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#fiovermelhooAkaiIto


INCRIVELMENTE ALUCINANTE

Três meses depois.

Gestão financeira é algo que sempre me tirou bastante tempo, mas não de um jeito ruim. Esse era meu sonho, então finalizar um ano na faculdade me deixava muito animado.

― Dá para acreditar que estamos finalizando um ano? Para mim começamos ontem.

Taehyung falava de forma animada enquanto organizávamos nossas malas.

― É incrível como passou rápido. Ontem me despedi do meu pai, e hoje vou vê-lo de novo.

Mencionei, socando minha última blusa na mala preta.

― Pelo menos vamos ver nossa família.

Hobi disse, sentando-se na minha cama e me ajudando a fechar a mala.

― Grande coisa.

Tae falou com uma leve careta.

A família dele é um porre.

― Tudo bem que sua família é um saco, Tae, mas a minha é incrível. Então pelo menos um de nós tem que estar feliz com isso.

Hobi falou enquanto assanhava os cabelos dele.

― Você tem razão, vou me mudar para a sua casa. Será que seus pais me aceitariam?

Fingiu pensar.

― Meus pais aceitam qualquer tralha.

Hobi brincou.

― Por isso teu namorado é bem-vindo lá, né?

Retrucou, recebendo um tapa de repreensão.

Os outros já estavam no pátio ouvindo as últimas palavras do diretor, suspirando cansados, desejando ir logo embora.

Eu estava com saudades do meu pai, do meu quarto, da minha cama fofinha e de tantas coisas do meu lar.

Mas tinha algo nessas férias que me deixava ainda mais nervoso.

Não passaria elas em casa, só nos primeiros dias, pois viajaria com Jeon. Depois do nosso pequeno passeio à casa/mansão do Jackson, Jeon criou um desejo de viajar sozinho comigo.

E nesses últimos meses, era só disso que ele falava.

Eu já estava muito nervoso, sabia que ele estava aprontando algo para essa viagem, e meus amigos sabiam, mas não falavam nada.

Era irritante.

Mas incrivelmente alucinante, pois fazia com que o desejo de que isso logo acontecesse crescesse em mim.

O campus ficava a menos de três horas da minha casa. Mesmo sendo perto, foram poucas as vezes em que pude ver meu pai, então obviamente estava com uma saudade absurda.

Nos separamos ao sair da faculdade, mas prometemos nos ver em breve para comemorar. Cheguei em casa sentindo o aroma perfeito da comida do meu pai.

Estava com muita saudade da comida dele.

― Isso com certeza foi do que mais senti falta.

Falei, fazendo meu pai pular de susto e derrubar a colher que tinha em mãos.

― Me ver cozinhando?

Ele perguntou enquanto se aproximava.

― Não ― falei fingindo chateação. ― Só da comida mesmo.

Brinquei e levei um soco no antebraço em protesto. Logo depois, ele sorriu e me abraçou com força.

― Senti tanto sua falta, pai.

Falei com a voz abafada por ter o rosto enterrado em seu peito.

― Eu também, meu filho querido, eu também. Agora vem, vamos comer e colocar a conversa em dia. Quero saber como anda tudo, tudo, entendeu?

Sim, eu entendi. Desde que ele soube que eu estava namorando o Jeon, ele não me deixou em paz. Ele conhecia o pai dele, pois tinha uma empresa chamada Jeon's Technology e um grande contrato com a empresa que meu pai administrava.

Porém, meu pai não gostava dele, dizia que ele era chantagista e manipulador, e sempre pegava partes do lucro para si, mas não tinha como provar. Então, ficava apenas nas especulações.

― Então, me fala como andam as coisas na faculdade.

― Estão ótimas. Tem um professor que é incrível, um dos melhores que tem lá. Ele me lembra muito você. O jeito de ensinar me lembra a forma como você ensinava a mim e ao Hobi.

Falei de forma alegre.

― Como ele se chama? Talvez eu possa conhecê-lo.

Meu pai perguntou curioso.

― Kim Junghee. Ele deve ter sua idade. Todo mundo gosta dele lá.

E nossas conversas se seguiram até tarde. Eu contava minhas novidades e ele, as dele.

― E o Jiwon ainda enche muito seu saco?

Seo Ji Won era um funcionário da Libe Finanças, e odiava meu pai. Na verdade, ele tinha inveja, pois queria o cargo dele como CEO. Porém, meu pai nunca deu atenção para as falas dele, até o dia em que ele me envolveu nas conversas.

Ele era um homofóbico de merda, isso sim. Quando descobriu minha sexualidade, começou a atacar meu pai com isso.

― Bem, você sabe, cada dia que passa mais ambicioso ele fica, mas não dou bola para isso.

Os três dias que fiquei em casa com meu pai foram os melhores. Ele fazia questão de cozinhar meus pratos preferidos, me levar para lugares que gosto. Eu estava amando. Meu pai sempre tirava um tempo para mim, mas nunca tinha sido tanto como agora. Então, aproveitei bastante.

Eu estava tão, mas tão feliz, que dizia para mim mesmo que nada poderia estragar isso.

Nunca estive tão enganado em toda minha vida.

O que me esperava nos dias seguintes foi a prova disso.

Acabei com o tempo de doçura

Estou me odiando por isso

Mentira, não tô não

Uma história não é boa história se não
tiver um drama

Eé isso

Bjinhos

𝑭𝒊𝒐 𝒗𝒆𝒓𝒎𝒆𝒍𝒉𝒐 𝒅𝒐 𝒅𝒆𝒔𝒕𝒊𝒏𝒐 - 𝒋𝒊𝒌𝒐𝒐𝒌  [⚡] (concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora