Capítulo 24

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Mesmo que Beatriz estivesse arrependida de ter concordado com o plano da senhora Yasmin, Alane ainda podia dizer que ela queria desesperadamente rir.

Após entrarem na sala da senhora Fernanda, ela fulminou Beatriz com um olhar assassino, vendo a menina entrar abraçada com Alane pela cintura. Vanessa comentou baixinho que a professora parecia tremer de raiva, observando com os olhos faiscando. A paraense estava tentando decidir se achava graça ou sentia pena de Beatriz.

Outro momento bastante eufórico para todos foi quando Fernanda pegou uma das alunas cochichando e fazendo comentários homofóbico sobre Beatriz e Alane. O resultado foi a menina sendo expulsa da sala e reprovado em todas as matérias da professora. Alane, como a pessoa que era, ficou com pena. Já Beatriz e Vanessa riram.

— Senhorita Reis.

Beatriz parou com as carícias no braço de Alane e encarou a professora, que havia pronunciado as palavras entre dentes. A menina paulista piscou, tentando se recompor, e por fim sorriu largo, irritando Fernanda ainda mais.

— Sim, senhora Bande?

— Ficará comigo depois da aula. Está precisando melhorar na minha matéria.

— Isso significa que vou poder ficar com Alane para as aulas de reforço? — ela se virou para a mais nova e aumentou o sorriso, embora seus olhos estivessem cheios de pavor. — Ficaremos mais juntas, Lane!

— Não! — Fernanda falou irritada. — Vai ficar durante o almoço.

— Não temos aula com a senhora depois do almoço, logo, não posso ficar. — Fernanda piscou, seus olhos borbulhando de ódio.

— E a senhora não pode nos prender no horário de almoço, é contra o regulamento da escola. Não podemos estudar com fome. — Alane falou baixinho. Fernanda olhou em sua direção, um tanto incrédula. A menina se virou para olhar Beatriz com um olhar de pena. — Você quer que eu fique com você Bia?

— Se você-

— Você não vai ficar em lugar nenhum Alane. — Fernanda a cortou imediatamente, fuzilando Beatriz com os olhos. — Você vai ter aulas comigo depois que terminar o horário escolar.

— Se a senhora tiver aqui ou na casa dela, então posso participar. Não tem nada que impeça.

O olho de Fernanda começou a tremer descontroladamente e sua boca se comprimiu em uma fina linha reta. Beatriz começou a rezar baixinho, mas a carioca não notaria nem se quisesse.

— Ligarei para os seus pais, Alane, e os informarei sobre as aulas extras. Quero total comprometimento e nenhuma distração. Isso inclui amizades na sua casa. — Alane franziu o cenho.

— Mas-

— Tenho certeza que eles vão adorar saber que anda se agarrando pela escola, portanto, são as minhas regras ou nada.

Ela deu um sorrisinho cruel e se afastou da mesa delas, deixando as meninas de boca aberta.

— Filha da mãe! — Beatriz xingou baixinho.

— Cachorra sem vergonha! — Vanessa falou sem pensar, e se encolheu quando o olhar descrente das duas garotas pousou nela. — Desculpa.

— É minha amiga, vai ter que falar com a senhora Yasmin sobre o plano ter ido por água abaixo.

— Você não está nem triste. — Vanessa acusou, fazendo Beatriz dar de ombros e sorrir triunfante.

— Não acabou ainda. — Alane falou calma, e pegou seu lápis na mesa para recomeçar a copiar a matéria do quadro. — Ela não é a única que tem truques.

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