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"Sofrer e chorar significa viver."
Fiódor DostoiévskiSkyler
Resmunguei de dor, enquanto sentia o contato do chão gélido do porão contra o meu corpo quente e, provavelmente, cortada. Ao menos precisei olhar, sabia que havia me ferido novamente.
Recordo-me de uivar por horas, enquanto tentava, de alguma forma, escapar do porão. E, frustrada, ataquei a mim mesma.
Passei a mão pelo o meu corpo, onde era possível sentir os novos ferimentos em meus seios, pescoço e coxas. Suspiro em irritação, mordendo o interior de minha bochecha tão agressivamente que sinto um gosto metálico.
Ouvi passos aproximando-se em uma velocidade não humana e sorri. Era papai.
Os meus sentidos ficavam mais aguçados após episódios.Arrastei-me até o canto da sala e apanho um cobertor, e o envolvo ao redor de meu corpo, por mais quente que ele estivesse.
Estava escuro, eu odeio o escuro.
"Pai." Digo com a minha voz saindo quase em um sussurro. Ergui meu punho e dei três toques na porta, indicando que meu pai poderia aproximar-se.
A porta se abriu, fechei os olhos quase que instantaneamente, sentindo a luz forte queimar os meus olhos. Levantei-me com maestria, estava acostumada a episódios daquele tipo.
Senti meu pai envolver meus braços ao redor de seu pescoço, dando-me um apoio ao caminhar. As manhãs seguintes de minhas transformações são um tanto delicadas. Eu me tornava a pessoa mais ranzinza possível, não que em outros momentos não seja, mas era pior.
Um aroma forte e adocicado fez-se presente assim que a porta abriu, e apenas se intensificava a medida que eu subia as escadas. Meu pai me ajudou a chegar até o banheiro e entregando a minha toalha, o recente aroma de amaciante indicava que havia sido lavada na noite anterior.
Em muitas vezes, eu me assustei com os meus sentidos. E, me assustei quando me recordei que eu não poderia escutar as batidas do coração de meu pai. Pelo menos, não mais.
Após trancar a porta, vacilei por alguns segundos em despir-me. Por mais que eu tivesse me ferido, apesar de notáveis, eles se restabeleciam velozmente.. Eu não precisava de ataduras. Os cortes se curavam, porém as cicatrizes não desapareciam.
Meu corpo estremeceu, enquanto eu via o enorme estrago que percorria pelo o meu corpo. Meus cabelos curtos um pouco abaixo das orelhas estavam arrepiados. O sangue seco e os arranhões iniciando-se em meu pescoço, seguindo até o meio de meus seios e, recomeçando em minha coxa. Poderia dizer que não havia mais cicatrizes, mas eu estaria enganando a quem?
Até o meu rosto tinha cicatrizes, elas se estendiam por todo o meu corpo.
Meu pai e eu adoramos inventar histórias para desconhecidos sobre as origens de minhas cicatrizes. Para momentos que alguém questione sobre tantos ferimentos. Claramente, não é todo dia que se vê uma garota fudidamente coberta de cicatrizes.
Inclusive, não frequento mais a escola.
Lavei meu corpo delicadamente, encarei o líquido transparente transformar-se em marrom avermelhado e suspirei. Isso tudo chegaria ao fim em algum momento?
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𝐓𝐄𝐑𝐑𝐈𝐅𝐈𝐄𝐃 | 𝐄𝐦𝐛𝐫𝐲 𝐂𝐚𝐥𝐥
Fanfiction𝐓𝐄𝐑𝐑𝐈𝐅𝐈𝐄𝐃 "Não sobraram muitos deles. Caius os teve caçados quase em extinção." A obra "Terrified" nos conta a história de Skyler Mitchell McLean, e que em uma fatídica noite é mordida por um "Filho da Lua", também conhecido como Lobisomem...