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A casa do Murilo estava simplesmente lotada e graças àquilo eu havia percebido que não seria tão fácil o encontrar. Porém eu não iria desistir, já que ele havia feito questão de que eu estivesse lá.

Minha melhor amiga não parecia muito animada e então eu havia dado a desculpa de que iria buscar bebida para nós duas. Com muita dificuldade, passei entre as pessoas que lotavam a casa, em direção ao jardim, que estava quase tão lotado quanto.

Meus olhos corriam por todos os cantos do jardim iluminado e agitado e me causando um leve susto, uma mão gelada tocou o meu ombro. O Gustavo Mioto carregava um copo de papel azul e estava sorridente enquanto me encarava.

- Oi Ana Flávia. — Ele continuou sorrindo, suas bochechas pareciam ainda mais vermelhas do que o normal. — Você está linda.

- Obrigada, você também está. — Sorri também, ele era bastante gentil.

- Você viu o Murilo?

- O Murilo? Ah, o Murilo. — Ele revirou os olhos, arqueei as sobrancelhas com aquela atitude estranha e inesperada. — Acho que eu preciso te falar uma coisa sobre ele.

- Que ele gosta de mim?

Foi a vez dele ficar confuso, enquanto deixava uma risadinha escapar mas logo disfarçou aquilo.

- Ele? Bem, não é bem isso mas... — Ele suspirou, dando de ombros em seguida. — Esquece, vamos esquecer disso.

- Você está agindo estranho, você está bêbado?

- O suficiente para criar coragem.

- Coragem pra quê? — Arqueei as sobrancelhas mais uma vez, ele estava extremamente estranho.

- Para te dizer que eu gosto...

- Murilo! — Gritei animada, Gustavo mudou sua expressão para uma bastante confusa.

- Do Murilo? Não, eu...

- O Murilo, eu o encontrei. — Sorri, tentando não perder de vista o garoto moreno que estava cumprimentando as pessoas. — Eu te vejo mais tarde, Gustavo.

- Oh não, espera! Gustavo tentou me impedir, por algum motivo que eu não conhecia, mas de qualquer forma eu comecei a andar mais rápido, me desculpando a cada vez que esbarrava em alguém.

Murilo estava subindo as escadas e com muita dificuldade, consegui chegar aos primeiros degraus. Observei que ele havia entrado em um quarto mas alguém havia me segurado pelo braço, então fui obrigada a parar no corredor.

- Você não pode entrar aí, é sério.

- Por que você está me dizendo o que eu tenho que fazer, Gustavo? Ele estava ainda mais vermelho e ofegante, visivelmente bêbado enquanto eu tentava pensar em um jeito de me livrar dele.

- Eu só não quero que você se magoe ainda mais, ele não é quem você pensa.

Arqueei as sobrancelhas mas dei de ombros, ignorando tudo o que ele havia dito após abaixar a maçaneta da porta. Encontrando lá dentro, a pior coisa que eu poderia ver.

Murilo Huff estava beijando uma garota, bem diante dos meus olhos.

As pequenas lágrimas começaram a se formar em meus olhos e de repente eu não enxergava mais nada, as coisas haviam se tornado apenas borrões. A minha única atitude foi correr até o banheiro mais próximo, trancando a porta em seguida.

- Ana Flávia! — Escutei a voz dele, por que de repente Gustavo Mioto havia decidido me perseguir? — Eu prometo que não vou falar sobre isso, eu só quero te levar pra qualquer outro lugar.

De repente não éramos mais nós mesmos. Ele era alguém querendo ajudar e eu alguém precisando de ajuda.

Destranquei a porta e ele logo entrou no pequeno cômodo, ficando de frente para mim e segurando meu rosto de forma delicada. Seus dedos longos secavam cada gota de lágrima que insistia em cair e de repente, ele puxou meu rosto para mais perto de si.

- O que você está fazendo?

- Você nunca me deixa dizer o que eu sinto então eu vou te mostrar.

Eu não tive tempo para ter qualquer reação. Ele me puxou e colou nossos lábios, sua boca tinha gosto de vodca e bala de menta e de repente, aquele havia se tornado o meu sabor favorito em todo mundo, pelo menos naquele momento.

E estranhamente, eu não queria que aquilo acabasse tão cedo.

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★ → Eita que o beijo veioo

★ → Finalmente volteii, estavam com saudades?

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★ • beijinhos

ᴛʀᴇᴀᴛ ʏᴏᴜ ʙᴇᴛᴛᴇʀ | ᵐⁱᵒᵗᵉˡᵃOnde histórias criam vida. Descubra agora