Um Dia De Cão

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Quando chegou na casa da pequena Mina, à apenas duas quadras do parque, Hoseok não conseguia esconder o peito estufado já imaginando a chuva de elogios ao ser chamado de "o  grande salvador". No entanto, ficou em choque quando o pai da garotinha lhe recebeu, já perguntando o que Aquadog estava fazendo com ele e não com o profissional que contratou.

— C-com quem?! — perguntou com a voz trêmula, o sangue fugindo do seu rosto.

— Um passeador de cachorro, acredita? Eu nem sabia que existia essa profissão, até levar o Aquadog no petshop e a moça ficar com dó de mim... ou dele, ao dizer que, ultimamente, não estávamos conseguindo lhe dar a atenção devida, podendo ser isso a causa dele parecer mais tristonho. — o jovem senhor se abaixou para afagar a emaranhado de pelos claros, que saltiva pedindo atenção. — Então, ela me deu o número do Taehyung, ele é tão brilhante! Embora só tenha levado o Aquadog para passear algumas vezes, é notório a diferença. Até Mina simpatizou com ele e o chama de "Fada Tae". Ele é mesmo incrível!

— Oh, meu Deus, eu sou tão idiota... — gemeu em frustração e explicou tudo para o pai de Mina, que não conseguiu parar de rir dele e de seu embaraço. — Me desculpa pelo mal entendido e... han, pode me passar o endereço do rapaz? Faço questão de pagar a diária dele hoje, o mínimo que posso fazer é ir até lá para pedir desculpas pessoalmente.

Após isso foi para casa, fez algumas pesquisas no computador para adiantar os trabalhos da faculdade, até a barriga começar a roncar e lembrar que ainda não tinha se alimentado, fora o americano que mal tomou depois de toda aquela confusão com o cachorrinho da vizinha e o cara bonito, que acusou injustamente de ladrão. E, enquanto esquentava algo congelado no micro-ondas, se martirizou com alguns pensamentos: "Oh, Deus, qual será a reação dele quando me ver? Me amaldiçoar... ou talvez gritar comigo? Bater a porta na minha cara? Recusar ser o passeador de Aquadog?".

— Espero que Taehyung tenha piedade, mas bem que mereço... aish, por que sou tão impulsivo? — disse fazendo biquinho.

O aparelho apitou, indicando que o tempo solicitado chegou ao fim. Distraído, abriu a porta do microondas e tirou a bandeja, todavia, estava muito quente e foi impossível segurar, indo tudo ao chão em uma bagunça só. Ele até pensou em descongelar outra porção, mas viu que seu pico de ansiedade estava tão grande, que não melhoraria até resolver aquele problema de uma vez por todas.

Após limpar a sujeira na cozinha, correu para o banheiro,  enquanto pensava no que iria vestir, ia acalmando seus nervos embaixo chuveiro. Pelo menos iria bonito e cheiroso quando o pior acontecesse.