Ao amor que nunca tive.

Para meu grande (e desconhecido) amor.

Éramos apenas nós, sentados a beira da praia, ao relento de uma noite assombrosamente escura, observando o céu iluminado por poucas estrelas e pela lua, que parecia sempre tão interessada em nos observar de volta.
Éramos apenas nós, perdidos em pensamentos confusos, tentando encaixar as peças de tudo que nos compõe, sentimentos, sensações, preocupações, cada parte de tudo que sentimos e somos, tudo tão fora do lugar, tão distinto.

No entando, era absurdamente inexplicável, a forma magnética como nós nos encontrávamos, por mais perdidos que estivéssemos, dentro de nosso vasto universo, físico e mental, se nos olhassemos, se nos tocassemos, já saberíamos que estamos no lugar certo.

E era incrível, como suas mãos sempre paravam em minha cintura, nossos olhos se encontravam e se tornavam alvo fixo um do outro, era certo, e era doce, a forma como eu lhe tocava o rosto, com todo o amor e carinho que nunca escondi sentir e ainda mais doce era a forma como nos encaixavamos como se fossemos feitos sob medida um para o outro, como se você fosse a única peça no mundo que pudesse completar a parte vazia de mim, e você é.

Você foi, e é, a única pessoa que um dia foi capaz de me ser apenas amor, sem dor, foi quem me encontrou no limbo cruel ao qual eu sempre estive presa, e me fez companhia, sem me forçar a sair, foi quem me mostrou uma galáxia inteira em um olhar, sem que eu precisasse pedir, e você é a única pessoa que um dia ja me fez querer viver, nem que seja pra te encontrar, de novo, quantas vezes forem necessárias pra suprir meu amor eterno e incondicional.