A carta

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Já havia se passado 1 ano, após a morte de minha esposa, e meu filho, ambos faleceram no mesmo ano.

Em seu aniversário, eu, e a família de So-hee, nos organizamos para irmos ao seu túmulo, para que pudéssemos fazer uma homenagem.

Eu não saia muito de casa, até perdi meu emprego por conta desse motivo, porém, é da minha esposa que estamos falando.

Já acordado, tomei meu banho, fiz minha higiene, etc. Indo para meu guarda roupa, me deparei com uma de suas peças de roupa favorita, ela ficava tão linda com esse vestido..

Bem, me vesti, minha roupa consistia em uma camiseta de manga longa, da cor preta, um cardigan, da cor preta, também, e uma calça cargo, dá cor preta.

Saindo de casa, vi claramente minha esposa na sala, com nosso filho no colo, cantando sua música preferida.

Eu estava começando a delirar, eram muitos dias sem comer, e noites em claro.

Respirei fundo, e então, fui para a garagem. Entrei em meu carro, e dei partida para onde estavam reunidos a família de So-hee.

Depois da "longa viagem", cheguei ao lugar marcado, vi todos de preto, porém, nem todos ligavam para So-hee, a maioria estava ali, por pura obrigação, falsidade, ou até mesmo por interesse, já que seu cargo de Seo seria deixado vago.

Descendo do carro, os olhares se voltaram para mim, eu nunca liguei para isso, a maioria dos familiares dela, nunca foram a favor de nosso casamento. Por conta de termos casado com vinte anos.

Fomos então, para o túmulo de So-hee. Lá estava cheio de flores, rosas, buquês, etc.

Aquele lugar estava de extremo desconforto. Sempre foi horrível ficar no mesmo ambiente que seus familiares, tirando sua mãe, que foi como uma mãe para mim, também.

Fiquei horas olhando para seu túmulo, as memórias foram retornando, todos aqueles anos em seu lado, nunca foram desperdiçados.

Nunca pensei que, eu nunca mais iria vê-la, poder escutar sua doce risada, seu cheiro, eu nunca mais iria pode senti-la em minhas mãos, ela simplesmente se foi.

Olhando para seu túmulo, eu estava quase surtando, eu iria começar gritar. Quem sempre me acalmava nessas situações, era ela.

Porém, naquele mesmo momento de extrema tristeza, uma borboleta da cor amarela, com alguns detalhes azuis, suas cores preferidas, pousou sobre meu ombro, eu consegui sentir a sua presença ao meu lado novamente.

- É, minha mulher, nosso desejo de envelhecer lado a lado, não irá acontecer... - falei e logo peguei a borboleta, a colocando em meu dedo indicador - Espero que esteja bem, onde quer que esteja, espero que você esteja feliz, e saiba, eu nunca irei esquecê-la, minha obra prima...

Logo após eu ter falado com uma simples borboleta, ela voou, e então, tive certeza que era ela, ela esperou eu falar, para que ela enfim partisse.

Abaixei minha cabeça, fazendo com que minhas lágrimas tomassem conta de minha face.

Logo senti uma mão em meu ombro, era Jisung, ele estava lá de novo.

- Eu espero que ela esteja feliz... - falei entre soluços.

- Ela está, Hyunjin...! - o garoto afirmou.

Após horas lá, olhando para aquele túmulo, Jisung havia me convidado para ir com ele em uma cafeteira, eu não iria, porém, ele sempre está ao meu lado, não é mais que minha obrigação ir uma vez.

Eu estava partindo daquele lugar infernal, porém, fui em pedido pela mãe de So-hee, Sra. Lim Eun-ji.

- Meu filho, antes de ir, tome isso aqui... - ela estendeu seu braço, e em sua mão, havia uma carta - Leia, e sempre saiba, eu estarei sempre ao seu lado, ok?

Logo após essa fala, a mais velha depositou um beijo em minha testa, e se foi.

