A segunda-feira amanheceu ensolarada mas em pouco tempo o clima mudou drasticamente. Junto com a mudança de clima mudou também o meu estado de saúde.
Passei a manhã trabalhando, mas logo as dores no meu corpo se intensificaram junto aos espirros e a tosse.
Após um longo dia de trabalho eu só desejava poder ir para o meu quarto, tomar um banho quente, alguns analgésicos e descansar. Mas, às dezoito horas fui informada que teríamos que estar na sala de jantar.
Erick fingiu que nada havia acontecido no dia anterior e eu agradeci mentalmente pois eu não tinha estrutura alguma para uma discussão. Eu fiquei calada e evitei a todo custo fazer qualquer tipo de comentário.
Ele entrou na sala tão lindo e impecável como sempre. Me perguntei se ele sempre foi tão lindo e esnobe. Ele mal encarava os funcionários, havia uma escuridão que o deixava com ar sombrio e marcante.
Por um segundo, apenas um segundo eu vacilei e a minha mente trouxe a tona a imagem do seu corpo junto ao meu numa sincronia perfeita. Senti um arrepio percorrer meu corpo e longo apertei uma mão não outra tentando afastar aquelas imagens da minha memória.
Era doloroso saber que um homem como ele me achava inferior pelo o simples fato de eu ser uma empregada doméstica.
Em um dos momentos senti que minhas pernas estavam fracas e foi então que ele me encarou. Aquele olhos escuros vasculharam o meu corpo de forma interrogativa, sem dúvidas ele percebeu que algo estava errado comigo. Talvez o meu corpo tenha falhado em esconder a dor que eu sentia.
Me organizei novamente até o fim do jantar. Mas ele havia me olhado outro par de vezes, ele me conhecia bem, apesar de sempre estar distante ele sempre me olhava rapidamente.
Assim que ele saiu daquela sala eu caminhei apressada até o meu quarto, me livrei rapidamente da roupa e entrei no banheiro. A água passeando pela minha pele me trouxe alívio, mas eu sabia que se eu não tomasse algumas aspirinas, logo eu teria que ir até um hospital.
Abri a porta do quarto e caminhei de toalha até o guarda roupa para buscar algo confortável. Antes que eu pudesse me vestir a porta se abriu de forma sutil e lá estava ele.
Erick: Fui informado pela senhorita Josy que você está doente. Sendo assim, você pode ir pra a sua casa pelos próximos três dias. - Falou de modo rápido e frio.
Malu: Eu estou melhor e posso trabalhar perfeitamente, não preciso ser tratada diferente - respondi pausadamente com a voz um pouco fanhosa.
Percebi que o seu olhar se tornou muito mais escuro, certamente ele estava com muita raiva. Ele era tão arrogante que nunca aceitava ser contrariado e eu já estava de saco cheio do seu jeito de me maltratar.
Erick: Não se preocupe, Eu faria isso por qualquer pessoa" assim que falou sorriu com ironia.
Antes que eu pudesse responder, ele saiu do quarto batendo a porta com força. Algum tempo depois tomei alguns remédios e me deitei. Eu estava febril a minha cabeça girava e eu me sentia cada vez mais fraca.
Ouvi um barulho da porta do meu quarto se abrir, Erick passou por ela vestindo apenas uma calça moletom.
Vê-lo sem camisa e se aproximando cada vez mais do meu corpo certamente me causaria algum dano, mas eu estava tão doente que não sabia dizer que era um delírio ou se aquilo realmente estava acontecendo.
Erick: Droga Malu, você está queimando - falou mais pra ele do que pra mim aí tocar o meu rosto.
Até tentei falar, mas o meu queixo se debatia com força, eu já estava enrolado com todos os lençóis possíveis e o frio ainda era congelante.
Senti quando os seus braços me envolveram e retiraram os lençóis que cobriam o meu corpo, mas eu estava fraca demais para impedí-lo. Ele me levou até o banheiro.
Erick: Vou precisar tirar a sua roupa ou você consegue fazer isso sozinha? - me perguntou de uma forma tão diferente do que ele costumava ser.
Com alguns esforço que ainda me restava falei:
Malu: Pode tirar, afinal, não tem nada que você não tinha visto. - falei pausamente e logo os seus olhos ficaram ainda mais escuros.
Erick: Você não está em condições de fazer gracinhas... - falou sorrindo.
Essa foi a primeira vez que o vi fazer isso. Algo tão simples como um sorriso mudava completamente a sua expressão.
Ele me ajudou a tomar um banho, sempre cuidadoso e me tocando com calma, o seu rosto demonstrava preocupação e eu comecei a perceber que eu estava bem pior do que eu achava.
Malu: Eu devo estar péssima - comentei baixinho enquanto ele me ajudava a vestis uma camisola.
Erick: Você precisa me ouvir. Nada de trabalho pra você. Vai passar os próximos três dias deitada nessa cama. - falou daquele jeito mandão.
Eu sorri. Apesar do jeito que ele falou comigo percebi que não era com o desdém ou arrogância que ele sempre falava, dessa vez era de um jeito preocupado e até carinhoso.
Pouco tempo depois ele me fez tomar alguns remédios e até me obrigou a tomar um chá terrível. Ele passou a noite toda ali, afinal, todas as vezes em que eu acordava ele estava ao meu lado me olhando e de certificando que eu estava bem.
Quando acordei ele já não estava ali, mas ao meu lado na cabeceira havia novas medicações com horários programados e descritos.
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Doméstica (1° Temporada da Duologia: Recomeçar)
RomanceMalu foi criada por um família humilde do interior, apesar disso, sempre valorizou e aproveitou a sua liberdade. Tem uma tia que mora na capital,então, aos 20 anos decide mudar o rumo de sua vida e vai em busca de um emprego na cidade grande. Com a...