Desejos sombrios

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Lan Xichen acordou com uma forte dor de cabeça. Sua cabeça estava doendo e ele sentiu náuseas.

Como diabos ele foi convencido a beber tanto por Nie Mingjue e Meng Yao?

Ele não pretendia beber mais do que um copo de uísque. Qualquer coisa a mais o teria deixado bêbado. Ele era o peso leve entre os três. E ele ainda bebeu mais do que pretendia. Ele estava tentando abafar a dor?

Lan Xichen nunca se considerou uma pessoa que escolheria afogar suas mágoas usando o conforto do álcool. E sua cabeça protestou contra o movimento, a tontura o mantinha deitado na cama.

Os olhos de Lan Xichen se abriram.

Cama?

Ele se levantou da cama, aquela em sua cobertura. Aquele onde Jiang Cheng estava confinado. Mas não havia sinal do homem no quarto, sua presença apenas evidenciada pela coleira aberta que estava colocada de lado no canto da cama.

Lan Xichen acordou instantaneamente, examinando a sala.

O que aconteceu?

Sua mente estava em estado de pânico quando ele abriu a porta do banheiro. O piso de mármore e os azulejos brancos refletiam a luz suave do teto. Mas estava vazio. Lan Xichen virou-se – não encontrando aquele homem no banheiro – e as portas duplas que levavam ao escritório se abriram. Sua papelada empilhada permaneceu intacta, o cobertor e o travesseiro no sofá intactos.

Essa era a palavra, imperturbável. Tudo parecia tão ordenado e arrumado. Tipo como ele costumava deixá-los todas as manhãs, nesta grande casa, sem ninguém ao seu lado. Ele saiu do escritório, a ressaca o deixando instável, enquanto vasculhava a cobertura em busca de qualquer vestígio do homem mais jovem. Cada sala estava tão desprovida de presença humana quanto a seguinte.

Lan Xichen caiu de volta no quarto, sentando-se na beira da cama, a cabeça enterrada nas mãos. Ele tentou se lembrar do que aconteceu na noite passada, mas suas memórias estavam nebulosas. A última coisa de que se lembrava era de ter sido trazido para casa por alguém. Foi Meng Yao ou Nie Mingjue?

Ele se lembrava vagamente de ter tropeçado na porta da frente, mas tudo depois disso ficou confuso. Porém, ele sonhou em como Jiang Cheng o chamava pelo seu nome de nascimento. Isso fez Lan Xichen zombar e rir do sonho ingênuo que teve.

Jiang Cheng o odiava. Ele nunca ligaria para ele tão intimamente, tão apaixonadamente como fazia em seus sonhos. Eles eram apenas sonhos.

Jiang Cheng deve ter conseguido a chave enquanto dormia. Mesmo assim, isso não explica a cama bagunçada e os lençóis manchados. Uma expressão horrorizada passou por seu rosto. Ele machucou Jiang Cheng de novo? O pensamento fez seu peito apertar de dor. Ele tentou dizer a si mesmo para não tirar conclusões precipitadas; e esse pode não ser o caso. Mas com Jiang Cheng, Lan Xichen sabia o quão longe estava disposto a ir só por ele.

Então, ele ouviu; o som do clique da porta da frente e passos suaves entrando em sua casa.

Lan Xichen abriu a porta e viu Jiang Cheng na entrada de sua cobertura.

Ele não estava sonhando, estava? Ou alucinando?

Os olhos cinzentos de Jiang Cheng piscaram para encontrar seus olhos cor de mel. Ele segurava um saco plástico na mão, vestindo algumas das roupas casuais de Lan Xichen e seu casaco, que era um tamanho grande demais para Jiang Cheng, pois pendia frouxamente em seu corpo esguio. O homem mal deu dois passos para dentro da cobertura antes de ser abraçado por Lan Xichen.

Jiang Cheng tentou manter a compostura, enquanto seu corpo era puxado para perto do corpo do homem mais velho, com os peitos juntos para sentir os batimentos cardíacos.

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