INVASÃO

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No dia seguinte, com C-33 devidamente e completamente recuperado, a doutora foi até onde havia escondido um veículo de emergência para leva-los de volta ao laboratório. Na verdade era apenas um veículo de entrega, com alguns suprimentos importantes a bordo. Vestiram-se com as roupas táticas extras que também estavam dentro do veículo para se infiltrar entre o pessoal do laboratório, e seguiram caminho.

- Como vai conseguir chegar no laboratório com essa tempestade de areia? - Beatriz perguntou, temendo que batessem em alguma coisa. Estava impossível enxergar sequer um palmo a frente.A doutora deu dois toques na tela de navegação, indicando que estava seguindo o GPS. - Mas se você ligar isso não vão nos localizar na hora? Aliás... Já ligou.

- Na verdade não. Assim como as árvores, essa tempestade de areia carrega muitos micro imãs. Deixa todo o sistema confuso. Vão pensar que somos apenas mais um carro de entregas chegando, e é o que queremos.

- Ah. Verdade. Planador de entregas. Escolheu bem. Da pra chegar em qualquer lugar com um desses sem levantarem armas para nós.

- Exatamente. Além disso eu precisava de um carro grande e equipado para guardar suprimentos. E pra levar os meninos caso fosse necessário. - Escutou algo caindo no compartilhamento de carga. - Stubborn, pare de mexer nas coisas aí atrás! O que está fazendo? - O híbrido veio do fundo da van, com um óculos de sol sobre seus olhos e mastigando carne desidratada.

-Ver coisas estranhas que humanos usar. O que ser isso? - Apertou o botão de um alarme de bolso que o fez pular para trás, nos fundos do veículo com o som inesperado.

- DESLIGA ESSE NEGÓCIO! - A doutora tentou falar por cima do som do alarme enquanto Bia tateava o chão, procurando o alarme, conseguindo o desligar - STUBBORN, PARE DE MEXER!!! - O híbrido voltou para frente, coçando a orelha dolorida pelo som repentino e jogando fora o óculos que havia quebrado quando pulou.

- Coisas estranhas! - Pegou o alarme de bolso, o esmagando em sua mão para que não fizesse algum outro barulho.

- Isso serve pra alertar alguém próximo se estivermos sendo atacados por um macho da nossa espécie. - Bia explicou.

- Machos humanos ruins! Não conquistar fêmea! Usar força!

- Alguns sim, mas a maioria não é tão má. - Thalia tentou amenizar a situação, embora ela mesma tenha perdido a conta de quantos assédios físicos já havia sofrido no trabalho, e verbais ela apenas desistiu de contar.

- Proteger minha fêmea de machos humanos. - Disse abraçando Beatriz, ronronando para ela, que olhou corada para a doutora.

- Gata, eu ouvi muito bem o que vocês fizeram ontem. Fica de boa. - Ficou ainda mais vermelha, cobrindo o rosto.

- Olhar? - Stubborn perguntou rosnando.

- Está achando que eu sou alguma pervertida? Eu ouvi e os deixei a sós. E eu já disse pra não rosnar pra mim! - Mostrou a ele a bombinha de água, o que o fez resmungar, voltando para os fundos da van.

- Espera... Como iremos passar com ele para dentro?

- Com o meu "plano B".

- Plano B?

- Bem, já bolamos juntas como nós iremos entrar, certo?!

- Sim.

- Pois bem. Stubborn vai sair do planador quando estivermos dentro da garagem para reabastecer o combustível. Meu plano B, caso ele não conseguisse sair pelos corredores, era passar pelos dutos de ventilação.

- E ele vai caber? Eu sei que os dutos de ventilação dos laboratórios são imensos para ter uma troca de ar constante para evitar contaminação, mas ainda assim, ele é grandão.

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