Capítulo 1 - Cerquita de ti

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"Ha pasado el tiempo

Pero yo te quiero igual (igual)

El amor que siento

Va creciendo y no se va"


A luz do sol entrava pelas janelas do estúdio, criando um contraste entre o calor lá fora e a expectativa que pairava no ar. Eu estava lá cedo, ajeitando meus equipamentos e aquecendo a voz. O estúdio era um lugar familiar, um santuário onde a mágica da música acontecia, e hoje, depois de tantos anos, parecia que estávamos prestes a reviver essa mágica.

Um a um, os membros da banda foram chegando. Anahi com sua energia contagiante, Maite sempre centrada, Christian com suas piadas. E então, ela entrou. Dul, com seu cabelo natural caindo suavemente sobre os ombros, trouxe uma onda de nostalgia e algo mais que eu não conseguia definir. A primeira vez que nos vimos nos testes de rebelde ela estava assim, com os cabelos castanhos naturais, as bochechas coradas e os olhos marcantes como só os dela sabiam ser.

— Bom dia gente! — ela disse, sua voz doce preenchendo o espaço. — Prontos para voltar ao trabalho depois de 18 anos? — ela disse sorrindo travessa.

Houve um coro de respostas afirmativas, e começamos a trabalhar nas antigas canções, relembrando cada nota, cada harmonia que fez do RBD um fenômeno. A música fluía como se o tempo não tivesse passado, mas nós sabíamos que a hora das coreografias estava por vir, e queríamos não só fazer bem feito, nós queríamos supreender, dar ao RBD tudo que sempre sonhamos, havia uma tensão subjacente, uma mistura de sentimentos não resolvidos e memórias que ainda pairavam no ar.

Durante uma pausa, sentei-me em um canto do estúdio, observando Dulce novamente, talvez eu fosse realmente um pouco obcecado, o primeiro fã, com dizem nossos fã clubes do casal, enquanto ela conversava com Anahi não pude evitar pensar em como nosso relacionamento afetou a dinâmica da banda. Havia tanta paixão e intensidade entre nós que, às vezes, era difícil separar o pessoal do profissional.

— Christopher, — ela chamou, aproximando-se eu percebi que estava mais uma vez preso nas lembranças. — Posso falar com você um instante? — Assenti, levantando-me e seguindo-a para um canto mais reservado do estúdio. Havia uma expressão séria em seu rosto, algo que não via há muito tempo. Será que ela já tinha percebido tudo que estava voltando pra minha cabeça, já no primeiro dia de ensaios?

— O que foi? — perguntei, tentando esconder minha ansiedade. — Eu estava pensando sobre o que você disse ontem, sobre reunir a banda, ser bom... — ela começou. — Você realmente acha que NÓS estamos prontos para isso? Depois de tudo? — Sim, eu acho,o RBD foi tudo que tínhamos em nossas vidas por muito tempo, acho que logo tudo se tornará natural de novo... — respondi, firme. Tentando parecer uma pessoa que superou, e não a pessoa que tinha encarado de primeira só eu e ela quando a palavra nós saiu da boca dela. — Temos algo especial, algo que nunca desapareceu. E acho que os fãs merecem isso. Nós merecemos isso.

Ela suspirou, olhando para o chão por um momento antes de encontrar meu olhar novamente. — Nós... Eu e você? — ela disse baixinho é minha respiração prendeu — Como vamos lidar com tudo isso? Com a gente? — Não sei, — admiti. — Mas acho que precisamos resolver isso, de alguma forma. Não podemos continuar evitando. — Ela assentiu lentamente, como se estivesse ponderando minhas palavras. — Talvez você tenha razão. Talvez seja hora de enfrentar tudo isso.

Voltamos ao ensaio, e a atmosfera parecia um pouco mais leve e densa ao mesmo tempo, como se aquele breve momento de honestidade tivesse tirado um peso de nossos ombros e ao mesmo tempo me mostrado que nós éramos tão reais na cabeça de Maria quanto éramos na minha. Trabalhamos um pouco mais, e a energia era palpável. Havia uma química entre nós que nunca desapareceu, e isso era evidente em cada acorde, daquela nova melodia que decidimos tentar ao final do dia.

Por Trás das CâmerasOnde histórias criam vida. Descubra agora