I Think I Need Someone Older - Agegap Mads Mikkelsen

Capítulo 4

Eu estava pronta, meu vestido caiu perfeitamente com as asas e botas. Me admiro uma última vez no espelho e abro a janela do meu quarto, descendo lentamente para o pátio.

Eu já tinha chamado o uber, que estava perto. Assim que vejo o carro, abro a portão da rua me dirigindo ao carro que me esperava.

-Nina? -o motorista pergunta antes de liberar o trinque da porta.

-Sim, sou eu. Boa noit.. mas sou interrompida por um homem.

-Boa noite. Desculpa a confusão, ela não precisa mais de uber. -o homem diz enquanto entrega uma nota ao motorista, que logo parte.

Mads havia percebido a minha fuga. Mas como? Eu sequer fiz som algum.

Meu olhos enchem de água ao perceber que mais uma vez vou apenas ver fotos e ouvir histórias sobre a festa, mas jamais vivenciar uma.

Ainda no pátio de casa me dirijo ao homem.

-Como você sabia? -pergunto em meio às lágrimas que não contive.

-Seu pai me avisou... -ele diz com certo dó na voz, com as mãos no bolso curvando a cabeça para me observar.

Minhas lágrimas descem e borram a minha maquiagem, molhando até mesmo alguns fios de cabelo. Me sento no chão, e ponho todo o choro para fora, estava me sentindo igual a sempre, excluída do resto.

Meu peito doía e minha garganta também. Eu não estava braba com Mads, eu sabia que ele estava apenas fazendo um favor ao meu pai. E esse era o problema, meu pai me impede de tudo, até mesmo longe de mim.

Sinto meu corpo ser levantado do chão, era Mads que me levantava no colo e caminhava em direção a porta de casa, fazendo meu choro parar.

O homem tranca a porta mesmo comigo em seus braços, e senta no sofá com meu corpo seu colo, me abraçando em silêncio.

Apenas aceito seu abraço sem falar nada, suspiro fundo e me ajeito em seu colo enquanto apoio a minha cabeça em seu ombro. O choro havia passado.

Mads levanta meu rosto na sua direção e limpa as minha lágrimas, ajeitando meu cabelo atrás da orelha.

-Eu só queria um pouco de liberdade. -digo

-Ainda terão mais festas pra você ir.

-Você não entende... -digo baixo

-Então me explique. -ele diz

Olho em seus olhos e começo a contar.

-Eu nunca fui a uma festa. Eu nunca bebi álcool, não tenho liberdade nenhuma. Meu pai simplesmente não confia em nada, e eu vivo trancada em casa.

-Você fez dezoito não tem muito tempo, em partes entendo seu pai. -ele diz

-Duvido que na época dele era assim, ele deveria ser pior. -digo

-E é verdade, seu pai era terrível. Talvez por isso ele queira evitar que você faça o mesmo, ele te protege.

-Nenhum menino sequer tocou em mim, eu nunca transei. Isso não é exagero?

Mads parece meio tenso com minha fala, e coça a garganta com uma leve tosse.

-Só estou dizendo que ele te ama e..
o homem não termina a frase pois eu o interrompo.

-Sabe o que é ter que se contentar com seus próprios dedos? -digo sem me dar conta, fazendo ele desviar os olhos dos meus.

-Enfim, você entendeu... Desejo fazer muitas coisas ainda. -digo

-Se você deseja tanto, eu posso te ajudar Nina. -diz o homem cujo os olhos voltam a me observar.

Eu rolo meus olhos em direção aos de Mads que me olhava de cima com uma expressão diferente, mas também indecifrável. Ele era um mistério.

-Quer experimentar vinho? -ele diz.