Colin estava há mais de dois anos sem voltar para casa. No começo, ele viajou com o intuito de conhecer o mundo. Depois, surgiu a proposta para escrever para um blog gastronômico sobre a culinária local de cada país. Mesmo após seu afastamento do blog, ele não voltou para casa. Continuou explorando cada país, adorando cada lugar que visitava. A aventura, a ansiedade pelo novo e as possibilidades renovadas a cada dia sempre o lembravam do porquê de gostar tanto daquilo. Mas já fazia tempo que não tinha a mesma graça de antes.

Ele sentia falta de casa, falta da família, do colo da mãe, das reclamações de Anthony, das piadas de Benedict, das implicâncias de Eloise, das melodias de Francesca, dos conselhos de Daphne e do barulho de Hyacinth e Gregory. Sentia falta do cheiro de casa. Ele sentia falta de tudo que perdeu nesses últimos anos.

E assim, Colin percebeu que estava na hora de voltar para casa.

Ele comprou as passagens e organizou tudo para fazer uma surpresa. Apesar da distância, ele falava com a mãe e com os irmãos com uma certa frequência e sabia que a tradição do café da manhã dos Bridgertons no domingo ainda acontecia.

Ele chegaria em Londres no sábado, passaria em casa, e no domingo pela manhã apareceria na casa da mãe, surpreendendo a todos. Era o plano perfeito.

No caminho até em casa, ele ansiava por um banho, alguma comida rápida que pediria no delivery e sua cama, pronto para ver a família no outro dia. Assim que chegou, abriu a porta e, quando caminhou pela sala, deu de cara com uma intrusa.

Ambos se assustaram. Ela gritou, ele se espantou.

"Meu Deus, você... você... o 3º, o Dora... você é o Colin", Penélope tentava formular uma frase.

"Sim, eu sou o Colin. E você é?", Colin a observava de cima a baixo. Ela podia ser uma intrusa, mas uma bela intrusa, pensou ele. Pelo pijama rosa de corações e a pantufa de coelhinho, ele sabia que ela não demonstrava perigo algum.

"Penélope, a amiga de Eloise, a hóspede temporária", ela tentou explicar, mas pela confusão no rosto dele, logo entendeu. "A Eloise não falou nada para você, né? Eu vou matar a Eloise", Penélope completou.

"Então você conhece minha irmã?", Colin tentava entender o que estava acontecendo.

"Sim, meu Deus, que vergonha. Sua irmã vai me pagar", Penélope disse, tampando o rosto com as duas mãos, morrendo de vergonha.

Antes que Colin falasse alguma coisa, sua barriga roncou. "Esse cheiro tá vindo de onde? Minha barriga quer saber", Colin disse, quebrando o clima e arrancando uma risada de Penélope.

"É do bolo que eu fiz. Que tal a gente se sentar para comer um pedaço e eu tentar explicar por que você não deve chamar a polícia e que eu não sou uma invasora de casas?", Penélope dizia.

Colin riu e se sentou. Ele nunca negaria um bom pedaço de bolo. Depois que ela explicou tudo, ele entendeu.

"Colin", Penélope chamou, pegando a atenção dele. "Eu gostaria de pedir para passar a noite. Prometo que amanhã pela manhã eu vou embora", Penélope completou.

"Mas você nem tem para onde ir. Como vai embora pela manhã?", Colin perguntou curioso.

"Eu dou meu jeito. Não quero atrapalhar. Aliás, a casa é sua e a Eloise tinha me dito...", Penélope falava, mas foi interrompida por Colin.

"A gente pode dividir o apartamento, Penélope. Eu não vejo problema algum. A Eloise é maluca, mas está certa. Vai ser bom para nós dois se você ficar aqui", Colin explicava.

"É muito gentil da sua parte, mas como pode ser bom para você?", disse Penélope.

"Só pelo bolo já foi ótimo", Colin disse com um sorriso no rosto.

Penélope riu, e após mais algumas insistências de Colin e o pensamento de que ela realmente não tinha para onde ir, ela aceitou a proposta.

Dividir o apartamento com Colin.

Após mais pedaços de bolo e conversa trocada, Colin e Penélope já não eram mais estranhos.

"Eu realmente preciso tomar um banho", Colin falou, se levantando da mesa.

"Vai lá, eu vou tirar as minhas coisas do seu quarto", Penélope dizia.

"Você pode continuar dormindo lá, eu fico com o sofá."

"De maneira alguma, eu não vou aceitar", Penélope dizia, cruzando os braços.

Colin evitou olhar para o decote dela. Ele tinha que se controlar, era sua nova hóspede e melhor amiga da sua irmã.

"Você é teimosa, né", Colin disse.

"Você nem imagina", Penélope respondeu.

"Certo, então pelo menos deixe suas coisas lá. A gente pode fazer um rodízio da cama, e eu não aceito não como resposta", Colin argumentou.

Penélope se deu por vencida e soltou um "tudo bem".

Ele desfez a mala e foi tomar banho. Ela pegou um travesseiro e um cobertor e foi para o sofá.

Depois do banho, Colin passou na sala para dar boa noite para Penélope.

"Boa noite, Pen."

"Pen?", indagou Penélope com um sorriso no rosto.

"Você tá dormindo comigo e já me viu de pijama. Acho que já somos íntimos o suficiente para apelidos."

"Não estou dormindo com você, estou dormindo na sua casa", Penélope retrucou.

"Quase a mesma coisa", Colin disse sorrindo.

"Então, nesse caso, boa noite, Col.", Penélope disse, se deitando no sofá e se enrolando no lençol, pronta para dormir.

Ele riu, apagou a luz e foi para o quarto. Assim que deitou na cama, o cheiro dela subiu. Ele sentiu algo dentro dele e culpou a volta para casa. Era bom estar de volta, pensou Colin.

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Mais um capítulo para vocês em comemoração ao novo trailer da segunda parte da terceira temporada que saiu hoje.
Tô super ansiosa depois desse trailer.

Espero que gostem do capítulo novo 💖

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