Peguei a carta, e, logo fui atrás de Jisung, que estava me esperando na portaria do cemitério.

Fomos andando para a cafeteira, já que não era muito longe; Ao longo desse caminho, fui lendo aquela carta.

" Meu querido pintor...

Pedi para que minha mãe que lhe entregasse esta carta. Sei que deve estar difícil sem minha presença, peço desculpas desde já.

Na noite que fomos para aquele hospital, por conta da minha gestação, me deram a notícia, que eu havia desenvolvido uma doença, uma doença que eu mais temia, por conta do passado de minha familia, eles me deram exatamente 3 anos.

Eu nunca o contei nada, pois, eu queria passar esses 3 anos ao seu lado, e ao lado de nosso príncipe, porém, não conseguimos passar muito tempo ao lado do nosso pequenino, não é?!

Hyun, quero que siga sua vida, é difícil isso, porém, peço que siga, sei que dói, ver alguém que ama partir, você sabe mais do que ninguém como dói...

Lembra que você me disse uma vez? Você disse que queria cuidar de crianças, até fez pedagogia, só não foi professor, por conta de seus problemas. Que tal realizar um de seus sonho..?

Ah... E fale para os meninos, que sempre irei ficar de olho neles, ok? Cuide bem deles, Hyun!!

Mais uma vez, eu espero que você seja feliz novamente!!

Com amor, Hwang So-hee"

Com toda certeza, eu chorei, porém, como eu iria ser feliz novamente...?!

Aquela carta, de alguma forma eu simplesmente tive um alívio imenso, eu não sábia o motivo, porém, isso me confortou.

Mostrei a carta para Jisung, o garoto sorriu, também ficou alegre ao ler aquela cartaz de alguma forma, isso nos ajudou muito, porém, ainda sim, eu estava destruído com tudo aquilo.

Chegando na cafeteira, nos sentamos em uma mesa que estava vaga.

Até que um atendente veio nos perguntar, o que iríamos pedir.

- Vai querer o que, Hyunjin? - o garoto perguntou.

- Não quero nada, não! Eu já comi!! - O respondi.

Aquilo era mentira, a dias eu não consigo comer, muito menos dormir.

- Sei que é mentira! Vou pedir um café, e alguma coisa para você comer - afirmou.

Não posso contrariar, ele sempre foi teimoso, não é agora que isso irá mudar sua teimosia.

Eu fiquei olhando a bela vista que dava para ver através daquela janela, logo, Jisung fica meio nervoso. Percebi isso, pela minha visão periférica, pude ver seu nervosismo.

- Meu querido, amigo... Então, lembra que eu falei para você, que na creche onde eu trabalho, estava com uma vaga? O que acha de assumir?!? - o mesmo me questionou.

- Na creche...? - perguntei, voltando meu olhar para o garoto.

- Siim!! Como você está desempregado, e se formou na faculdade de pedagogia, acho que você será um ótimo professor - o garoto me respondeu, com um sorriso em seu rosto.

Eu pensei em não aceitar, porém, depois de ler aquela carta de So-hee, me fez repensar, eu deveria seguir um de meus sonhos, já que eu estava sem emprego também, isso seria ótimo.

- Tá bom, eu aceito! Onde entrego meu currículo? - perguntei.

- Eu mesmo já entreguei! - ele me respondeu alegremente.

- Como assim?! - falei surpreso.

- Pois é! Fiquei aliviado em ouvir que irá aceitar! Se não aceitasse, eu iria ter que te levar amarrado - o garoto respondeu, logo deu pequenas risadas.

Esse garoto não muda mesmo, não é? Ele ainda irá me matar com essas surpresas.

𝒰𝒎𝒂 𝒔𝒆𝒈𝒖𝒏𝒅𝒂 𝒄𝒉𝒂𝒏𝒄𝒆Onde histórias criam vida. Descubra agora