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Atualmente

O cheiro de hortelã me despertou mais uma vez. Era uma essência de casa dia. Estava divorciada mas ainda vivia com meu ex-marido. Taylor e eu estávamos morando juntos até conseguir decidir como fazer com Bee.
Uma garotinha de seis anos, o verdadeiro amor da minha vida. E a lembrança continua de tudo que vivi.
Minha mãe mora conosco também.Ela teve de se mudar.Depois de Green Lake se virar contra minha mãe. Tinha saído em todas os jornais da cidade "Luck Este, escritora best-seller acusada de assassinato"

Pete assim como meu pai, foi encontrado flutuando na lagoa a 100 metros da nossa varanda. Assim como papai a 10 anos antes. Minha mãe perdia mais um marido para o Green Lake. MAs daquela vez a cidade não lhe acolheu com braços abertos e compreensivos. Não teve nenhuma vizinha desconhecida trazendo comidas e cupcakes para mim. Eu já tinha 18, Jade e Kai 23. Eu era líder tua de torcida, no último ano do ensino médio. Eles, universitários e em menos de um ano, futuros e Sr e Sra. Sharp.
Kai nunca viveu na nossa casa. Mesmo quando Luck foi embora e o largou. Ele passou a adolescência na sua própria casa.

"Porque você não entra?" — Jade perguntou com desdém. Eu apenas acenti, concordando.

Eu não me importaria num todo. Amava Kai é todo mundo sabia. Menos ele, aparentemente. Por mais que naquela altura fôssemos meios-irmãos, eu  não abriria mão dele.

" Você odeia tanto seu pai?", perguntei.

Ele nunca nos respondeu. Vivemos anos de silêncio e contentamento. As coisas se tornaram agitadas quando Kai percebeu que não teria apoio financeiro de Peté vulgo meu pai, mas daí ele criou seu próprio fundo, trabalhando até tarde  em bares, e onde fosse necessário,  ele entrou para cinco universidades no fim de tudo. Ele queria Yale, ele sempre deixou isso claro, mas Jade não entrou e Yale. E Jade financiou o resto. Então com sua grande gratidão, Kai largou seu sonho é foi de malas prontas para UCLA, com Jade. Jade que supostamente era minha amiga, não me contou nada sobre isso.
E eu só soube disso quando recebi o convite, junto do pedido claro de Jade para ser cá sua madrinha. E minha mãe rasgou os convites em pedacinhos.

Olhando agora, sete anos depois, ainda acho que foi uma boa ideia não ir ao casamento. Logo depois eu descobri que estava grávida.
Para o meu espanto, Taylor topou o casamento forçado que meu padrasto impôs.

Nos casamos antes mesmo que a barriga ficasse amostra. Entramos em  NYU e deixamos o bebê com minha mãe. Quando terminamos a faculdade percebemos o quão distintos éramos. Em um ape apertado com outros 3 colegas, éramos felizes, mas a convivência só nós dois em uma casa espaçosa que Taylor ganhará do pai em Boston junto de um luxuoso carro, serviu para nos mostrar que muita coisa tinha mudados.
Ainda tentamos por um tempo. Mas não éramos mais o que éramos.

O divórcio só saiu mês passado, a casa fica com ele claro, eu não gostava daquele lugar, a casa os carros... eu nunca tinha passado necessidade ou sido realmente pobre. Mas de alguma forma sempre gostei do mais simples. Então meu duplex em Manhattan parecia melhor que aquilo. Bee gostava de lá, então estava tudo certo. Taylor se graduara em medicina. Quase não poderia ver Bee. MAs se quisesse, tinha carta branca para vê-lá o quanto quisesse. Enquanto eu, me dedicará essencialmente a Literatura durante a faculdade, agora possuía dois manuscritos publicados e prósperos e me sentia feliz. O sucesso viria com o tempo. Mas já me contentava com um leitor no supermercado ou no banco que me parava para dar um "oi"

" Quando você vai lançar este?", Taylor perguntou da sala. A separação do que chamávamos de sala de estar e cozinha na casa de Taylor era uma ilha enorme de mármore e eu estava atrás dessa ilha e ele no canto do outro compartimento, lendo o meu mais novo trabalho. Uma obra biográfica.

