— Já deu de me evitar tu não achas maninho? — O potiguar interceptou o de seu sangue antes de irem embora no fim do expediente.
Sul teve um sobressalto e logo se apressou em abrir seu carro.
— Eu não tô te evitando. — Se atrapalhou todo com a chave.
— Maninho. — O nordestino chamou desdenhoso colocando a mão em seu ombro e chamando sua atenção. — Olha pra mim homi. — Fez o loiro se virar, mas ele insistia em desviar o olhar. Norte apoiou ambas as mãos em seus ombros. — Chega de andar pelos cantos cabra. Preciso repetir todo meu discurso pra ti?
— N-não. — Respondeu embaraçado e sem escolha encarou o maior.
RN suspirou e sorriu mais brando.
— Tens cerveja na tua casa? — O barbudo assentiu tímido. — Vamos beber juntos?
Um sorriso ensaiou nos lábios do loiro.
— Pode ser.
— Combinado então. Mas eu preciso passar em casa antes visse. — Se afastava de costas gesticulando animado. — Arruma um lugar lá pra mim que eu só vou embora amanhã.
— Meu quarto de hóspedes tá sempre pronto tchê. — Gritou de volta.
_____ _____
— Parasse de falar besteira? — Os dois irmãos Rio Grande estavam confortavelmente instalados na sala do gaúcho com suas respectivas latas de cerveja na mão.
— Eu não falo besteira tchê. — O loiro brincou antes de tomar um gole.
— Não, claro que não. Nunca falou. — Norte concordou irônico. — Mas sério cabra. Parasse?
Recebeu um olhar levemente irritado do barbudo.
— Sim. — Se recostou em seu assento desistindo de resistir àquele assunto.
— Isso é bom.
Beberam mais um pouco em silêncio.
— Mas eu não sei o que eu faço com isso agora. — Sul murmurou baixinho, tímido e sem graça. O irmão era o único que poderia conversar essas coisas vulneráveis e que verdadeiramente o incomodavam.
— Isso o que? — O potiguar estava um pouco desatento.
— Isso. — Gesticulou com a cabeça para si mesmo.
— De tu ser gay?
Fez o loiro corar envergonhado. Desviou o olhar e assentiu minimamente.
— O que tu achas que tem que fazer? Ou melhor. — Reiterou. — Porque tu achas que tem que fazer alguma coisa?
Recebeu um olhar quase desacreditado.
— Porque eu tenho necessidades. — Exclamou mais alto do que queria. — Tu já sabe disso. — Murmurou contra a lata já tomando um gole de cerveja para disfarçar.
O nordestino sabia, mas testou os limites. Deu de ombros e falou.
— Vai nas meninas ué.
Sul estreitou e desviou o olhar.
— Não acho que eu deva.
— Então arranja uma namorada. — Tomou um gole e devolveu o olhar significativo. — Ou namorado.
O gaúcho virou a cara constrangido, ainda não estava confortável com aquilo, pelo menos já não estava mais explosivo. E no momento não conseguia nem se imaginar com uma mulher, era gay agora neh. E sim, sua mente o levava a pensar e desejar coisas com homens. E um lhe vinha em mente com uma certa frequência, contra sua vontade.
— Talvez tu tenhas que experimentar maninho. — O potiguar interrompeu seus pensamentos. — Nunca tiveste um namorado pra saber como é. Tenho certeza que é diferente de um relacionamento com mulher. — Sorriu antecipando a piada. — Não vais ter que lidar com TPM por exemplo.
Arrancou um sorriso do loiro.
— Como se esse fosse o problema. — Atirou uma almofada no mais velho.
— Poxa! Pensei que fosse! — O potiguar complementou devolvendo a artilharia.
_____ _____
Somente na manhã seguinte que o gaúcho percebeu o quanto aquela conversa com o irmão fora importante. Ainda estava no processo de se aceitar e o apoio dele estava sendo fundamental. Era tudo muito lindo e tal, mas realmente tinha necessidades que precisavam ser adereçadas.
