Draco estava sentado na cama de metal, totalmente ileso. Suas pernas estavam esticadas à sua frente, seus olhos estavam fechados e suas mãos cuidadosamente cruzadas no colo. Ele estava vestido todo de preto, um casaco pesado com a gola reta emoldurava suas feições afiadas e angulosas e seu cabelo claro estava despenteado e caindo sobre os olhos.
— Malfoy, Hermione está aqui.
Seus olhos prateados se abriram instantaneamente, fixando-se no rosto dela.
— Granger — ele disse com apenas um breve lampejo de alívio em seus olhos.
Hermione deu um passo à frente, descansando a mão em uma das barras da cela, estudando seu rosto. — Draco, o que aconteceu?
Ele levantou uma sobrancelha e deu de ombros como se a prisão de rotina fosse simplesmente um aspecto inevitável de sua vida. O que, de muitas maneiras, era.
Ser sua advogada de defesa e representá-lo de novo e de novo e de novo era a razão pela qual eles foram forçados a ficar juntos com tanta frequência que começaram a namorar.
O distintivo de auror de Harry deu um ping suave e melódico, ele olhou para ele. — Eu volto já.
Uma vez que Harry se foi, Draco se levantou e caminhou até as barras.
— Ei — Sua voz era calma quando ele olhou para ela. — Como foi sua viagem?
O peito de Hermione apertou. — Não se atreva a tentar falar sobre meu estúpido simpósio — sua voz vacilou. — O que diabos aconteceu com você?
— Ah. Bem — Sua voz era leve. — Houve um ataque à Mansão enquanto você estava fora. Comensais da Morte como de costume. O mesmo exercício de sempre. Teria sido bom, mas... — ele fez uma pausa, e sua compostura caiu pela primeira vez, a garganta afundando enquanto ele engolia nervosamente.
O pavor apertou o peito de Hermione.
— O que?
— Eles machucaram seu coelho.
Ela o encarou.
— O que?
— Ele está bem — Draco disse rapidamente, ainda parecendo ansioso. — Ele foi atingido por um feitiço e fraturou duas costelas. Eu o acolhi antes de vir para cá. O veterinário disse que ele ficará bem em alguns dias. Me desculpe, eu disse que cuidaria dele e que você não precisaria se preocupar enquanto estivesse fora.
Os olhos de Hermione se fecharam e ela respirou fundo. — Você começou uma 'pequena onda de assassinatos' com uma metralhadora porque meu coelho se machucou?
Ela fez a pergunta devagar, tentando ter certeza de que havia entendido.
Quando ela abriu os olhos, ela viu que Draco estava ao mesmo tempo sem remorso e ousado. — Poderia ter sido você. Estou cansado de ficar sentado sendo usado como isca para os Comensais da Morte. Os aurores nunca vêm rápido o suficiente, então eu mesmo lidei com a situação.
Hermione engoliu em seco, tentando envolver sua mente em tudo o que aconteceu. — Onde você conseguiu uma varinha? E uma arma?
Draco agora parecia envergonhado. — Bem, há uma tradição familiar de ser enterrado com sua varinha, eu peguei uma de um dos mausoléus alguns anos atrás. Para segurança.
Ela soltou um suspiro incrédulo. — E a metralhadora?
Draco deu de ombros. — Meus termos probatórios não dizem que não posso usar armas de fogo. Estou restrito apenas à magia ofensiva.
A cabeça de Hermione parecia leve e ela suspeitava que estava à beira de uma enxaqueca. Ela respirou fundo.
— Tudo bem — ela finalmente disse. — Bem, eu... eu vou começar a montar um caso. Podemos... provavelmente argumentar legítima defesa ou talvez alegar insanidade temporária...
Seu coração estava batendo ansiosamente e ela respirou fundo outra vez, tentando acabar com o nó em seu estômago. — Quantas pessoas você matou?
Draco ficou quieto por um momento. — Para ser honesto, ficou bastante confuso no final e perdi a noção depois da oitava.
O sangue rugia em seus ouvidos agora e a sala estava começando a rodar.
Se Draco acabasse em Azkaban ou fosse beijado por um dementador porque ela havia pedido para ele cuidar de seu coelho, ela teria um colapso mental completo. Ela já podia ver o quarto em Janus Thickey com o nome dela.
A porta do corredor se abriu e Harry entrou, segurando um pergaminho.
— Certo. Seus termos probatórios foram atualizados, então, uma vez que você concorde com eles, você poderá retornar à Mansão, assumindo que Hermione atestará seu caráter e patrocinará sua libertação novamente.
A mente de Hermione parou e ela olhou surpresa. — Espere? Você está liberando ele?
— Bem, sim — Harry olhou para os papéis em suas mãos. — Já que todos que Malfoy matou eram Comensais da Morte procurados vivos ou mortos, o Wizengamot não pode apresentar nenhuma acusação sobre isso. Malfoy não usava sua própria varinha e era uma herança de família na propriedade, então ele não violou tecnicamente nenhuma das restrições da varinha, já que foi examinado e confirmado que ele a usava apenas para feitiços de defesa. E... — Harry parecia bastante incrédulo — não havia nada nos termos de sua liberdade condicional que o impedisse de possuir ou usar uma metralhadora, e na verdade não há nada sobre elas sob a Lei de Magia do Reino Unido também, o Ministério não tem fundamento para mantê-lo. Ele pode ir.
Harry deu um passo à frente e destrancou a porta da cela, e Draco saiu, endireitando seu casaco e parecendo assumidamente presunçoso.
Harry suspirou. — Draco Malfoy, você não tem mais permissão para armas de fogo, de acordo com os termos atualizados de sua liberdade condicional, e o cemitério da família teve todas as suas varinhas removidas.
Irritação passou pelo rosto de Draco e ele parecia pronto para discutir.
— Tudo bem — Hermione disse rapidamente, pegando a mão de Draco e apertando-a com força. — Tenho certeza de que não haverá mais problemas no futuro, especialmente agora que Draco lidou com tantos Comensais da Morte para todos vocês. O que eu preciso assinar?
Tudo foi assinado e registrado em breve, Draco muito relutantemente cedeu a posse de sua metralhadora ao Ministério, dando um último olhar de desejo por cima do ombro enquanto Hermione o arrastava para fora do DMLE.
— Não se ofenda — Hermione disse quando eles saíram para a rua movimentada — mas eu nunca vou colocar você como babá de animais novamente. Não consigo lidar com o estresse.
Draco fez uma careta com isso, magoa brilhando em seus olhos. — Não foi minha culpa.
Ela pegou a mão dele e deu um tapinha no ombro dele. — Eu sei, não estou culpando você. Só não acho que conseguiria voltar de uma viagem e descobrir que meu coelho também se tornou a razão pela qual você espancou alguém até a morte com uma cadeira antiga. Acho que quinze pessoas é mais do que suficiente para uma contagem de mortes para um Holland Lop de seis meses.
Draco zombou.
— Eu não usaria uma cadeira — Ele pareceu ofendido com a ideia. — Eu examinei os novos termos da minha liberdade condicional. Se houver uma próxima vez, usarei uma espada larga.
Fim.
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Murder Bunnies | Dramione
FanfictionHermione deixa seu coelho de estimação sob os cuidados de Draco durante uma viagem. Inevitavelmente, o caos se instala. [Esta é uma tradução autorizada. "Murder Bunnies" do autor(a) SenLinYu. Também postada no meu Ao3 (@moonletterss). Não permito a...