Vol. I (part 7)

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Barulho, barulho. Trituração, raspagem.

O som de comida ecoava alto no grande salão. A sala de jantar, que era usada apenas por nobres e convidados de alto escalão, tinha uma longa mesa de jantar que podia acomodar dezenas de pessoas. Havia apenas duas pessoas sentadas agora, e apenas uma delas estava comendo.

Melmond só conseguia olhar para a comida luxuosa à sua frente e não conseguia tocá-la. É claro que não era porque ele estava tocado pelo tratamento que recebeu após 15 anos de entrada no palácio. Foi o contrário. O guia, o atendente da corte, desapareceu, deixando apenas os dois aqui, zombando. Bem, eles o trataram assim, então ele deveria ser grato e se sair bem no futuro, como se estivessem lhe dizendo para fazer isso.

Ele achava que seu orgulho havia desaparecido há muito tempo enquanto trabalhava no palácio, mas, aparentemente, não havia. Melmond olhou para sua comida intocada e levantou os olhos. Abel, sentado à sua frente, havia esvaziado todos os pratos e estava olhando atentamente para a comida de Melmond.

— Você quer comer?

— Ah, não. Se você não vai comer, devo levá-lo ao mestre?

Ao ver o rosto risonho de Abel, Melmond ficou irritado novamente. Aquele garoto tolo. Ele nem sabe que está sendo ignorado. O problema começou com o fato de ele ter aceitado a proposta de Truyde sem qualquer hesitação.

— Você tem alguma ideia?

— Sim?

Abel colocou cuidadosamente os salgadinhos em um lenço e piscou os olhos. Melmond mal conseguiu conter um suspiro e o repreendeu em voz baixa.

— A proposta de Truyde era que você se tornasse o Regas do príncipe. Você sabe o quanto isso é perigoso? Nenhum Regas foi capaz de ficar ao lado do príncipe por mais de uma semana. Ouvi dizer que o príncipe já havia se entregado à matança aos 8 anos de idade. Alguns até suspeitam que ele tenha problemas nas cordas vocais porque nunca falou. E ele também não está em seu juízo perfeito, pois rejeita todos que se aproximam dele. Como você pode lidar com o príncipe, que nem consegue falar, em um mês?

Truyde pediu que ele se tornasse o Regas do príncipe e estabeleceu um prazo de um mês. Se ele não obtiver resultados notáveis dentro desse prazo, deverá se retirar. Até mesmo o fato de durar um mês é incerto, quanto mais alcançar resultados notáveis. Melmond soltou um suspiro relutante.

Suspiro, se você falhar, o problema não será apenas seu. Nossa facção, que mal produziu um ou dois Regas e continuou nossa linhagem, será responsável e talvez nunca mais consiga entrar no palácio novamente.

O rosto de Melmond estava cheio de preocupação, mas Abel apenas sorriu levemente.

— Mas o que o Duque disse está certo. Se o mestre quiser evitar o desastre que viu em seu sonho, deve haver um Regas adequado ao lado do príncipe. E acho que o mestre ficaria mais feliz do que qualquer outra pessoa se fosse eu.

— Você não acredita seriamente que é um Regas de verdade, acredita?

Embora soubesse que essa era uma pergunta que não deveria fazer, Melmond não pôde evitar. Se Abel não se saísse bem, as repercussões chegariam até ele também. Isso significava que sua vida estável e pacífica poderia chegar ao fim. Sabendo ou não o que se passava no coração de Melmond, Abel amarrou cuidadosamente o lenço que continha os salgadinhos e acenou com a cabeça.

— Eu acredito. Porque é o que meu mestre pensava de mim.

— ……

— Vou me sair bem. Não se preocupe muito. O Duque concordou em apoiar tudo o que você quiser. Ele também disse que concederia meu primeiro pedido em breve.

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