Redemption Arc - Bingjiu

Sonho

Com seu nível de cultivo atual, Luo Binghe raramente dormiria. Ele tinha muito o que fazer todos os dias e tinha muitas mulheres para prestar atenção. Mas de meio mês atrás para cá, ele estava sofrendo com uma estranha sonolência. Ele já havia consultado muitos mestres famosos de seitas médicas, mas não houve nenhum resultado.

Ele se retirou para descansar cedo novamente aquela noite e assim que adormeceu, ele teve aquele sonho novamente. Ele sonhou que havia torturado aquela pessoa, arrancado membro por membro, até reduzí-lo a um pedaço de nada e finalmente ele o matou. Mas depois que o homem se foi, ele ficou um pouco louco. Ele refez o pico Qing Jing em seu reino dos sonhos e todos os dias ele o massacraria repetidamente. Ele poderia recriar tudo, menos aquela pessoa. Ele havia esquecido sua aparência original há muito tempo e nada que ele fizesse se pareceria com Shen Qingqiu.

Ele não lembrava por quanto tempo ficou obcecado por isso, até que um dia a pessoa real apareceu. Ela lhe olhou com espanto e medo e quando teve seu braço arrancado por ele, ela gemeu de dor, seus olhos claros se encheram de lágrimas. O Shizun que ele lembrava nunca soltou um som como esse antes, independentemente da dor. Rígido e frio, não como um humano, mas como um pedaço de madeira. Vendo aquela expressão em seu rosto pela primeira vez, ouvindo o tremor suave em sua voz doce, Luo Binghe se sentiu um pouco desenfreado. Ele quis intimidá-lo novamente até a morte.

Foi uma pena que aquela ilusão se foi tão repentinamente quanto veio. Ele esperou todos os dias por isso, mas ela nunca apareceu novamente. Até o dia em que ele atravessou para outro mundo sem querer. Lá ele encontrou a pessoa por quem esperou por tanto tempo. Ele experimentou um pequeno pedaço de sua doçura, mas no fim não conseguiu devorar tudo. A flor tinha espinhos ocultos, ela arranhou suas mãos e escapou delas.

Aquele não era seu mundo e aquele Shizun não o pertencia.

No fim, ele foi forçado a voltar para o lugar onde aquele homem não existia. Ele se sentiu ressentido e magoado. Ele tinha tudo, ele era o soberano do mundo, mas por que aquela pessoa não podia ser sua? Ele entendeu seus sentimentos por seu Shizun tardiamente e uma dor surda atingiu seu peito. A dor era tão realista que quando Luo Binghe acordou, ele ainda podia sentir a vaga sensação ardente naquele lugar.

No fim do sonho ele sempre tiraria a própria vida com uma espada enterrada no coração. Luo Binghe sentou na cama, respirando com dificuldade e massageou o meio do peito. Ele olhou para o céu além da janela, ainda estava escuro lá fora. Ele deixou o quarto e foi para a floresta de bambu em seu quintal.

Havia um conjunto de chá na mesa de pedra sob a alfarrobeira na frente da casa e uma cadeira reclinável de vime esquecida do lado de fora. Uma vara de pescar improvisada estava encostada na parede e o balde perto dela ainda tinha algumas minhocas mortas que não haviam sido usadas completamente. Luo Binghe curvou os lábios levemente, pensando que essa pessoa realmente sabia como aproveitar seus dias de lazer.

Ele entrou na casa e olhou para a cama atrás da tela. O corpo esguio deitado de lado tinha uma silhueta curvilinea que era muito instigante. Sua cintura fina estava afundada em um arco gracioso, enquanto seu quadriu e ombros erguiam-se como montanhas majestosas.

Luo Binghe contornou a tela, ergueu as cortinas e olhou para dentro. Era verão e as janelas não estavam fechadas, o luar iluminava o cômodo com uma luz fria, fazendo a pessoa na cama brilhar como uma fada adormecida. Shen Qingqiu ainda parecia muito adequado e elegante, mesmo enquanto dormia. Seus longos cabelos espalhados no travesseiro, os braços unidos ao corpo e as pernas levemente dobradas. Ele parecia um pouco indefeso assim, fazendo os outros quererem abraçá-lo.

Luo Binghe se sentou na beirada da cama e tocou a bochecha lisa do homem. Ele moveu as pontas dos dedos por seus traços faciais marcantes. Suas sobrancelhas afiadas, seus cílios grossos, a ponte alta do nariz e finalmente aquele par de lábios macios. Ele foi incapaz de refrear o desejo de se inclinar e sugá-los. A suavidade e o calor deles se infiltraram em sua boca, desceram por sua garganta e ascenderam a luxúria contida em seu estômago.