Cap. 4 | Medo

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Eu sou o Vini, Vinicius. Eu estou no segundo ano do ensino médio. Eu gosto de ouvir música, arte grega, stabilo, Rita lee, dança, mas não de dançar.
Passei minha vida inteira vendo meu trair bater na minha mãe, ninguém mais sabe disso, nem minha própria mãe... eu penso em contar pra ela, mas não tenho coragem. A verdade é que meu pai me dá um pouco de medo sabe. Minha mãe não trabalha, então assim que ele descobriu que eu sabia me ameaça dizendo que se eu contar vai botar eu e ela pra fora de casa. Eu sou um pouco ausente em casa, eu amo minha mãe, então é meio difícil esconder isso dela, então evito ficar em casa quando meu pai tá lá. Ele viaja muito então fica mas fácil. Eu sou muito grato por ter o Ethan como refúgio, acho que muitas pessoas que passam por essa situação não tem uma pessoa pra servir de apoio. Apesar de o Ethan não saber o que acontece lá em casa exatamente, ele ainda é meu refúgio.
Recentemente eu confessei gostar de alguém pro Ethan, ele disse que também gostava. Nós prometemos tentar esquecer a pessoa, seja lá quem for. Até agora a única coisa que eu fiz foi sair com a Milena, foi quando eu perdi meu BV, talvez você não dê importância pra esse tipo de coisa, mas eu dou. Acho que influência dos romances do Ethan. Eu mencionei ter saído com a Milena pra tentar esquecer a pessoa, foi bom, é legal conversar com ela, ela é uma boa amiga, mas confesso que não que não ajudou à esquecer.
Eu sei que você pode estar curioso pra saber quem é (ou não), então eu vou falar logo. A pessoa por quem estou "apaixonado" (entre aspas, porque a autora acha uma palavra muito boiola)

É o Ethan.
Foi um pouco confuso pra mim no começo, mas estou certo de que amo ele como amigo, mas vai mais além disso, eu amo jeito como ele se estressa e chora com coisas simples, o fato dele cheirar a pão recém saído do forno, o jeito como seus cachos caem sobre seu rosto quando coloca um boné ou o capacete de bicicleta, o jeito que ele bate palmas como uma criança e o mais importante, como ele sempre está lá pra mim quando eu preciso. Eu acho que isso explica um pouco o fato de eu nunca ter me interessado por nenhuma garota. Acho que existe a possibilidade de eu ter tido uma paixão curta por algum outro cara, mas só fui entender isso com o Ethan. Dito isso, acho que já ficou subentendido que eu sou gay.
Sinto um pouco de vontade de contar isso pra minha mãe (com isso já são duas coisas), acho que ela iria me apoiar, mas ainda tô reunindo coragem, tipo quando você quer matar um bicho que entrou no seu banheiro mais você é medroso então fica um tempo decidindo se vai matar ou deixar o banheiro pra ele, só que nesse caso caso, estou reunindo coragem há oito meses, três semanas e cinco dias. Mas quem tá contando?
Meu pai tá no trabalho, então esse é um dos raros momentos que fico em casa, aproveito esse momento pra ficar com minha mãe. Nós estamos fazendo um bolo de cenoura com calda de chocolate, eu fiz um chocolate quente pra mim e pra minha mãe, nós conversamos um pouco e quando o assunto surge deixo escapar:
- Mãe, você não pensa em arrumar um emprego. Sabe... pra não ser totalmente dependente do pai...
- Na verdade... Me ofereceram um emprego na sua escola como pedagoga.
- Você aceitou, né?
- Ainda não, vou falar com seu pai antes.
- Não. - corto ela - Não precisa, aceita e fala com ele depois. Ele não é seu dono.
- Eu sou casada com ele. - ela diz num tom sério.
- Aceita agora, conta pra ele logo depois. Você é casada com ele. Ele tem que te apoiar.
- Tá, nem deve fazer tanta diferença assim, além do mais eu não posso ser totalmente dependente dele...
- Isso aí, garota.
Minha mãe é minha melhor amiga, eu me odiaria se ela ficasse presa ao meu pai pra sempre por que eu não tive coragem de falar com ela.
Nós comemos o bolo e tomamos o chocolate vendo novela. Está um friozinho muito gostoso. Era meu dia de lavar a louça, quando terminei minha mãe me disse que já ligou pra Andressa (dona da escola) e conseguiu o emprego. Ela ia ligar pro meu pai pra contar, mas ele chega bem na hora.
- Eu vou pro parque pra caminhar. - não vou.
- Tá bom... - minha diz e dá um sorriso confuso.
Saio as pressas e vou pro parque. Fico lá um tempo aproveitando a serenidade da noite, quando recebo uma mensagem da minha mãe.

- Tá tudo certo aí? Tá demorando.

Vou dormir no Ethan hoje. -

- Tá, mas seu pai viaja amanhã de manhã.

Eu ligo pra ele depois -

- tá bom
- Te amo.

Também te amo!! -

Agora preciso ir pra casa do Ethan. Não está tão tarde, são umas 20:40. Vou lá e toco a campainha, a mãe dele, com um pijama de seda preto. Ela me deixa entrar e vou pro quarto de Ethan. Acho que ela já se acostumou comigo dormindo aqui. Vou até o quarto dele. Nessa hora não sei oque aconteceu, mas assim que sento na cama dele conto tudo sobre meu pai pra ele e sobre minha mãe ter aceito um emprego na nossa escola.
- Nossa! Porque nunca me contou isso? - ele interroga.
- Eu não sei. Não sabia se você iria entender.
Eu apoio a cabeça no seu colo e ele acaricia meu cabelo, deixando minha testa visível. O dia de hoje foi bom. Estou sentindo uma sensação muito boa agora.
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Oi, tava meio sem criatividade.
Sei que minha fic é flopada, mas escrevo por diversão
Obrigada por ler <3!

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⏰ Última atualização: Jun 18 ⏰

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