• PRÓLOGO •

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‘a fortaleza vermelha’

cinco anos atrás


O lago nos fundos do castelo de Raven Forest estava calmo naquela manhã. A água brilhava em seu tom esverdeado, refletindo na sua superfície o rosto da pequena Lady sentada sozinha em sua borda. Uma sombra completamente negra planou calmamente até pousar sobre os joelhos da garota. Adharys grasnou pedindo por carinho e rapidamente seu pedido foi acatado.

— Ao sagon beri, Adharys. (Você tem sorte, Adharys) — a garota murmurou passando os dedos pelas penas tão escuras quanto o céu noturno — Nyke jaelagon nyke could sōvegon tolmiot qrīdrughagon hen se walls hen raver guēsin.  Bisa iksis skoros nyke jurnegon naejot naejot olvie isse ñuha entire ābrar. (Eu gostaria de poder voar para longe das muralhas de Raven Forest. Isso é o que mais anseio em toda a minha vida.)

A corvacha grasnou outra vez se aconchegando contra o calor de sua dona. A garota de cabelos longos escuros suspirou ao escutar os passos pesados se aproximando ao mesmo tempo que revirou os olhos sem ânimo ao escutar seu nome sendo berrado aos quatro ventos.

— Lady Veariety! — um dos guardas chamou próximo de onde a pequena garota estava. — Vosso pai pede sua presença urgentemente. A carruagem está prestes a partir, minha Lady.

— Vá na frente, tome cuidado e não se mostre até que eu esteja lá. — falou encarando os olhos escuros de sua corvacha.

— Sim, senhora. — Adharys respondeu, sua voz como sempre soando engraçada.

Sȳz riña. (Boa menina) — Veariety sorriu beijando o topo da cabeça da ave, logo em seguida a levantando em seu dedo para que a mesma pudesse voar livremente.

Assim que o pequeno ser negro e de penas sumiu de sua visão, a Lady se colocou de pé batendo de forma desleixada a terra de seu vestindo roxo escuro enquanto caminhava de encontro ao guarda. Sir. Erys estava de costas passando seus olhos claros e  ligeiros pela mata densa, sequer notando a pequena presença de feição debochada parada logo atrás de si.

— Meus deuses! — exclamou o homem de armadura brilhante ao dar de cara com a feição descontente da garotinha.

— Reagindo dessa maneira parece até que viu um dragão na sua frente Sir. — Veariety zombou fazendo seu caminho de volta ao pátio do castelo.

— Peço desculpas minha Lady. — falou o homem seguindo a garota de perto. — Mas a maneira como a senhorita consegue ser silenciosa quando quer é quase um dom.

Veariety deixou um riso baixo escapar de seus lábios com frase dita por seu cavalheiro, interrompendo sua caminhada ao avistar a carruagem com o símbolo de sua Casa parada a alguns metros.

— Como ele está Senhor? — perguntou se referindo ao velho Lorde que berrava maldições aos quatro ventos enquanto tomava vinho.

— Bem... — murmurou, não encontrando palavras que fossem úteis no momento.

— Vai ser uma longa viagem.

— Sabe o que pedir se precisar de algo, certo minha Lady?

Veariety sorriu de forma contida encarando o guarda que sempre acompanhava seu pai e a ela quando era necessário. A alguns anos, Erys descobriu o que o Lorde de Raven Forest fazia com a pequena Lady quando algo nela não o agradava. A garota estava em um estado deplorável e o homem não consegui fazer vista grossa para aquela situação. Desde aquele dia, Erys cuidava de Veariety nos dias que o pai da garota não agia como um homem descente. Ambos se tornaram extremamente próximos devido as situações que compartilhavam e o mais velho tivera até mesmo criado uma espécie de sinal que era dito pela garota quando as coisas começavam a sair de controle com seu pai.

FIRE AND CROWS - jacaerys velaryon Onde histórias criam vida. Descubra agora