica a esmagando enquanto raios rosas emanavam do meu corpo.

"Mantenha em 5%, mantenha sob controle", eu pensava repetidas vezes enquanto tentava controlar meus poderes.

O robô já estava parando seus movimentos e estava prestes a cair quando eu reparei no garoto que estava preso e pedindo por ajuda.

Era um garoto de cabelos vermelhos e olhos vermelhos. Ele era muito bonito. Mas eu não tinha tempo para pensar nisso, o robô iria esmagá-lo.

Rapidamente, eu saltei do robô e fiquei na frente do rapaz. Dei um soco no chão, aquilo causou um tremor imenso, mas foi o suficiente para partir o robô ao meio. Cada lado caindo numa direção diferente.

— Você está bem? — Perguntei estendendo minha mão para o garoto.

Ele estava a salvo.

— S-Sim, estou bem... Obrigado pela ajuda, senhorita...? — Ele segurou minha mão e se levantou.

— Miya. Me chame de Miya. — Eu sorri para ele.

As sirenes tocaram. Era o fim da prova prática.

— Eu sou o Kirishima Eijirou. Droga, me desculpa te fazer perder tempo! — Ele se curvou.

— Não se preocupe com isso. — Sorri de um jeito adorável. — Até mais, Kiri!

— Ahá! Eu ganhei! Bem na sua cara, idiota! Eu fiquei em primeiro! — Bakugou apareceu caçoando de mim.

Revirei os olhos e, com os braços cruzados, saí de lá ao lado de Katsuki ouvindo ele se gabar o caminho todo.

[...]

Uma semana se passou desde o teste. Eu estava conversando pelo telefone com Midoriya, meu outro amigo de infância. Ele cresceu junto comigo e Katsuki.

— Você acha que não passou? — Perguntei deitada em minha cama.

— Eu tenho certeza, Miya. — Ele suspirou. — Não consegui nenhum ponto.

— Não desanime, Izuku! Você foi muito bem na prova teórica, eles vão considerar. — Disse tentando o motivar.

— É, talvez sim. Obrigado, Miya. Assim que a carta de admissão da U.A. chegar, eu te ligo de volta.

— Estarei esperando! Tchau, Izuku!

Nós desligamos a ligação. Não demorou nem 10 minutos e a tão esperada carta chegou.

— Querida, sua carta está aqui! — Meu pai disse assumindo sua forma musculosa enquanto me entregava a carta.

— M-Mas já? Foi tão rápido! Pai, e se eu tiver perdido pontos por ter causado danos ao derrotar aquele robô inútil? — Perguntei insegura segurando o envelope de papel em mãos.

— Você só vai saber se abrir a carta, filha. — Ele se sentou ao meu lado voltando a sua forma fraca de sempre.

Eu suspirei. — Certo. Tem razão. Eu fiz o meu melhor... — Fechei os olhos e abri o envelope.

Uma produção holográfica apareceu. Era meu próprio pai que havia gravado.

— Você deve estar se perguntando porquê um robô que não vale nada apareceu tão de repente, não é? Pois a resposta é simples: o teste também era baseado em pontos de resgate!

Ele explicou como toda a prova funcionava e o sistema de avaliação também.

— Isso significa que você, Toshinori Miya, minha filha, entrou para a U.A. por seu próprio esforço e força de vontade! — Meu pai parecia tão orgulhoso naquela gravação.

Seja bem-vinda à sua Academia de Heróis.

E essa é a história de como eu me tornei uma heroína tão boa quanto meu pai, o Símbolo da Paz.

"ONE FOR ALL AND ALL FOR ONE!" - Miya x Katsuki Onde histórias criam vida. Descubra agora