A Voz de Um Alfa • jikook

3: Sirius

Boa leitura!

[...]

Quando o Park acordou pelo frio que invadiu o local em que estava, seu corpo e seu lobo entraram em estado de alerta por não reconhecer o lugar inicialmente. Seu olhar agitado analisou cada canto do cômodo frio e úmido, no entanto, quando seu olhar chegou à porta de ferro pesado, ofegou em medo por enfim reconhecer o local: ele estava preso na cela de sua própria alcateia. E não era o melhor lugar para prender um ômega, pois ficava no ponto mais alto da montanha e aquilo poderia trazer consequências para um ômega sem marca. E, para ele, era pior por conta da sua condição atual.

Ouvindo passos de algum lugar do corredor dali, pois era impossível saber a posição certa de onde provinha os sons. Tentou se esconder, mas o tombo que levou ao cair da cama lhe trouxe o lembrete: não havia como fugir. Não naquela condição. Estava à mercê de qualquer situação e não havia ninguém para lhe ajudar.

Com o corpo colado ao chão e, tentando inutilmente se levantar, uma voz o chamou por sua atenção;

— Se quiser posso deixar a porta aberta para facilitar sua fuga, ômega — disse o beta com desdém, Jimin bem que conhecia Beom-seok, era o seu nome. Era um dos betas mais repudiantes que havia na alcateia. — Aliás, ficou apagado por três dias. Acho que eles passaram da dosagem na hora de te apagar.

Três dias?! Pensou consigo mesmo, assustando-se com a informação.

— O que eu faço aqui? — indagou Park, já sabendo que seria uma pergunta bem arriscada a se fazer para um beta que fazia parte da equipe de luta de sua alcateia.

O beta caminhou, lentamente, até estar próximo ao ômega e quando ficou a dois passos de distância, se agachou ficando com o rosto próximo ao seu, deixando-o desconfortável com sua aproximação.

Beom-seok possuía uma cicatriz no olho esquerdo, onde a garra de um alfa havia lhe acertado, acarretando também numa cegueira incurável. Lhe deixando com um ar assustador.

— Preso em uma cela e pergunta o que faz aqui? Não sabia que gostava de piadas, Park — sorriu. — Mas, como estou de bom humor hoje irei te responder. Seu alfa está preso também, mas não está colaborando em dizer as coisas para o líder…

— Ele não pode falar! O que estão fazendo com ele?! Se eu souber o que estão fazendo, eu vou… — sua fala foi cortada com o forte tapa que recebeu em seu rosto, lhe deixando desnorteado por alguns segundos, contudo não deixou-se abalar por aquilo e continuou voltando seu olhar determinado, que oscilou entre o natural e um rosa, para o beta que não percebeu aquela rápida oscilação. — Mantê-lo preso e torturá-lo para conseguir resposta, não vai ajudar vocês, mas se me deixarem eu posso ajudar.

— Você não pode fazer nada, ômega! Você é um inválido, incapaz de se defender ou defender alguém! — cuspiu as palavras de odio sem dó e pouco importando com o sentimento do ômega. — E por um acaso está cogitando em traição contra aquele alfa? — Jimin rapidamente negou apoiando-se no piso frio, deixando seu corpo sustendo melhor em seus braços que ralou quando caiu. E tentando não se sentir afetado com as palavras ditas pelo beta.

Mesmo que ele tenha uma taxa gigante de verdade: ele não podia fazer nada por ninguém e nem mesmo para ele.

— Não! Eu só não quero deixá-lo sofrer nas mãos de vocês! 

Mentiu.

— Irei conversar com o líder sobre isso agora e trago a resposta assim que possível e, enquanto isso... — o pegou de qualquer forma pelo braço colocando-o de volta na cama —, você continua aqui dentro e espero que continue aí. Ah, lembrei! Você não consegue fugir — o beta saiu fechando a porta enquanto ria da situação do ômega.