O gosto metálico do sangue quente inundando lentamente a boca de Satoru Gojo. Seus pulmões em seu limite, queimavam como brasas. Satoru sentia um gosto ácido em sua garganta, sua energia estava fazendo de tudo para mantê-lo vivo. Mas Gojo, por conta própria, cedeu a morte. Não havia mais espaço para a dor, para o sofrimento, não haviam motivos para negar a morte, não haviam motivos para não parar de sentir o gosto metálico do sangue escarlate em sua língua, gosto o qual ele nunca sentiria falta. Em um último suspiro, Satoru sentiu seus olhos pesados, como se não dormisse a dias.E de repente...tudo acabou.
A visão do honrado foi tomada por um vazio branco. Não havia percepção de tempo alí, passariam-se anos enquanto, quem estivesse alí, julgaria que passaram-se dias. Era como um campo sem flores. Uma tela em branco pronta para ser pintada. Mas, aos poucos, tudo foi tomando cor. Um cheiro suave de umidade inundava as narinas do platinado, o cheiro semelhante a um campo verde após uma chuva em uma manhã de inverno, era agradável, reconfortante até mesmo para o pior dos desconfortos. Era como se sentisse em uma floresta tropical, dominada por chuvas diárias as quais nunca cessavam, apenas traziam um ar de paz e conforto.
O céu nublado tomou forma aos olhos de Satoru, casas coloridas e bem decoradas também adentraram seu campo de visão. O plantinado demorou a notar que estava deitado em uma estrada enquanto encarava o céu, sentindo, agora, o asfalto molhado embaixo de si enquanto as gotas de chuva encorriam pelo seu rosto. A, aparente, cidade estava silenciosa, provavelmente descansando enquanto a garoa indicava o inicio do inverno. O que estava acontecendo? O que era tudo aquilo?
Gojo notou que ainda vestia as mesma vestimentas as quais lutara contra Sukuna, estavam um pouco esfarrapadas, desgastadas pela longa luta e com algumas manchas de sangue. Seus machucados e feridas cessaram, deixando, em seus lugares, cicatrizes. O honrado levantou com certa dificuldade, como se suas pernas estivessem dormentes. Com os olhos azuis cristalinos explorando cada minucioso detalhe da cidade, Satoru aproveitava a sensação das gotas de chuva escorrendo por todo seu ser enquanto a brisa fria lhe causava arrepios. Apreciando tudo ao redor. As casas eram simples, mas eram decoradas e bem organizadas, além de que quase não haviam prédios, havia apenas um hospital que se assemelhava a um prédio. Satoru não sentia nenhuma energia amaldiçoada, em lugar nenhum, era como se Gojo nunca tivesse tido essa habilidade. Ele se sentia um não-feiticeiro que não possuía nenhum conhecimento sobre maldições. Era como se elas não existissem, como se não passassem de uma minúscula mancha em meio a uma obra de arte. E talvez esse fosse o caso.
Portanto, algo chamara a atenção do honrado. Mesmo sem sentir a presença nenhuma energia amaldiçoada, sem nenhuma forma de distinguir ninguém que se aproximasse, Gojo pode sentir um cheiro familiar. Um cheiro que ele conhecia muito bem. Um aroma que se assemelhava a especiarias de morangos com groselhas, um aroma marcante. Olhando para trás com rapidez, os olhos azul cristal procuravam incessantemente e incansavelmente pela suposta "presença misteriosa".
E, logo, encontraram o que procuravam. Atrás de si, Satoru pode observar os cabelos negros, longos, bem cuidados e macios, os quais eram um vício aos olhos do mesmo. Os fios negros balançavam conforme a brisa gelada batia suavemente contra os mesmos, a franja estava devidamente arrumada, era como se o homem passara boa parte do tempo tentando ajeitá-la, contudo, estava um pouco úmida por conta do clima chuvoso. Gojo admirava cada vez mais o homem a sua frente, com um seu traje largo e típico, olhos negros e profundos, e um pequeno sorriso. Segurando um pequeno guarda-chuva, Geto se aproximava cada vez mais de Satoru, mantendo um contato visual confortável, e tão bom. Satoru considerava as chances de serem lembranças, de tudo o que ele estava vendo não passavam de alucinações de seu pós-morte.
—"Satoru, quanto tempo..."—A voz suave e um pouco rouca fez com que, o mais forte dos feiticeiros, não conseguisse conter a saudade que sentia, a vontade de agarrá-lo, de pedir perdão, de tê-lo novamente para si.
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Together, Forever.-Satosugu
FanfictionAqueles cabelos negros longos, aquela voz suave e tão doce a qual fazia o mais forte feiticeiro sentir borboletas florescerem em seu estômago, aquele jeitinho delicado de ser, sempre silencioso e carinhoso. Talvez, agora finalmente descansando em pa...