Besteira

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— Já deu de me evitar tu não achas maninho? — O potiguar interceptou o de seu sangue antes de irem embora no fim do expediente.

Sul teve um sobressalto e logo se apressou em abrir seu carro.

— Eu não tô te evitando. — Se atrapalhou todo com a chave.

— Maninho. — O nordestino chamou desdenhoso colocando a mão em seu ombro e chamando sua atenção. — Olha pra mim homi. — Fez o loiro se virar, mas ele insistia em desviar o olhar. Norte apoiou ambas as mãos em seus ombros. — Chega de andar pelos cantos cabra. Preciso repetir todo meu discurso pra ti?

— N-não. — Respondeu embaraçado e sem escolha encarou o maior.

RN suspirou e sorriu mais brando.

— Tens cerveja na tua casa? — O barbudo assentiu tímido. — Vamos beber juntos?

Um sorriso ensaiou nos lábios do loiro.

— Pode ser.

— Combinado então. Mas eu preciso passar em casa antes visse. — Se afastava de costas gesticulando animado. — Arruma um lugar lá pra mim que eu só vou embora amanhã.

— Meu quarto de hóspedes tá sempre pronto tchê. — Gritou de volta.


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— Parasse de falar besteira? — Os dois irmãos Rio Grande estavam confortavelmente instalados na sala do gaúcho com suas respectivas latas de cerveja na mão.

— Eu não falo besteira tchê. — O loiro brincou antes de tomar um gole.

— Não, claro que não. Nunca falou. — Norte concordou irônico. — Mas sério cabra. Parasse?

Recebeu um olhar levemente irritado do barbudo.

— Sim. — Se recostou em seu assento desistindo de resistir àquele assunto.

— Isso é bom.

Beberam mais um pouco em silêncio.

— Mas eu não sei o que eu faço com isso agora. — Sul murmurou baixinho, tímido e sem graça. O irmão era o único que poderia conversar essas coisas vulneráveis e que verdadeiramente o incomodavam.

— Isso o que? — O potiguar estava um pouco desatento.

Isso. — Gesticulou com a cabeça para si mesmo.

— De tu ser gay?

Fez o loiro corar envergonhado. Desviou o olhar e assentiu minimamente.

— O que tu achas que tem que fazer? Ou melhor. — Reiterou. — Porque tu achas que tem que fazer alguma coisa?

Recebeu um olhar quase desacreditado.

— Porque eu tenho necessidades. — Exclamou mais alto do que queria. — Tu já sabe disso. — Murmurou contra a lata já tomando um gole de cerveja para disfarçar.

O nordestino sabia, mas testou os limites. Deu de ombros e falou.

— Vai nas meninas ué.

Sul estreitou e desviou o olhar.

— Não acho que eu deva.

— Então arranja uma namorada. — Tomou um gole e devolveu o olhar significativo. — Ou namorado.

O gaúcho virou a cara constrangido, ainda não estava confortável com aquilo, pelo menos já não estava mais explosivo. E no momento não conseguia nem se imaginar com uma mulher, era gay agora neh. E sim, sua mente o levava a pensar e desejar coisas com homens. E um lhe vinha em mente com uma certa frequência, contra sua vontade.

— Talvez tu tenhas que experimentar maninho. — O potiguar interrompeu seus pensamentos. — Nunca tiveste um namorado pra saber como é. Tenho certeza que é diferente de um relacionamento com mulher. — Sorriu antecipando a piada. — Não vais ter que lidar com TPM por exemplo.

Arrancou um sorriso do loiro.

— Como se esse fosse o problema. — Atirou uma almofada no mais velho.

— Poxa! Pensei que fosse! — O potiguar complementou devolvendo a artilharia.


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Somente na manhã seguinte que o gaúcho percebeu o quanto aquela conversa com o irmão fora importante. Ainda estava no processo de se aceitar e o apoio dele estava sendo fundamental. Era tudo muito lindo e tal, mas realmente tinha necessidades que precisavam ser adereçadas.

E essa tal de necessidade estava muito bem armada em baixo das cobertas, dentro de sua calça. Acordara com uma ereção matinal ferrenha. Sul encarou o próprio pau um pouco decepcionado, que momento ruim! Estava com visita em casa, não era hora de fazer aquilo.... Mas o potiguar o entenderia.... Não que precisasse ficar sabendo neh.

Lançou um olhar para a porta do quarto fechada e outro para o relógio, estava cedo e sabia que o irmão não era muito fã de acordar àquela hora, ainda mais tendo bebido na noite anterior.... Não deveria ter problemas.

Escorregou a mão pelo próprio corpo, sentia-se sensível. Brincou um pouco com os próprios pelos permitindo sua mente de divagar e submergir naquelas sensações. Empurrou o cobertor para baixo, somente o suficiente para sair de cima de sua ereção, e tirou a calça do caminho sentindo o ar da manhã evidenciar ainda mais seu membro duro.

Encarou novamente seu pênis, firme e forte sem sinais que se entregaria fácil. Suspirou cansado e envolveu seu calibre com o punho já friccionando a mão para cima. Desceu devagar e firme começando a se sentir realmente excitado.

Fechou os olhos e tombou a cabeça para trás continuando os movimentos. Várias imagens e lembranças passavam por sua cabeça e cada vez mais, uma se repetia. Aquele seu sonho estranho que começou com uma mulher e terminou com um homem.

Sorriu internamente com a ironia, foi bem ilustrativo do que se passava consigo. Não se deixou distrair com isso continuando a se masturbar e lembrar do prazer que sentira. As sensações tinham sido muito reais e agora usava as memórias de combustível para sua luxúria.

Aquele corpo esguio e pálido delicioso, os gemidos, as reações, tudo. Ou melhor, quase tudo. Não conseguia evocar um rosto. Estava escuro e sua memória não ajudava. Uma pena, pois era a melhor parte de se ver. Mas ele parecia encaixar tão bem em si, nas suas mãos. A sensibilidade e correspondência aos seus toques era o parceiro perfeito que precisava e tinha certeza que se quisesse mais, teria. Não era à toa que só o achou em sonho.

Acelerou o ritmo de sua mão, estava próximo. Mordeu o lábio com força se forçando a parar um momento e pegar o lencinho de papel que mantinha na cabeceira da cama. Tapou a cabecinha e continuou se desfazendo em seguida com um grunhido sentido se retesando todo. Foi forte e só podia culpar as memórias daquele sonho. Não tinha imagens claras na cabeça, mas lembrava muito bem as sensações. E que gostara muito.

Jogou o lencinho de papel fora e avaliou de novo suas necessidades. Parece que uma vez foi suficientemente, mas sabia que daqui a pouco já não seria mais.

Era estranho toda a sua libido exagerada, sabia disso, porém não parecia ser suficientemente severa para procurar ajuda médica nem nada assim. Só era um pouco maior do que o que sabia dos amigos e do irmão. Já tivera namoradas que reclamavam mas sempre dava um jeito de manter tudo sob controle.

Suspirou pesadamente lançando outro olhar para o relógio, estava na hora de se levantar. Guardou sua arma e saiu da cama para iniciar o dia. 






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Num é bonitinho esses dois irmãos?! Lindos! Me acabo neles~

Espero que tenha ficado claro o suficiente que teve um pequeno pulo temporal, não quis dar datas, então fica no subentendido mesmo ;* 

E esse "warm" com o Sul ai~ só pra nos lembrarmos desse pequeno probleminha dele hahahaha 

""sonho""

Origens [Hiatus]Onde histórias criam vida. Descubra agora