BALADA

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JOAQUÍN ONSão Paulo, Academia de Futebol

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JOAQUÍN ON
São Paulo, Academia de Futebol

Já se passou cerca de um mês desde que Anahí voltou para o México. Tenho acompanhado a tour e sua vida através do Instagram. Desde a partida dela, tenho sentido como se uma parte de mim também tivesse ido embora, eu estava com uma sensação estranha e desconfortável.

Eu estava sentado no vestiário, terminando de amarrar as minhas chuteiras após mais um treino intenso.

– Ei, mula. - chamou Zé, - Por que não vem com a gente para a balada hoje à noite? Vai ser divertido e você precisa se distrair um pouco.

Eu hesitei por um momento. Desde que Anahí havia partido, eu evitava sair e socializar. Mas talvez fosse exatamente o que eu precisava.

– Ok, trem.

Me despedi de todos os meus colegas que continuaram no vestiário conversando e fui para casa descansar antes de dar a hora de sair.

Quando deu o horário, comecei a me preparar para sair. Vesti a minha melhor camisa, passei um perfume e me olhei no espelho. Eu estava com uma sensação ruim, como se eu não devesse ir,
mas estava decidido a tentar me divertir e esquecer as preocupações, pelo menos por uma noite.

Marcamos de se encontrar na balada e assim que eu chego, era a balada mais movimentada do centro da cidade. A música era alta e as luzes neon criavam um ambiente vibrante.

Senti a energia contagiante do lugar e comecei a relaxar, indo até o camarote para encontrar os meninos.

- E aí, cheguei. - digo cumprimentando todos.

- Olha só quem resolveu aparecer! - diz Richard.

- Preparado para beber todas, mula? - diz Raphael Veiga.

- Bora descer um combo? - pergunto olhando em direção ao bar.

- Com certeza. Vamos lá Veiga. - diz Zé Rafael deixando eu e o Richard sozinhos.

- Eai Richa, desistiu da minha mujer? - debocho.

- Não sei se diria que desisti, mas percebi que você estava começando a ter sentimentos por ela, e preferi não me envolver. Mas se algum dia você vacilar e ela quiser, eu vou querer também.

- Certo. - respondo simples, vendo o Fabinho chegar com a namorada e a irmã gêmea dela.

Não vou negar, confesso que a cunhada dele me atrai.

- Eai eai - diz Fabinho nos comprimentando e as meninas fazem o mesmo.

Os outros chegaram com as bebidas e logo já estávamos rindo e conversando, deixando para trás as tensões do campo de futebol.

Entre uma música e outra, eu percebi alguns olhares da Key, a cunhada do Fabinho para mim e quando vou perceber, estávamos conversando super próximos.

Ela era divertida e animada, e ficamos rindo juntos sobre histórias das nossas vidas. Key não sabia sobre Anahí, então me senti à vontade para ser apenas eu mesmo.

Enquanto todos estavam sentados em uma mesa, Zé se aproximou e meu deu um tapa nas costas.

- Viu? Eu te disse que sair seria uma boa ideia. - diz com um sorriso malicioso.

Eu não o respondi, apenas dei um sorriso.

A noite passou rapidamente e, quando percebemos, a balada estava fechando. Me despedi de Key com um beijo intenso e trocamos telefones, prometemos nos encontrar novamente.

De volta ao meu apartamento, me joguei na cama exausto, mas leve. Sabia que ainda teria dias difíceis pela frente, mas também sabia que não estava sozinho. Tenho amigos que se importam comigo e momentos de alegria para lembrar.

Fechei os olhos e comecei a refletir, será que fiz a coisa certa ao beijar a Key? Prometi esperar por Annie, mas ela desapareceu. A turnê terminou e ela continua ocupada, sem tempo para conversar comigo. Às vezes, sinto que devo seguir minha intuição de que ela não vai voltar. Ela mora lá, a vida dela é lá, e eu preciso seguir a minha aqui.

Melodia Verde e Branca - Joaquín Piquerez Onde histórias criam vida. Descubra agora