Capítulo 02- Me Veja!

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Criado em 11/06/2024
Publicado em:13/06/2024

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Win passou o dia disperso, em sua mente só passava a imagem do garoto fofo, até seu nome ele achou encantador. Ele não conseguia se livrar do desejo de conhecê-lo e de se aproximar do pequeno, ao mesmo tempo que tinha a certeza de que não era uma boa influência para o Nong e que muito menos Pruk e Sky confiariam nele para isso. O jovem realmente se sentiu no fundo do poço, sem coragem para mentir a si mesmo, para dizer que estava tudo bem, que não havia nada de errado em sua nova maneira de viver, que ele estava feliz daquele jeito. Ele estava tão amargo com aquela sensação que naquela noite não atendeu às ligações ou respondeu as diversas mensagens com convites para curtir as baladas, optando por ficar recluso em casa.

O Sr. Noppanut já estava com dor de cabeça se preparando para outra noite mal dormida com a preocupação do paradeiro de seu filho, ficava extremamente triste e se sentia impotente diante dos problemas que Win não admitia ter e, a discussão que tiveram pela manhã provavelmente seria usada como desculpa para o garoto passar a noite fora. Por isso tudo, ele ficou muito surpreendido, quando ao entrar em casa, a sua governanta veio informar que o seu filho se encontrava em casa e que, provavelmente, veio direto da faculdade e desde então estava em seu quarto. Franzindo a testa em dúvida sobre a informação que acabou de receber, ele subiu as escadas para verificar com seus próprios olhos. Quando chegou no corredor começou a ouvir uma suave música vinda do quarto do filho o que lhe trouxe outra informação, aquele era o cd que sua esposa mais gostava que sempre que estava com saudades ele colocava para tocar, então, tinha algo incomodando seu rapaz.

- Hum... posso aproveitar que está em casa para pedir algo especial para jantarmos?- O Sr. Noppanut perguntou de forma casual aparecendo na porta entreaberta. -Devo aproveitar a raridade do momento.- Apesar da queixa implícita, ele ofereceu um largo sorriso como uma bandeira de trégua.

-... Ah... ok!- O loiro jogado na cama respondeu depois de alguns segundos de hesitação.- Pode ser!... - Win falou um pouco mais convicto.

- Bom!- O Sr. Noppanut se retirou e foi direto para o seu quarto de onde já pediu os pratos preferidos deles, não iria perder a oportunidade que surgia à sua frente.

Win queria recusar a princípio, mas estranhamente se sente nostálgico e com saudades do pai, então resolveu aceitar o sinal de paz. Ele ficou ali parado, olhando para a porta com tristeza, sabia que estava machucando seu pai com todas as suas ausências e desobediências. Afinal, um pai que dá o seu melhor para criar um filho de 5 anos sozinho, após a morte da esposa e, que sempre esteve presente em sua vida, não merecia estar passando por tal situação. Essa certeza deixava o jovem envergonhado e incerto para seus novos passos, não podia continuar ferindo daquela maneira quem sempre viveu para ele. E, aquela era mais uma prova de que não deveria se aproximar do menino Team, para não envenenar sua vida com toda sua obscuridade.

Minutos depois pai e filho estavam reunidos na mesa de jantar, neste momento Win pode confirmar todo o esforço que aquele homem ao seu lado continuava fazendo por ele, aumentando o nó dentro do seu peito. E, após alguns resmungos como respostas das tentativas de abrir um diálogo de seu pai, o loiro reuniu alguma coragem para perguntar algo que estava inquietando sua mente, ele pediu que lhe contasse como foi que sua mãe foi cortejada, pois a única coisa que sabia era que os pais se conheceram na época da universidade, nunca tinha questionado a fundo para não entristecer o pai, mas agora Win sentia uma necessidade de saber, talvez para conseguir encontrar um acalanto para sua alma.

Para a surpresa do rapaz, nada tinha sido um mar de rosas como imaginou, sua mente tinha apenas floriado devido às suas lembranças de um casal muito apaixonado e feliz de sua infância. Eles eram de classes sociais diferentes e tiveram que enfrentar o desagrado das famílias, além das próprias divergências de pensamentos e formas de viver a vida. Tinha sido difícil no início, mesmo com o tamanho do amor que nutriam um pelo outro, mas houve muito diálogo entre eles e cada um fez sua parte de concessão para que pudessem se ajustar e viver melhor. Win olhava para o pai contando tudo com os olhos brilhantes e um sorriso imenso no rosto, conseguindo identificar, além da saudade pela amada, um misto de paz e amor. O jovem desejou mais ainda ter aqueles sentimentos em sua vida.

- O Sr. acha que um dia... eu terei algo assim? - Win perguntou timidamente, surpreendendo o pai.

- Se você desejar e lutar por isso, sim você terá!- O Sr. Noppanut falou muito firme encarando seu filho nos olhos.- Mas para que alguém te ame de verdade, você precisa primeiro se amar e mostrar que vale a pena... - Ele completou e os olhos do loiro se encheram de lágrimas e desilusões.

- Eu.. não sou bom o suficiente...- Win murmurou triste baixando o olhar.

- Filho... - O Sr. Noppanut chamou e o loiro voltou a olhá-lo. - Uma tempestade não destrói um lindo vale, ela faz com que as plantas fiquem mais vivas... assim como esse período difícil não define quem você é... - Ele pegou a mão do rapaz com firmeza.- Cabe a você definir o que levará dessa tormenta.- O Sr. aconselhou e o loiro emocionado se levantou e abraçou o pai pedindo desculpas por tudo que vinha fazendo.

Depois da conversa com o pai, uma pequena faísca de esperança começou a brilhar dentro de Win. O jovem queria uma chance com o Nong e iria ao menos tentar. No dia seguinte ele acordou animado e muito focado, mas as chances de fazer o Team enxergá-lo foram frustradas uma a uma. Primeiro no cruzamento onde o viu pela primeira vez, o loiro dirigiu para lá no mesmo horário e aguardou o pequeno, buzinando para chamar a atenção dele, mas o garoto atravessou correndo sem olhar em sua direção. Na cantina perto de onde os três Nogs se encontraram no dia anterior, o jovem perdeu a coragem quando viu Sky se aproximando, ele ainda não estava pronto para enfrentar seu amigo mais ferrenho. Então, só lhe restou uma última alternativa: ir para o clube de natação.

- Pruk!- Win chamou o amigo que estava arrumando as toalhas em um canto. - Eu sei que vocês não me querem aqui... mas eu quero realmente voltar... sei que agi como um idiota e irresponsável, mas eu prometo que se me derem uma nova chance eu vou me endireitar. - Ele implorou deixando o presidente do clube atordoado, mas antes que este pudesse lhe dar uma resposta alguém interferiu na conversa.

- P'Win? É você mesmo, P'Win?- Uma voz alegre soou atrás de Win.

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