Capitulo 5 - Cannibal

1.2K 151 19
                                    

Maegor caminhava pelos corredores da Fortaleza Vermelha, suas botas ecoando contra o chão de pedra. As paredes suntuosas e decoradas, que tanto exalavam poder, não eram capazes de dissipar a inquietação que sentia nos últimos dias.

Ao passar pela galeria do pátio interno, ele vislumbrou algo que fez seu passo hesitar por um breve momento. Sentada sob a majestosa árvore do jardim, a antiga Rainha Aemma parecia uma figura etérea, perdida em pensamentos. Seu vestido simples, porém elegante, contrastava com a folhagem verde e as flores ao redor, como se ela fosse uma parte intrínseca daquela paisagem serena.

Maegor não sabia explicar por que essa mulher o intrigava tanto. Havia algo em sua presença que o puxava, algo que ele não conseguia ignorar. Ele parou por um instante, observando-a antes de decidir que esta era a oportunidade perfeita para falar com ela. Inspirou profundamente, recobrando sua postura régia, e caminhou decidido até ela.

Aemma levantou o olhar ao ouvir seus passos se aproximando. Seus olhos expressavam uma mistura de surpresa e curiosidade, mas ela não se levantou. Maegor, de pé diante dela, a observou por um momento antes de falar, sua voz carregando a autoridade de um rei, mas também uma nota inesperada de suavidade.

- Vossa Majestade - disse Aemma, fazendo uma pequena reverência com a cabeça, sua voz doce e firme ao mesmo tempo.

- Aemma - ele respondeu, sem formalidades, como se estivesse falando com um igual, o que a surpreendeu levemente. - Não esperava encontrar você aqui sozinha.

- Eu gosto da tranquilidade deste lugar - ela explicou, gesticulando levemente para o jardim ao redor. - Me traz paz.

Maegor assentiu, os olhos estreitos enquanto a observava. - Paz é uma coisa rara na Fortaleza Vermelha - disse ele, suas palavras carregando um peso de experiência. - E você parece encontrá-la com facilidade.

Aemma sorriu suavemente, um sorriso que parecia iluminar o ambiente ao redor. - Talvez porque eu não esteja à procura de poder ou intrigas, mas apenas de momentos simples de serenidade.

Maegor estudou-a em silêncio por um momento, sentindo uma calma inusitada perto dela, algo que não era comum em sua vida tumultuada. - Você é uma mulher intrigante, Aemma. Tem um espírito diferente dos demais aqui.

Ela ergueu uma sobrancelha, surpresa. - Intrigante? Isso é um elogio, Vossa Majestade?

- Considere como quiser - respondeu ele, um leve sorriso curvando seus lábios. - Mas não vou negar que sua presença aqui é... interessante. Dizem que você tem um espírito livre, como uma pequena águia.

Aemma riu suavemente, uma risada que soou como o tilintar de sinos. - Pequena águia? Esse é um título que nunca pensei receber.

Maegor deu um passo adiante, sua presença imponente, mas seus olhos demonstravam uma gentileza inesperada. - Águias são símbolos de força e liberdade. Não subestime o valor de tal comparação.

Aemma olhou diretamente em seus olhos, e por um momento, o tempo pareceu parar. Havia algo profundo e compreensivo em seu olhar, algo que tocou Maegor de uma maneira que ele não conseguia entender completamente.

- Obrigada, Maegor - disse ela finalmente, sua voz suave. - Suas palavras significam mais do que pode imaginar.

Maegor apenas assentiu, sem palavras, sentindo uma estranha conexão com a mulher diante dele. Sem saber exatamente por que, ele se sentia mais leve, mais tranquilo ao seu lado, como se a presença dela tivesse a capacidade de acalmar as tempestades dentro dele.

- Fique à vontade para vir aqui sempre que precisar de um pouco de paz - Aemma ofereceu, seu sorriso acolhedor.

- Talvez eu aceite sua oferta, pequena águia - respondeu Maegor, e com uma última troca de olhares, ele se afastou, sentindo uma tranquilidade que há muito tempo não experimentava.

Fire and Blood - Maegor and AemmaOnde histórias criam vida. Descubra agora