Ele tinha em suas mãos malas, e um sonho na cabeça, em sua frente um prédio velho, o que ele pode pagar no fim, mãos a obra
Alastor entrou e pegou sua vassoura, e se pôs a varrer, colocou os detritos ao lado de fora, passou pano, e com o resto do empréstimo, pode finalmente fazer a reforma
Estava como deveria, tons avermelhados e detalhes em marrom também, havia seus equipamentos na sala do lado e uma linda sala de espera, também havia seu escritório
Ele se senta e se aproxima da sala da gravadora
—Vamos lá então
—Ajeitando...
Funcionou! Estava no ar
—Olá a todos, sou Alastor, o seu radialista de hoje, como está o seu dia, hoje está quente! Um calorão! Já que agora estamos enfrentando um calor de 102,2 ⁰F
—Sol decidiu se aproximar para a nossa transmissão de rádio!
—Muito bem, vamos para as notícias musicais de hoje! Aqui vai
—Clarence Williams’ Blue Five de Clarence William
—Eu amo a melodia animada de Blue Five, sofisticada e feita para animar os passos!
—A cidade dança enquanto o som ecoa pelo rádio! Com a participação como cornertista de ninguém menos que Louis Armstrong
—Temos 978 pessoas simultâneas na transmissão, agora
—Recomendem bons sons para o próximo bloco
O fim da transmissão se aproxima
—Adorável som, esplêndido...esplêndido
Alastor bate palmas
—Muito bem, vamos apresentar notícias rápidas
—Hoje ocorre acidente na Fifth Avenue, apenas houve um ferido, porém está fora de risco
—Para os amantes noturnos, temos swing em vários pontos na cidade, é sexta-feira, vamos cavalheiros, levem suas esposas para um passeio, quem sabe seus filhos arranjem mais um irmão-Alastor sorri
—Amanhã começamos no mesmo horário 11:30 da manhã e encerramos as 15:45 da tarde
—Boa tarde, senhoras e senhores, e cuidado com a noite, para os casais hoje a escuridão apresenta luminosidade!
—Frase de hoje: Nunca desanime, você pode ter desistido perto de achar diamante
E....
Alastor acorda—Que sonho mais estranho, primeiro me lembro da minha infância e depois da época do programa de rádio lá em Nova York
Ele se levanta apenas de roupão, e percebe que havia café e vários outros aperitivos em uma bandeja
Ele se levanta e vai até eles, se senta na cadeira do mesmo tom do quarto, e se delicia com os quitutes
—Oh, isto é bom, me lembra alguém...o gosto em específico, me lembra a comida de alguém-Como ele poderia esquecer, tinha o gosto da comida de sua mãe
O tempero, o jeito e até o cheiro, lembravam ela, ele mal percebe mas lágrimas bem pequenas descem de seu rosto
Aonde estava ela? Como estava ela?
Ele não parava de chorar, era como se voltasse a ser aquele menino de boina e roupas e sapatos sociais novamente, que andava mancando pelas ruas do Brooklyn, querendo somente chegar em casa e comer Jambalaya junto da mãe
—Mamãe...
Ele fica mais alguns minutos olhando para a comida, então se levanta, e vai tomar um banho
Novamente lembranças o tomam, enquanto estava na banheira
Ele se lembra do som da água fervendo, do frango sendo cortado, o cheiro bom que subia no lugar, os bons sorrisos de antigamente
Ele finalmente terminou de se banhar, então começa a vestir suas roupas, ele se lembra de uma foto que nunca retirou do bolso, nenhuma vez
Uma foto sua de quanto era menino, no ano 1908, quando bom, tinha 8 anos
A mãe o obrigou a retirar a foto, ele sorriu assim porque ela prometeu que os dois iriam cozinhar Jambalaya a noite, então ele se alegrou
Ele finalmente havia saído do quarto, apenas para se deparar com Lúcifer, parecia cedo, ele jurava que era tarde
—Ah, eai, Bambi-Lucifer tinha seus modos de falar bem vindo
—Bom dia, meu rei-Alastor sorriu gentilmente desta vez
Ele pegou um pouco o rosto de Lúcifer e deu um leve selinho
—Pai! Já está acord-Charlie já havia visto seu pai, mas não havia visto Alastor, e muito menos havia visto aquela situação
—Querida, eu posso explicar-Lúcifer tentar fazer Charlie não gritar
—Mas que boa notícia! Bem que o Angel disse, que o lance de vocês não era desprezo
—É...Charlie...-Alastor tenta explicar
—Não conta para ninguém, só isso, por favor
A menina já havia ido correndo contar para todo mundo, ela era irritante as vezes, mas era só boba demais, pelo menos na visão de Alastor, ele sentia um certo carinho fraternal por ela
Se fosse outro, já teria eliminado da face da terra e de qualquer outro plano
—Então, tem uma coisinha que eu preciso conversar com você-Lúcifer ressoa olhando para o moreno
—Sim?
—Sua mãe, se chamava Diana, não era? Diana Noir, uma mulher negra de cabelos gravemente ondulados-Lúcifer descreve até que muito bem a genitora do demônio do Rádio
—Certamente, como sabe de tudo isso-Pergunta confusa
—Porque ela está do outro lado da porta da cozinha, sua mãe trabalha aqui
Alastor não tem reação, somente fica imóvel olhando para a face do homem a sua frente, flashbacks agora passam por sua cabeça, um turbilhão de sentimentos o ronda, tudo isso em questão de segundos
Ele só se vira, e calmamente, andando de um jeito estranho, tenso e trêmulo, chega até a porta da cozinha e bate, Lúcifer estranha, mas deixa com que ele faça isso, ele tinha uma maneira bem única de lidar com as situações, apenas andar e enfrentar o que quer que fosse
—Oi?
—Diana Noir? Sou Alastor Noir, acredito ser seu filho...-Ele diz robótico
—Que...Al?Meu Al? Meu pequeno e moreno Al...?- A mulher não consegue entender
—Eu mesmo, mamãe...
Ela abraça fortemente o demônio que se sente agora, de novo, apenas um garoto
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Fim do cap, veyr, to com uma singela vontade de refazer a fic, vocês aceitam?
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Um pacto com o diabo
RandomUm garoto do Brooklyn, Alastor, vivia de forma miserável desde pequeno, sua mãe era preta e tinha um restaurante popular no bairro, o pai era um branco desempregado, que fazia questão de bater na mulher por nada, ele já vivia indignado com sua reali...