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"Ela só precisa esfriar a cabeça"
(Até ela te dar um gelo)

Sana estava tentando aceitar que Jihyo já estava farta de tudo aquilo e que não seria fácil ter sua amada de volta, mas por outro lado, ela conseguia imaginar nitidamente Jihyo se preocupando com ela.

A garota estava começando a se preocupar. Jihyo nunca havia feito esse tipo de coisa, claro, ela já se trancou no quarto, já passou a noite fora e várias outras coisas para convencer Sana a não fazer mais isso, mas ela nunca tivera feito nada como declarar um tempo no namoro e sair sem falar nada.

— Espera... — Sana começou a pensar em voz alta — Ela não deu um tempo... Cacete, Jihyo!

Ela se deu conta de que Jihyo colocara um fim em tudo. Sana começou a se desesperar, mas a campainha tocou e ela ainda tinha uma leve esperança de ser Jihyo. Afinal, ela não havia levado sua chave.

— Ah, Jeong, é você — Ela abriu a porta.

— Quem mais seria? — ela disse entrando — O que você fez?

— Eu bebi tanto que não lembro nem meu nome, quem dirá o que eu fiz ontem. — Ela se lembrava das luzes da balada piscando em um espectro de cores.

— Assim, você não colabora! — Exclamou Jeongyeon colocando a mão sobre a testa.

— Eu fui na Momo, a gente tomou um café, ai eu sai e recebi uma notificação de Miyeon me dizendo que teria um pequeno "encontro" na Chicago, e eu não resisti, só fui me lembrar da promessa que fiz a Jihyo quando cheguei aqui cambaleando.

— Puta merda — Jeongyeon revirou os olhos — Sana, o que você tinha na cabeça? É difícil recusar álcool pelo menos uma vez?

Sana suspirou. Ela estava começando a entender que estava errada, mas seu orgulho não a convencia totalmente disso, já que parte dela ainda acreditava ser um exagero Jihyo ter terminado.

— Por que essa cara? Percebeu seu erro? Vamos, eu te levo pra se desculpar e-

— Eu não vou me desculpar! — Ela não estava disposta a admitir o erro.

— Sana, não complique as coisas, se você for agora, a chance de ela deixar pra trás é maior, e é isso que você quer, não é? — a mais velha insistiu.

— Quem deveria se desculpar é ela! — Sana estava se irritando sem motivos. — Ela me deixou aqui sozinha e nem conseguiu falar na minha cara que queria terminar! "Quem sabe um dia, não voltamos a ser um casal?" me poupe.

— Sana, não é assim que funciona — Jeong tentou explicar.

— Então como é? Me diga! Ela pode estar o mais preocupada possível, ela nunca vai voltar comigo, nunca.

— Você não sabe, e se ela-

— Esquece, Jeong — Sana abaixou o tom de voz. — Valeu pela ajuda, mas não tem jeito.

— Olha, Sana, eu tentei no meu máximo — Jeongyeon mostrou desistir — Jihyo sabe que eu estou aqui, ela ficou horas e horas se perguntando se foi um erro, por que você não tenta entender as coisas?

— Jeong, eu agradeço novamente pela ajuda, mas eu não quero mais saber de Jihyo, foi uma escolha dela, agora não da pra voltar atrás, só me resta respeitar a decisão dela.

Jeongyeon estava se cansando de tentar ajudar, mas ela ainda acreditava que as coisas iam melhorar para Jihyo e Sana, mesmo que nenhuma das duas colaborasse com a situação. Ela se despediu de Sana e voltou para casa, onde Nayeon e Jihyo a esperavam na esperança dela trazer uma boa notícia.

— Então, como foi? — Nayeon perguntou assim que viu Jeong entrar.

Bom...— Jeong se sentou e suspirou.

— Jeongyeon, o que foi? — Jihyo se preocupou antes mesmo de ela falar.

— Tenho algumas notícias-

— Começa pelas boas — Jihyo a cortou.

— Isso pode ser meio cruel, mas eu não disse que nenhuma delas é boa.

— Puta merda — Nayeon apoiou a testa sobre a mão.

— Exagerei, perdão. — Jeong riu — Mas falando sério agora, a unica coisa boa é que ela ta bem fisicamente.

Jihyo suspirou aliviada.

— Ta, e a parte ruim? — Nayeon perguntou.

— A parte ruim é que ela aceitou bem até demais o término impulsivo da Hyo.

— Que? Não é possível, ela nunca leva nada a sério — Jihyo estava tentando se convencer do contrário.

— Bom, tudo tem sua primeira vez. Primeiro ela te culpou, depois afirmou com toda certeza que você nunca voltaria com ela e depois disse que não ia mais insistir já que foi uma decisão sua.

— Parabéns, Jihyo — Ela disse para si mesma.

— Olha, Hyo, ela ainda ta meio... Nhe por causa do álcool, mas depois que ela se acalmar vai dar tudo certo, ok? Confie em nós.

Jihyo p.o.v

Honestamente, eu não esperava por essa. Normalmente, quem não quer correr atrás quando discutimos sou eu, e agora quem está quase indo lá implorar pelo perdão dela sou eu. E sabe o mais engraçado? Ela está mais errada que eu.

Sana precisa aprender a assumir os erros dela, não posso ficar passando pano sempre, Momo, a irmã mais velha dela sempre me disse isso, já que Sana nunca foi muito fã de ficar nos trilhos.

Nayeon disse que eu deveria me acalmar e confiar nela e em Jeong, mas isso parece tão difícil. Não acho que eu e Sana temos alguma chance de voltar, mas eu vou ser positiva, a vida é uma só.

"Mas, Jihyo, foi você que provocou tudo isso" sim, e? Sinceramente, isso não teria acontecido se Sana não tomasse um porre três vezes por semana, eu já estava nos meus limites. A única coisa que me tranquilizava é que, não importa o quão bêbada ou drogada ela esteja, Sana NUNCA beijaria ou faria qualquer coisa com outra pessoa.

As vezes eu gosto de me lembrar da nossa primeira vez... Sim, a primeira vez que nós transamos, pensou em mais o que?

Naquela época, nós ainda não eramos um casal, na verdade, aquele foi praticamente um pedido de namoro. Nós trocávamos alguns beijos atrás da escola e um dia Sana chegou com um assunto sobre não querer morrer virgem, e que ela preferia fazer aquilo comigo antes de com qualquer pessoa, e aconteceu dois meses depois, na casa de campo dos pais dela depois da formatura... Que noite. Bom, depois daquilo nós viramos oficialmente um casal.

As vezes eu fico me perguntando o que eu significo pra ela, tipo, por que ela não consegue ser equilibrada? Sana já fez cada uma... Ano passado, eu tive que ir buscá-la na porta do shopping as 3h45 da manhã porque ela saiu as 02h30 pra comprar um remédio pra cólica e não se conteve a beber uma garrafa (ela parou em um bar e bebeu cinco).

Ela é assim desde a escola, quando ela matava as aulas e saia pra fumar e tomar uns comprimidos duvidosos. Eu pensei que pudesse mudar ela, todas as nossas amigas pensaram coisas genéricas tipo "o amor vai consertar ela" e nós quebramos a cara.

E mesmo com tudo isso, eu ainda a amo... Droga!

Out Of Line ˢᵃʰʸᵒ ᵐᶦⁿᶦᶠᶦᶜOnde histórias criam vida. Descubra agora