Eu sorri com aquilo. Tinha sido um projeto da faculdade que tivera sido obrigada a fazer para terminar uma cadeira.

"Não é para já", manejei a faca para cortar os legumes, enquanto pensava na origem daquele manuscrito
Na altura lembro-me de ter achado a coisa mais chata. Falar de mim mesma. Era chato e estranho.

"Hum",  ele disse apenas.

" O que achou?", Perguntei, curiosa.

"Bom...esse manuscrito parece muito com você", ele disse, risonho.

Não pude deixar de rir, é essa a forma de suavizar uma enorme crítica, sempre vem um "mas" depois disso.

"Mas...."

Ele sorriu. Esse mesmo sorriso que me manteve completamente apaixonada por lindos cinco anos. As covinhas  salientes na pele clara.
Tudo nele é lindo.

"Como eu disse...tem muito de você nele. Acho que você deveria terceirizar, por exemplo.. nesta parte você fala da tia Betty", ele ri, se levantando e vindo até mim." Fica super claro que você simplesmente odeia ela".

E nós dois gargalhamos. Eu detesto mesmoooo a tia Betty.
Ela é a irmã da mãe de Taylor e claro que ela dá opniões não solicita das sobre nós, o tempo todo. E sim, Taylor ganha uma parte no meu livro. E na dedicatória, mas ele não precisa saber.
"Eu odeio mesmo a Tia Betty ", solto a faca e olho nos olhos dele. Os olhos dele são de um castanho vivido e alegre. Ele é três anos mais velho que eu. Ele estava de férias em Green Lake quando nos conhecemos. Foi amizade a primeira vista. Quando recebi os convites do casamento de Kai, fiquei de rastros e bebi até cair. Na manhã seguinte acordei na minha cama em repleta segurança.

Minha mãe ficou agradecida por Taylor e depois disso ele passou a convidado especial diário nas jantas e em um mês, assumimos o namoro.  Depois disso, é história.

"Sabe, eu estive pensando e talvez a Bee pudesse continuar a estudar com a tutora", contei a Taylor. Podíamos ter uma vida diferente da de outros casais. Mas se tinha algo que nos unia era Bee
Ele ficou pensativo.
"Bom, por mais que eu não veja nenhum problema nisso, a Bee provavelmente vai", disse
Suspirei.
"Eu nao sei anda em que escola matrícular ela"

Já tinha vasculhado toda Manhattan. Dinheiro não era problema, até porque Taylor pagaria. Mas muitas das escolas pareciam muito esnobes.
" Você viu à Ree White", ele perguntou cauteloso.

"Foi minha primeira opção", menti.

A Reewhite era a pior delas. Como deu nome já sugere é uma instituição maioritariamente branca e com inúmeros processos por racismo

"Lá a Bee não pisa" sussurrei para mim mesma.

" Ham... e a Kingdom?"

Ofeguei. A Kingdom era perfeita. Mas tinha um porém. A minha vida aprendi a ser meticulosa e organizado com tudo. Era uma escola inclusiva e livre. Umas das três melhores. Mas o que incomodava nela, além do fato de ficar a 50 minutos de casa era o fato de quem daria aulas a minha filha.

Na pré-submissão on-line eles simulam uma inscrição, mostram a sala de aulas em que seu filho posteriormente estudaria, suas rotas e seus tutores.

Jade Ashely Eichard- Sharp. Seria sua tutora responsável pelo ano inteiro. Quase gelei com a informação, e prefiri não compartilhar com Taylor mas ele deveria saber que algo estava errado.

"Você está me assustando" Taylor disse cauteloso. Em algum momento eu tinha parado de cortar os legumes.
"Não é nada", forcei um sorriso "Acho a Kingdom perfeita"

"Vamos matricular ela lá " sorri.

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