Vuelve A Mi

Parte 2

POV KHUN NUENG ON

DIA DO ACIDENTE

Eu estava em estado de letargia.
Não conseguia me mexer, nem proferir uma só palavra.

Só minhas lágrimas escorriam sem controle por meu rosto.
Minhas pernas falharam e eu cedi.

- Khun Nueng! - Minha irmã grita tentando me segurar.

Não sentia meu corpo.
Olhava para um ponto fixo naquela maldita sala fria. Ouvia as vozes de Sam e Mon bem longe, me chamando. Porém, não conseguia respondê-las! Minha mente estava em pleno pane, só conseguia ouvir a voz do médico repetindo e repetindo sem parar aquela maldita noticia sobre a minha pequena menina.

"Ela está em coma"
"Estado critico"
"Não sabemos quando ou se ela acordará"

- Tua Lek – Sussurro.

Minha voz saiu tão baixa que não tinha a certeza se ela tinha escutando, mas ela estava tão próximo a mim que me acolheu prontamente.

- Oi – Falou próximo ao meu ouvido.

- Eu ... eu – Minha voz saiu trêmula, não conseguia formular uma frase.

- Vem – Segura meus braços me ajudando a levantar – Você precisa se manter firme.

Balancei a cabeça em negação.

- Não consigo – Digo – Não sem ela – Abaixo a cabeça.

- Ela está viva, irmã – Se ajoelha ao meu lado juntamente com Mon – Ela precisa que você fique forte pra cuidar dela quando acordar – Lembra – Você é Khun Nueng! - Me encara – A neta mais determinada da nossa vó, você não se rende irmã.

Volto a balançar a cabeça em negação.

"Mexeram com meu ponto fraco"

- É a Anueng – Falo, como se assim ela pudesse entender o porquê de eu não puder ser essa pessoa que ela falava.

Ela trocou um leve olhar com Mon e ambas me ajudaram a levantar.

- Vamos pra casa – Fala e eu nego prontamente.

- Não vou sair daqui sem ela – Digo enfática.

- Irmã, você não vai poder entrar pra ficar com ela – Explica – O médico disse que não pode liberar a entrada de ninguém.

Mantive-me calada.
Sam estava certa, mas não acho que eu tenha condição alguma de ficar em casa sem ela. Sem a minha, Anueng!
Com muito esforço me levantei e assim que o fiz, dei de cara com o rosto de Khun Chet.
O encarei séria, minha vontade era de descer a minha mão em seu rosto. Mas, não podia!

- Melhor você não voltar aqui – Soltou e aquilo fez com que um sorriso sarcástico saísse.

- Quem você pensa que é pra me proibir de algo? - Minha voz saiu carregada de raiva, sinto Sam apertar meu braço me pedindo pra ter 'calma'. Mas "calma" era a última coisa que poderia ter naquele momento!

- Chet – Vejo Piengfah o intervir – Não é momento pra isso – Ela me lança um olhar quase de desculpas. Apesar de tudo minha amiga ainda conseguia ser a racional, no fundo, ela sentia que eu amava a filha dela. Só não conseguia aceitar ou entender o que era aquele sentimento tão perfeito que nos envolvia.

- Mas a culpa é dela por nossa filha tá assim – Gesticula descontrolado e antes que eu pudesse responder minha irmã entrou em minha frente o encarando.

- Não ouse em falar tamanha asneira Chet – Sua voz era enfática – Você no fundo sabe quem foi o "culpado" de toda essa tragédia – Ele abre a boca, mas nenhum som é proferido – O "preconceito" e de certa forma seu "despeito" por ter perdido a mulher que tanto queria pra sua filha – Sua frase foi o tiro de misericórdia, porque nesse exato momento Chet se afasta e abaixa a cabeça – Acho bom vocês começarem a tentar aceitar que a filha de vocês – Se volta para Piengfah – Ama a minha irmã e a Khun Nueng também a ama – Me olha sorrindo – E ninguém é mais digno desse amor do que elas.

Meus olhos enchem.
Seguro a mão de Sam com força em agradecimento.

- Estou indo pra casa agora – Me volto para ambos – Mas amanhã estarei aqui ao lado da minha namorada – Enfatizo – E dessa vez, eu não vou se quer cogitar me afastar delas pensando no que vocês ou qualquer merda de pessoa pensar.

- Khun Nueng ... - Minha amiga se pronuncia, mas a interrompo.

- Eu espero que vocês tenham entendido dessa vez que não vou me afastar dela.

Me retiro ao lado de Sam e Mon.
Sair de cabeça erguida e alma lavada, porém, com o coração completamente despedaçado.
Só quero poder ter a oportunidade de ter a minha Anueng nos meus braços novamente.

POV KHUN NUENG OFF

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DIAS ATUAIS

Com muita insistência Khun Sam conseguiu entrar no quarto de Nueng, e a forma que a encontrou foi de cortar o coração. Encolhida no chão do quarto, totalmente vulnerável e perdida. Essa imagem não sairia tão cedo da memória de Sam!

- Vamos tentar comer um pouco, Nueng – Tua Lek insistia, mas a mais velha continuava negando – Você está a dias a base de água.

- Não sinto vontade de comer – Sua voz era rouca – Só quero ficar aqui no meu canto – Se deita novamente.

Sam suspira.
Estava com sua irmã há mais de uma hora, e desde então mal trocaram algumas palavras. Nueng só fazia chorar, mal aceitou tomar um banho e voltou a deitar novamente.

"Não tinha ânimo e força pra nada"

Estava esgotada e ficando sem esperança.

- Você precisa desabafar, irmã – Diz – Como você anda se sentindo e ...

- Como você acha que eu estou? - Solta com um ar irônico – Estou perdida, Sam! - Voz embarga – Já imaginou se fosse a Mon? - Se senta e a olha – Você estaria destruída.

Sam desvia o olhar da irmã por alguns segundos, tentando controlar a emoção.
Imaginar Mon numa situação parecida com a de Anueng deixou seu coração apertado.

- Sentiu né? - Fala – Daí você tira como eu estou me sentindo – Suspira – Estou ficando sem esperanças ...

- Ei, isso não! - Diz – Sei que está doendo e é desesperador ver ela assim – Toca a irmã – Mas ela vai sair dessa! - Afirma.

Ela sorri de leve e solta um som anasalado.

- Como você tem tanta certeza? - Pergunta com um olhar desolado – Você estava comigo ontem quando o médico foi bem incisivo ao falar que se ela não apresentar nenhum tipo de sinal em quinze dias os aparelhos serão des ... desligado – Funga.

- Mas ela vai fazer isso irmã – Volta a afirmar – Anueng é tão possessiva contigo que ela não a deixaria livre assim – Tenta brincar e por alguns segundos um sorriso leve apareceu no rosto da mais velha – Vem – Sam se deita e puxa a irmã para os braços – Descansa um pouco – Beija seu rosto – Se alguém ligar do hospital eu te acordo.

Khun Nueng a olha séria como se tivesse procurando uma afirmação.

- Eu prometo – Volta a dizer e ela se deixa ser confortada por Khun Sam - Vai ficar tudo bem, irmã – Afaga seu cabelo – Eu sei que vai – Sussurra.

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Até o próximo 🙃🥰