Capítulo 2

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Draco estava sentado na cama de metal, totalmente ileso. Suas pernas estavam esticadas à sua frente, seus olhos estavam fechados e suas mãos cuidadosamente cruzadas no colo. Ele estava vestido todo de preto, um casaco pesado com a gola reta emoldurava suas feições afiadas e angulosas e seu cabelo claro estava despenteado e caindo sobre os olhos.

— Malfoy, Hermione está aqui.

Seus olhos prateados se abriram instantaneamente, fixando-se no rosto dela.

— Granger — ele disse com apenas um breve lampejo de alívio em seus olhos.

Hermione deu um passo à frente, descansando a mão em uma das barras da cela, estudando seu rosto. — Draco, o que aconteceu?

Ele levantou uma sobrancelha e deu de ombros como se a prisão de rotina fosse simplesmente um aspecto inevitável de sua vida. O que, de muitas maneiras, era.

Ser sua advogada de defesa e representá-lo de novo e de novo e de novo era a razão pela qual eles foram forçados a ficar juntos com tanta frequência que começaram a namorar.

O distintivo de auror de Harry deu um ping suave e melódico, ele olhou para ele. — Eu volto já.

Uma vez que Harry se foi, Draco se levantou e caminhou até as barras.

— Ei — Sua voz era calma quando ele olhou para ela. — Como foi sua viagem?

O peito de Hermione apertou. — Não se atreva a tentar falar sobre meu estúpido simpósio — sua voz vacilou. — O que diabos aconteceu com você?

— Ah. Bem — Sua voz era leve. — Houve um ataque à Mansão enquanto você estava fora. Comensais da Morte como de costume. O mesmo exercício de sempre. Teria sido bom, mas... — ele fez uma pausa, e sua compostura caiu pela primeira vez, a garganta afundando enquanto ele engolia nervosamente.

O pavor apertou o peito de Hermione.

— O que?

— Eles machucaram seu coelho.

Ela o encarou.

— O que?

— Ele está bem — Draco disse rapidamente, ainda parecendo ansioso. — Ele foi atingido por um feitiço e fraturou duas costelas. Eu o acolhi antes de vir para cá. O veterinário disse que ele ficará bem em alguns dias. Me desculpe, eu disse que cuidaria dele e que você não precisaria se preocupar enquanto estivesse fora.

Os olhos de Hermione se fecharam e ela respirou fundo. — Você começou uma 'pequena onda de assassinatos' com uma metralhadora porque meu coelho se machucou?

Ela fez a pergunta devagar, tentando ter certeza de que havia entendido.

Quando ela abriu os olhos, ela viu que Draco estava ao mesmo tempo sem remorso e ousado. — Poderia ter sido você. Estou cansado de ficar sentado sendo usado como isca para os Comensais da Morte. Os aurores nunca vêm rápido o suficiente, então eu mesmo lidei com a situação.

Hermione engoliu em seco, tentando envolver sua mente em tudo o que aconteceu. — Onde você conseguiu uma varinha? E uma arma?

Draco agora parecia envergonhado. — Bem, há uma tradição familiar de ser enterrado com sua varinha, eu peguei uma de um dos mausoléus alguns anos atrás. Para segurança.

Ela soltou um suspiro incrédulo. — E a metralhadora?

Draco deu de ombros. — Meus termos probatórios não dizem que não posso usar armas de fogo. Estou restrito apenas à magia ofensiva.

A cabeça de Hermione parecia leve e ela suspeitava que estava à beira de uma enxaqueca. Ela respirou fundo.

— Tudo bem — ela finalmente disse. — Bem, eu... eu vou começar a montar um caso. Podemos... provavelmente argumentar legítima defesa ou talvez alegar insanidade temporária...

Seu coração estava batendo ansiosamente e ela respirou fundo outra vez, tentando acabar com o nó em seu estômago. — Quantas pessoas você matou?

Draco ficou quieto por um momento. — Para ser honesto, ficou bastante confuso no final e perdi a noção depois da oitava.

O sangue rugia em seus ouvidos agora e a sala estava começando a rodar.

Se Draco acabasse em Azkaban ou fosse beijado por um dementador porque ela havia pedido para ele cuidar de seu coelho, ela teria um colapso mental completo. Ela já podia ver o quarto em Janus Thickey com o nome dela.

A porta do corredor se abriu e Harry entrou, segurando um pergaminho.

— Certo. Seus termos probatórios foram atualizados, então, uma vez que você concorde com eles, você poderá retornar à Mansão, assumindo que Hermione atestará seu caráter e patrocinará sua libertação novamente.

A mente de Hermione parou e ela olhou surpresa. — Espere? Você está liberando ele?

— Bem, sim — Harry olhou para os papéis em suas mãos. — Já que todos que Malfoy matou eram Comensais da Morte procurados vivos ou mortos, o Wizengamot não pode apresentar nenhuma acusação sobre isso. Malfoy não usava sua própria varinha e era uma herança de família na propriedade, então ele não violou tecnicamente nenhuma das restrições da varinha, já que foi examinado e confirmado que ele a usava apenas para feitiços de defesa. E... — Harry parecia bastante incrédulo — não havia nada nos termos de sua liberdade condicional que o impedisse de possuir ou usar uma metralhadora, e na verdade não há nada sobre elas sob a Lei de Magia do Reino Unido também, o Ministério não tem fundamento para mantê-lo. Ele pode ir.

Harry deu um passo à frente e destrancou a porta da cela, e Draco saiu, endireitando seu casaco e parecendo assumidamente presunçoso.

Harry suspirou. — Draco Malfoy, você não tem mais permissão para armas de fogo, de acordo com os termos atualizados de sua liberdade condicional, e o cemitério da família teve todas as suas varinhas removidas.

Irritação passou pelo rosto de Draco e ele parecia pronto para discutir.

— Tudo bem — Hermione disse rapidamente, pegando a mão de Draco e apertando-a com força. — Tenho certeza de que não haverá mais problemas no futuro, especialmente agora que Draco lidou com tantos Comensais da Morte para todos vocês. O que eu preciso assinar?

Tudo foi assinado e registrado em breve, Draco muito relutantemente cedeu a posse de sua metralhadora ao Ministério, dando um último olhar de desejo por cima do ombro enquanto Hermione o arrastava para fora do DMLE.

— Não se ofenda — Hermione disse quando eles saíram para a rua movimentada — mas eu nunca vou colocar você como babá de animais novamente. Não consigo lidar com o estresse.

Draco fez uma careta com isso, magoa brilhando em seus olhos. — Não foi minha culpa.

Ela pegou a mão dele e deu um tapinha no ombro dele. — Eu sei, não estou culpando você. Só não acho que conseguiria voltar de uma viagem e descobrir que meu coelho também se tornou a razão pela qual você espancou alguém até a morte com uma cadeira antiga. Acho que quinze pessoas é mais do que suficiente para uma contagem de mortes para um Holland Lop de seis meses.

Draco zombou.

— Eu não usaria uma cadeira — Ele pareceu ofendido com a ideia. — Eu examinei os novos termos da minha liberdade condicional. Se houver uma próxima vez, usarei uma espada larga.

Fim.

Murder Bunnies | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora