Capítulo Doze

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Wilder

Seu rosto cai, e gostaria de poder fazer algo para retirar as palavras ou dar a elas algum sentido.

"Nós não somos casados?" Ela pergunta lentamente, como se estivesse falando as palavras pela primeira vez.

"Não." A verdade é como sujeira em meus lábios e odeio isso.

"Por que tenho o anel?" Sua pergunta é vazia, mas quero ser honesto com ela. Especialmente quando não tenho sido desde que tudo isso começou.

"Era da sua mãe."

"Ela está morta." Seus olhos se arregalam como se ela tivesse acabado de perceber. "E o meu pai?" Quando não respondo, ela desvia o olhar e acena com a cabeça como se confirmasse suas memórias. "Ele também está morto."

"Ouça, Bri, deixe-me explicar."

"Explicar o quê?" Ela estala, e posso ver a dor em seus olhos enquanto me olha.

"Por que estou aqui, Wilder?"

"Você bateu em uma árvore no caminho até aqui, e tirei você do caminhão da sua avó."

"Você deixou uma caixa," ela sussurra baixinho e pisca algumas vezes. "Você veio ao armazém geral para obter um pedido. Oh Deus,me lembro de você."

"Querida, escute."

"Não." Ela levanta a mão, e não sei o que fazer. "Isso tudo está me atingindo de uma vez."

"Bri, eu não estava mentindo quando disse que sabia que te amava no momento em que te vi." Ela balança a cabeça como se não quisesse ouvir as palavras.

"E ainda quero dizer isso. Eu te amo e você é minha. O acidente foi apenas algo que aconteceu que trouxe você até mim."

"A estrada já está livre?" Ela pergunta, e olho para fora,desejando que a nevasca ainda estivesse forte.

"Sim, mas você não deve sair ainda."

"Não posso ficar aqui." Ela tenta pular fora da ilha, e me movo na frente dela.

"Bri, por favor, vamos conversar sobre isso."

Ela balança a cabeça, e desta vez, quando passa por mim, eu a deixo. Não quero que ela se machuque, e temo que se continuar tentando pular do balcão, ela o fará.

"Não posso fazer isso, Wilder. Não tenho certeza se tenho todas as minhas memórias de volta ainda, mas lembro de você e sei o que senti na primeira vez que nos encontramos." Há lágrimas em seus olhos quando diz isso. "E lembro o que aconteceu com meus pais e por que jurei que não me apaixonaria."

Ela gira nos calcanhares e vai para o nosso quarto, mas estou me movendo com ela e seguindo seu passo a passo.

"O que?" Estou tão atordoado com o que ela está dizendo que não percebo que ela está colocando as roupas que estava usando durante o acidente.

Ela puxa as calças e depois as meias que eu limpei e depois coloquei na cômoda do nosso quarto. É engraçado como já comecei a chamá-lo de nosso quarto na minha cabeça. Tenho que impedi-la de sair do controle agora.

"Bri, vamos nos acalmar e conversar sobre isso. Você ainda pode estar confusa com o acidente." Quando ela não me olha, fico na frente dela e seguro seu rosto.

"Por favor."

"Quero ir para casa," diz ela, e seu queixo treme.

Meu coração quase se parte ao meio, e engulo quando olho em seus olhos.

"Esta é sua casa, Bri. Esta é a nossa casa."

Ela balança a cabeça e depois dá um passo para trás.

"Se você não me levar para casa, vou ligar para Natalie pelo rádio."

"Merda," assobio e esfrego a mão no meu rosto. "Não tenho certeza se é uma boa ideia ir ainda."

Ela vestiu o suéter e deixou o que estava vestindo em uma pilha no chão.

"Preciso ver meus avós. Eles ao menos sabem que estou aqui?"

"Contei para sua avó quando aconteceu, mas a linha ficou muda."

"Ela provavelmente está preocupada." Ver o medo em seus olhos sobre seus avós me faz querer tirar isso.

"E se ligarmos para ela?"

"Você acabou de dizer que a linha ficou muda. Leva uma eternidade para ter serviço de telefone aqui." Ela passa por mim, e pego sua mão na minha. "Wilder, se você se importa comigo, vai me levar até eles."

Há uma longa pausa, e ela está certa: não posso mantê-la trancada aqui mesmo que queira.

"Você vai voltar para casa comigo depois?"

Ela desvia o olhar enquanto acena com a cabeça, e me pergunto se ela está me dizendo a verdade desta vez. Ela não me encara, e cada centímetro do meu corpo está gritando comigo para abraçá-la e mantê-la segura.

"Deixe-me pegar meu casaco," digo enquanto vou até a porta e coloco minhas botas e jaqueta. "Baby..." Começo, mas ela me corta.

"Não me arrependo do nosso tempo juntos aqui nesta cabana,"ela diz enquanto me olha com aqueles lindos e suaves olhos castanhos. "Eu nem me arrependo das coisas que fizemos." Seu sorriso é aguado e tão triste. "Mas não posso fazer isso, Wilder. Não posso ser a pessoa que você precisa que eu seja."

As palavras passam direto por mim como uma faca quente, e não consigo falar.

"Leve-me para casa."

Eu a amo o suficiente para dar o que ela quer, pelo menos por enquanto. Vou levá-la aos avós e deixá-la ver como estão, mas não vou desistir tão facilmente.

Ela acha que não pode me dar o que quer? Ela está com medo agora, e é meu trabalho ser corajoso o suficiente para nós dois.

"Está frio lá fora," digo e pego sua mão. Ela vem até mim facilmente, e envolvo meus braços ao seu redor.
"Fique comigo, e você vai se aquecer."

Ela olha para a minha boca, e eu não consigo parar de me inclinar e dar-lhe um beijo suave.

"Wilder," ela sussurra contra meus lábios, e rezo para que não seja a última vez que ela faz isso.

"Estou bem aqui, querida. E sempre estarei."

Uma nevasca de amor ( 2 livro da série Amor nas Montanhas )Onde histórias criam vida. Descubra agora