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Acordo atrasado.

Eu precisava está na frente da igreja as 12h e ja são 11:50.

10 minutos.

Esse era o tempo que eu tinha para tomar um banho rápido e vestir uma roupa. Faço tudo o mais rápido que consigo e corro até o carro que me espera lá fora.

– Chegou o atrasado! - Giovana, minha prima, grita assim que entro. – Tia pediu para esperarem a gente, vamos logo.

Para nossa sorte, estamos indo de carro, o que faz com que cheguemos mais rápido.
Não tenho tempo nem para ouvir o sermão de minha mãe, subo no ônibus e me sento no primeiro lugar que vejo.

Depois de recuperar o fôlego, olho para a pessoa sentada ao meu lado. Pedro Tófani. Ótimo.
Resmungo irritado e me afasto olhando para o outro lado.

Bom, como explicar minha relação - ou a falta dela - com Pedro.
Conheci o garoto dois anos atrás, quando ele se mudou com a familia para Americo Brasiliense, Pedro chamou a atenção de todas as garotas no momento em que apareceu na igreja com seus pais, todas as mães desesperadas para casar o garoto, que nem conheciam, com suas filhas.

Logo ele fez amizades, uma delas sendo Mari Luisa, sua melhor amiga. Malu e Gio tinham estudado juntas na época da escola, então com um tempo começamos a ir para as mesmas festas, nosso grupinho se fortaleceu e só saiamos juntos, com isso acabei me aproximando de Tófani.

A gente ria, bebia e fazia tudo juntos.
Com um tempo começamos a se aproximar mais, tínhamos uma tradição de que sempre que o outro estivesse triste e precisasse se distrair, era só mandar uma mensagem que saímos juntos, sem destino, apenas eu e ele juntos, qualquer hora.

Em uma dessas noites, depois de muitas conversas, Pedro me beijou. No começo fiquei assustado, ainda não sabia que ele gostava de garotos também, mas logo retribui.
Ficamos assim por dias, apenas eu e ele.
Depois de uns meses nossos amigos ficaram sabendo e com um tempo eu queria que outras pessoas soubessem também, mas Pedro não.

Ele tinha medo, e eu entendia.
Mas doía sempre ver ele de longe com outras garotas quando estávamos em público.
Conversamos e Pedro disse que aquilo não iria dar certo, que ele não podia fazer aquilo por mim e nem por ele. Terminamos.

Eu sofri. Muito.
Não conseguia ver Pedro, então assim parei de sair com nossos amigos quando ele estava junto, as vezes quando nos encontrávamos a gente acabava brigando, ele sempre era um babaca, não entendia o por que.

Agora aqui estou eu, sentando do lado do cara que partiu meu coração.

Cochilo durante toda a viagem até onde vamos acampar e quando chegamos sinto algo bater em meu rosto, logo me acordando.

– João! Me desculpa mesmo, não te vi ai! - Diz, era Julia, namorada - em breve noiva - de Pedro.

– Claro, Querida - Sorrio falso e olho para Pedro irritado, ele dá de ombros, idiota!

– Vamos, Jão! - Chama Gio.

– Tô indo! - Falo, mas antes de sair esbarro com minha mochila na garota que ainda esta parada na minha frente e ela acaba caindo sentada no banco ao lado – Poxa, desculpa Ju! não te vi ai.

Religião - pejão ficOnde histórias criam vida. Descubra agora