Capítulo 3

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— Não a encontrará, se encontrar, eu mesmo me prontifico para ir até a rainha e ter minha cabeça cortada — garantiu Mad, olhei-o estupefata, ele continuou encarando Stan friamente.

Stan sorriu, divertido com a hipótese de Mad perder a cabeça, literalmente. Ele levantou a mão e todo o exército de cartas deu meia volta, os rapazes suspiraram aliviados, inclusive Cat, que ainda estava embaixo da mesa. Stan continuou encarando Mad friamente, com um sorriso endiabrado nos lábios.

— Ah, será uma cena memorável, Mad Hatter perdendo a cabeça — Stayne se vangloriou, todos os que estavam à mesa riram, até mesmo eu.

— Coitadinho, mal sabe ele que Mad já perdeu completamente a cachola — guinchou Cat, morrendo de rir embaixo da mesa.

— Cale-se, idiota! — gritou Stan. — Eu estou falando no sentido literal, físico. Aliás, todos vocês já perderam a cabeça no sentido metafórico.

— Vamos cantar! — gritou March de repente. White, Mad e até mesmo Cat se empertigaram e logo começaram a cantar uma versão distorcida de Twinkle, Twinkle, Little Star.

— "Twinkle, twinkle, little bat, how I wonder what you're at! Up above the world you fly, like a tea-tray in the sky!"¹ — eles cantaram em coro.

— Vocês são completamente loucos! — gritou Stan, quase puxando os próprios cabelos de tão irritado, eu não pude fazer nada a não ser rir.

— Ora essa, eu tive uma grandessíssima ideia! — berrou March ao final da música. — Oh, não. Vamos mudar de assunto!

— Mas a música estava adorável, alguém quer mais chá? — perguntou Mad, enchendo a xícara de White de chá, mas a xícara estava com o fundo furado e o chá se espalhou por toda a mesa, March caiu na gargalhada.

— Colher! — gritou March, arregalando os olhos para a colher que ele segurava, ele aparentava estar aterrorizado com aquele utensílio, o que me pareceu bizarro e mais engraçado ainda.

— Colher? O que tem a colher, March? — perguntei divertida.

— Colheres são medonhas — cochichou Mad, March atirou a colher longe, na direção de Stan, que se revoltou e foi embora xingando, todos bateram palmas e eu acompanhei o grupo batendo palmas também.

— Quando os gatos se vão, os ratos fazem a festa! — comemorou White.

— Ei! Péssimo trocadilho — resmungou Cat, saindo de debaixo da mesa e voltando para a sua cadeira.

— Você não tem direito a reclamar, seu gato medroso — brigou Mad, March atirou um pires de porcelana em direção a Cat, mas ele desviou a tempo.

— Vocês são loucos — resmungou Cat, todos começaram a rir, inclusive eu. Acho que loucura é algo contagioso, ou talvez a normalidade é que seja uma doença.

— Vamos nessa, temos pouco tempo para mandá-la para casa — disse White, levantando-se relutante de sua cadeira.

— Vamos acompanhá-los, não suporto a ideia de deixar a senhorita Allin sozinha com dois loucos — prontificou-se Mad, March gritou algo em concordância e arremessou um garfo em minha direção, Mad me empurrou para o lado e eu consegui me safar das pontas afiadas do talher.

— Ufa, foi por pouco! — murmurei surpresa, March caiu na gargalhada, aquela risada insana e contagiante.

— Olha quem fala, o homem que tem como nome "Louco" — debochou Cat, jogando um biscoito amanteigado na boca.

— Vamos de uma vez, não temos o dia inteiro — reclamou White, todos se puseram de pé rapidamente, inclusive eu.

— Bem, então o que faremos? Como vou voltar para casa? — perguntei intrigada, os rapazes suspiraram tristemente e eu me senti péssima, não queria ir embora, passei tão pouco tempo com eles e já me apaixonara por cada um.

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⏰ Última atualização: Jun 06 ⏰

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