E essa tal de necessidade estava muito bem armada em baixo das cobertas, dentro de sua calça. Acordara com uma ereção matinal ferrenha. Sul encarou o próprio pau um pouco decepcionado, que momento ruim! Estava com visita em casa, não era hora de fazer aquilo.... Mas o potiguar o entenderia.... Não que precisasse ficar sabendo neh.
Lançou um olhar para a porta do quarto fechada e outro para o relógio, estava cedo e sabia que o irmão não era muito fã de acordar àquela hora, ainda mais tendo bebido na noite anterior.... Não deveria ter problemas.
Escorregou a mão pelo próprio corpo, sentia-se sensível. Brincou um pouco com os próprios pelos permitindo sua mente de divagar e submergir naquelas sensações. Empurrou o cobertor para baixo, somente o suficiente para sair de cima de sua ereção, e tirou a calça do caminho sentindo o ar da manhã evidenciar ainda mais seu membro duro.
Encarou novamente seu pênis, firme e forte sem sinais que se entregaria fácil. Suspirou cansado e envolveu seu calibre com o punho já friccionando a mão para cima. Desceu devagar e firme começando a se sentir realmente excitado.
Fechou os olhos e tombou a cabeça para trás continuando os movimentos. Várias imagens e lembranças passavam por sua cabeça e cada vez mais, uma se repetia. Aquele seu sonho estranho que começou com uma mulher e terminou com um homem.
Sorriu internamente com a ironia, foi bem ilustrativo do que se passava consigo. Não se deixou distrair com isso continuando a se masturbar e lembrar do prazer que sentira. As sensações tinham sido muito reais e agora usava as memórias de combustível para sua luxúria.
Aquele corpo esguio e pálido delicioso, os gemidos, as reações, tudo. Ou melhor, quase tudo. Não conseguia evocar um rosto. Estava escuro e sua memória não ajudava. Uma pena, pois era a melhor parte de se ver. Mas ele parecia encaixar tão bem em si, nas suas mãos. A sensibilidade e correspondência aos seus toques era o parceiro perfeito que precisava e tinha certeza que se quisesse mais, teria. Não era à toa que só o achou em sonho.
Acelerou o ritmo de sua mão, estava próximo. Mordeu o lábio com força se forçando a parar um momento e pegar o lencinho de papel que mantinha na cabeceira da cama. Tapou a cabecinha e continuou se desfazendo em seguida com um grunhido sentido se retesando todo. Foi forte e só podia culpar as memórias daquele sonho. Não tinha imagens claras na cabeça, mas lembrava muito bem as sensações. E que gostara muito.
Jogou o lencinho de papel fora e avaliou de novo suas necessidades. Parece que uma vez foi suficientemente, mas sabia que daqui a pouco já não seria mais.
Era estranho toda a sua libido exagerada, sabia disso, porém não parecia ser suficientemente severa para procurar ajuda médica nem nada assim. Só era um pouco maior do que o que sabia dos amigos e do irmão. Já tivera namoradas que reclamavam mas sempre dava um jeito de manter tudo sob controle.
Suspirou pesadamente lançando outro olhar para o relógio, estava na hora de se levantar. Guardou sua arma e saiu da cama para iniciar o dia.
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Num é bonitinho esses dois irmãos?! Lindos! Me acabo neles~
Espero que tenha ficado claro o suficiente que teve um pequeno pulo temporal, não quis dar datas, então fica no subentendido mesmo ;*
E esse "warm" com o Sul ai~ só pra nos lembrarmos desse pequeno probleminha dele hahahaha
""sonho""
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Origens [Hiatus]
Fanfiction- Erhm eu sei que tecnicamente a gente já começou a trabalhar e não somos mais novatos, mas de quem é aquela mesa? - Catarina apontou para a escrivaninha vazia em frente à sua. - Eu nunca vi ser ocupada.... - Também não sei.... - Paraná apoiou distr...