Capítulo 1

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Manhãs não eram o forte de Renjun, ainda mais quando uma ressaca não o deixava abrir os olhos sem ter a pior enxaqueca de todos os tempos. Seu corpo todo doía, cada músculo e junta, sua garganta estava mais seca do que sua boca, um gosto péssimo que lhe fez formar uma careta; estava um completo caco, e merda, estava atrasado.

Péssimo dia para acordar sendo Huang Renjun.

Se desenrolou da coberta, resmungando com a dor chata que a luz das grandes janelas da cobertura causavam, o sol já começava a clarear todo seu apartamento, e era como se uma imensa bola clara estivesse fritando seus olhos, em conjunto com um martelo batendo exatamente em sua têmpora, quis morrer.

Precisava estar pronto e acordado a duas horas atrás, mas lá estava ele, rezando para Deus que seu cérebro não cozinhasse completamente dentro daquela enxaqueca que fervia seu sangue em uma bela sopa gosmenta, o estômago nauseado e o gosto da bebida alcóolica voltando algumas vezes.

Cambaleou para fora da cama, tropeçando em algo no meio do caminho do banheiro, xingando irritado. Olhou para trás em meio a um resmungo entre dentes.

— Mas que merda-... garoto, eu não falei para ir embora? — Revirou os olhos ao assistir Jeno deitado ao chão se contorcer e se esticar, soltando um murmúrio sonolento.

— Eram quatro da madrugada, Renjun. — A voz saiu rouca, e ele ainda permanecia de olhos fechados.

— Mas agora são quase nove, pode ir. — Resmungou ao dar as costas.

— Porra, nove horas!

O homem se levantou em um piscar de olhos, cambaleando como o Huang fez anteriormente, tonto pela ressaca. Esfregou o rosto como se ele fosse derreter em suas mãos, seguindo Renjun que escovava os dentes na força do ódio, olheiras fundas no rosto, sobrancelhas vincadas em raiva.

— Estou surpreso que você se importa com horário. — Falou embolado com espuma de pasta na boca, cuspindo ao ligar a torneira. — Pensei que seu hobby era dormir até o meio-dia e depois pedir dinheiro na praça para comprar perfume barato.

Jeno riu baixinho, cruzando os braços ao encostar no batente da porta enquanto assistia o Huang dar um jeito nas marcas escuras abaixo dos olhos, e em mais algumas espalhadas pelo pescoço, enquanto resmungava algo sobre ele ter sido descuidado.

— Você nem me conhece. — Arqueou ambas as sobrancelhas, um sorriso divertido nos lábios finos porque o humor de Renjun era péssimo e ácido e isso o atraía muito.

— Sei seu nome, e é o suficiente.

— É claro que sabe, gemeu ele a madrugada toda.

— Esquece isso, não vai acontecer de novo. — Revirou os olhos ao empurrar Jeno e seguir para o guarda-roupas, deixando o Lee para trás. — E vê se põe uma roupa, Jeno, pelo amor de Deus!

— Como assim "esquece isso"? Tá falando sério?

O seguiu até o meio do apartamento em conceito aberto, pegando sua cueca largada no sofá para vestir em meio ao processo. Sua feição agora estava realmente séria e confusa, mas em momento algum Renjun parou para prestar atenção, sendo rápido em vestir o jeans e abotoar a camisa, passando as mãos no cabelo para ajustá-lo.

— Óbvio.

— Não vai nem me dar seu número?

Ficou parado com os braços ao lado do corpo, e Renjun parou para olhar sua carinha de cachorro abandonado após passar perfume e pegar seu celular.

Riu soprado.

— Não, e não adianta pedir duas vezes. Não vou te ver nunca mais mesmo.

Passou ao lado do Lee, deixando um beijinho no canto de sua boca, tão rápido que Jeno nem conseguiu reagir.

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⏰ Última atualização: Jun 10 ⏰

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