"...𝒲𝒾𝓉𝒽 ℒℴ𝓋ℯ, 𝒴ℴ𝓊𝓇 𝒟𝒾𝒶𝓂ℴ𝓃𝒹." ❁𝘽𝙚𝙣𝙚𝙙𝙞𝙘𝙩 𝘽𝙧𝙞𝙙𝙜𝙚𝙧𝙩𝙤𝙣

6.Oque ha de errado?

O sol invadia o quarto pela janela levemente aberta. Abrindo os olhos lentamente enquanto eles se acostumavam com a luz. Levanto vendo pela pequena brecha Benedict. Ele pintava algo ao lado da janela. Parecia uma paisagem.
Me levanto com dificuldade e fecho a janela completamente. E antes que pudesse checar a cortina dei uma última olhada, ele sequer havia se olhado para minha janela. Parecia concentrado. É aquilo me deixou curiosa. Assim abrindo a janela novamente. E novamente ele sequer olhou. E então pensei comigo. "Porque não olhar só um pouquinho." Até porque ele sempre está a observar as coisas que faço.
A paisagem em questão era o parque. Ele pintava algo logo abaixo perto do lago. Era uma mulher de vestido roxo, e um sombrinha da mesma cor e sem querer falar sem saber. Porém por um momento pensei que pudesse ser eu, já que o vestido pintado era exatamente igual ao que havia usado dias atrás.

Fechei a janela mais um vez, e desta vez ele se virou. Olhando com atenção para minha janela. Ele riu e logo voltou a pintar.

A me virar, a porta se abre e meu quarto é invadido por criadas. Que me faziam uma série de perguntas.
"Dormiu bem senhorita?" "Oque vamos fazer hoje?" "Como foi a noite?" "Conseguiu dormir?".

E em questão de algumas horas, já estávamos eu e minha mãe na modista. Madame Delacroix mal havia falado comigo. As únicas palavras ditas a mim foi "que tecido vai usar." E "suba aqui." Parecia incomodada com algo. Um garoto invade o ateliê. Entregando panfletos em troca de um trocado para todas as mulheres presentes e nenhuma ousou se recusar a pagar o panfleto todos haviam um consigo. Inclusive eu.

Querido e gentil leitor.
Mais uma vez vim melhorar sua manhã.
Com o último baile. Podemos ter vários assuntos a tratar.

[...]

Agora falaremos sobre o diamante. A rainha ainda não a nomeou. Porém as especulações são grandes. Senhorita Liana Marchesi, é o diamante? Bom a interação de vossa majestade com a senhorita deu a entender que ela seria sua preferida. Porém devo dizer que ela não será a minha. Francesca para mim ainda sim é o diamante perfeito. Esperei muito mais vindo de vossa majestade. Não que vossa escolha tenha sido ruim, já que a senhorita Marchesi é sim uma moça admiravelmente linda, sua personalidade é quase impecável. Mas devemos levar em consideração que se a senhorita está solteira e ainda sim é muito bonita, alguma coisa deve está errada.

Ainda falando sobre a senhorita. Vimos que ela possa ter se dado bem, já que abriu sua noite dançando com o senhor Cole Bridgerton. O que nos faz lembrar, que dias atrás ela estava andando com seu irmão, senhor Benedict Bridgerton. E então? Será que ela está tentando entrar para a família de um jeito ou outro? Vamos falar também sobre a grande variedades de lordes que a senhorita dançou. A quantidade de pretendentes aumentou logo após a conversa com a rainha. Desejo te sorte senhorita Marchesi, talvez nessa temporada você pode ter sorte.

[...]

Lendo aquilo tudo me fez ficar preocupada. "Porque ela parece não gostar de mim?" Perguntei para eu mesma.

Madame Delacroix continuava calada. E algumas mulheres ali olhavam para mim estranhamente. Aquilo me deixava incomodada, já que não tinha se dito nada de mais sobre mim.

