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Quando era de noite, eu sempre acordava de madrugada com alguns assobios nos cantos da casa, ou geralmente uns barulhos meio estranhos, tipo umas gotas. Eu sempre pensava que era o chuveiro, pois geralmente meu pai ele ia de madrugada para alguns lugares, e quando ele voltava, ia tomar um banho, e geralmente deixava o chuveiro ligado.

Mas teve um dia que isso não foi tão normal vamos dizer assim, eu tava dormindo e acordei com o tipo um grito de uma criança ou uma mulher, e quando eu fui lá ver não tinha nada fora da minha casa, eu também fui olhar na janela, e não tinha ninguém na rua, eu ouvi uns barulhinhos de gotas de água, e eu sempre pensava assim, é o chuveiro né a coisa mais óbvia que eu já estou acostumado, então eu fui dormir .

Só que não parava o barulho, era um barulho constante, e não parava, parecia que cada vez, ficava mais perto, eu não sei, eu comecei a ficar com medo, então aquele barulho começou a ficar mais alto, se aproximando a cada segundo mais, resolvi ir lá no banheiro para conferir se era o chuveiro, e logo fechar aquilo de uma vez.

Eu saí do quarto, mas algo havia mudado, o barulho estava mais longe, sendo que a poucos segundos, parecia que iria estourar meus tímpanos, isso era estranho, anormal.

O banheiro ficava no térreo, e meu quarto ficava no 1° andar junto com meus pais, como fazia o barulho de gotas?

O eco, a nossa casa era casualmente grande, e tinha vários cantos dela em que fazia um eco imenso.

Fui descendo as escadas, calmamente, eu não tinha tanto medo assim de as descer de noite, já que era costume, então fui direto ao banheiro.

Ao chegar lá, abri as cortinas, e olhei para o chuveiro, ele estava fechado, e o chão estava seco, eu fiquei confuso, será que é da torneira? Fui ver na pia também, mas estava fechada. Os barulhos de gotas voltaram, e estavam mais altos, comecei a ouvir alguém rastejando, e fazendo barulhos estranhos. Eu fiquei agoniado e assustado, eu nunca havia ouvido um barulho como aquele, parecia alguém tentando falar, mas as palavras não saiam, eu apenas me fechei dentro do banheiro, e fiquei lá.

Eu não iria sair de lá, aquilo que estava lá fora, na era humano, se fosse meus pais, teriam no máximo chamado o meu nome perguntando o que eu estava fazendo no banheiro. E depois, a gente subia e iria dormir. Mas, não era eles, os barulhos eram mais.... Não sei descrever... Mas pareciam um animal tentando falar, que nem um cachorro ou gato com seu dono os ensinando. Estava com medo. Eu queria voltar para o meu quarto, e esperava que pelo menos fosse meu pai pregando uma peça em mim, e se fosse isso, seria uma brincadeira de mau gosto.

Passou um tempo, e os barulhos haviam parado, até das gotas, o que eu estranhava, não estava pingando a pouco tempo? Isso me deixava nervoso...Mas alguma hora eu teria que sair.

De baixo da porta, tinha uma brecha, um buraco pequeno, mas dava para ver o corredor subindo as escadas. Eu me abaixei, e olhei aquela brecha, ao olhar as escadas, eu vi uma figura, olhando para mim, não diretamente, estava olhando para a porta, esperando que eu a abrisse.

Eu subi para me levantar devagar, com meu sangue gelado, aquela criatura sorria, que seus lábios chegavam perto de suas orelhas, seus olhos eram fundos, só dava para ver o brilho de suas pupilas.

Eu me sentei no canto do banheiro, e não dormir a noite toda. Só saí de lá quando foi de manhã, e meus pais haviam acordado e estavam na cozinha. Eles pensavam que eu havia acordado cedo, para já estar no banheiro, mas eles nem sabiam o motivo.

Depois desse dia, eu sentia que estava sendo observado, e quando estava sozinho, eu chamava um dos meus amigos para vim ficar comigo, eu me sentia estranho, e agoniado, com aquela presença me observando de algum lugar. Só esperando a hora certa de me atacar.

Meus contos de terrorOnde histórias criam vida. Descubra agora