"Pode ir." Ela quebra o silêncio, e termina de anotar as medidas." Entrego ainda hoje." Ela diz sem olhar para mim. Oque me faz pensar que fiz algo ruim.

Na saída, eu ainda estava muito pensativa. Eu e minha mãe entramos na carruagem e saímos. E permaneci calada o caminho quase todo.

"Lady Violet me convidou para um chá na casa dos Bridgerton. Pediu que a levasse. Talvez isso tenha haver com o nosso título." Ela fala animada.

"Sério, que legal." Respondo observando a paisagem.

"Você só vai falar isso? E outra porque não se importa com a situação? Nenhum, nenhum lorde foi em nossa casa, nenhum cortejo sequer. Isso não há incomoda? Sabe muito bem que precisamos de você casada, precisamos de você para termos nosso título de volta." Seu semblante muda, parece nervosa e ao mesmo tempo com raiva. Oque me faz assustar com sua intonação.

"Eu tento, você sabe muito bem que fiz de tudo para que gostasse de mim. E se ninguém veio, acho que não é culpa minha... não totalmente. Mas prometo continuar me esforçando." Digo e volto a olhar para a janela.

"É sua culpa, você deve ter dito algo, sempre assim. Apenas diga logo que não quer se casar. E pare de nos fazer sofrer, pare do nos fazer passar esta vergonha Liana!" Ela bate a mão fortemente contra a porta da carruagem.

" desculpa, vou tentar melhorar." Fico quieta me escondendo do poderia ser dito.

"Tentar? Você vai tentar? Não você vai melhorar custe oque custar, não quero você tentando, quero você melhor! Você não sabe tocar um piano, ou sequer qualquer outro instrumento. Não sabe cuidar de flores, sequer tem algo preferido. Oque adianta você ser super inteligente, se você não usa essa inteligência para nos ajudar, ajudar suas irmã! Já não basta o fardo que carrego por não ter dado um filho homem a Giovanni, ainda o dei uma filha fracassada, será mesmo que terei que esperar pelas gêmeas? Já não foi um desgosto quando preferiu sair de casa com um homem que qualquer? Um agricultor Liana! Quando quis ser professora e deixar tudo de lado por isso e dar o maior desgosto para seus avós! Liana, o tempo está acabando! E estamos ficando para trás! E se fosse só você, eu não ligaria! Mas você está afundando junto a nossa família." Ela bate novamente a mão contra a porta me fazendo assustar.

" desculpa." Ela me olha enfurecida.

"Eu não quero suas desculpas! Quero netos, quero você casada até o fim dessa temporada, e se me vier com outro vagabundo, Liana eu juro..." Ela respira fundo ao perceber que a carruagem havia parado, e já estávamos em frente a nossa casa. Eu não penso duas vezes e desço da carruagem.

Minha mãe desce logo depois, arrumando seu vestido e fingindo que nada havia sido dito. Ela cumprimenta Penélope Featherington que parecia nervosa, ela concertava havia escutado algo, já que me olhava com uma expressão de pena e eu não pude fazer nada além de sorri para ela.
É isso me fez pensar. "Se mais alguém tiver escutado, talvez seja mais uma ruína, e caíra sobre mim." 

O resto do dia passei trancada no quarto, diante da janela, eu pintava mais um quadro, que parecia um tanto quanto melancólico. A tarde chegava. E a voz da minha mãe era estridente. Ela falava alto com meu pai sobre não aguentar mais ter seu nome falado nas redondezas por minha culpa.

Eu terminava de me arrumar quando de repente uma das criadas entra no quarto. "Sua mãe está lhe chamando senhorita."

"Diga a ela que estou indo."Assim que termino de falar, minha mãe grita. "LIANA! Não me faça subir aí e te buscar já estamos atrasadas."
As criadas saem do quarto de pressa e vou logo atrás. Descendo as escadas com pressa. Minha mãe assim que me vê sai da casa e caminha até o outro lado da rua e eu faço o mesmo.

Uma senhora nos esperava do lado de fora da casa.
Assim que entramos ela fecha a porta.