Funerais são o evento mais pretensioso do universo.
O supostamente sombrio evento está sempre cheio de lágrimas falsas e palavras lindamente elaboradas, cortesia de pessoas que agem como se se importassem.
Harry Styles tem que enfrentar inúmeros desses falsos ao longo desses poucos dias, sentado lá junto aos altares de seus pais enquanto algumas faces sem nome tentam tranquilizá-lo de que tudo vai ficar bem. Ele é quem deveria estar mais devastado, mas nenhuma lágrima escorre por sua bochecha. Essas pessoas provavelmente estão falando sobre ele; julgando que tipo de filho ele é pela quantidade de lágrimas que derrama.
Uma leve garoa começou a cair sobre o cemitério assim que a cerimônia terminou, como se o céu estivesse chorando em nome de Harry. Ele olha para o céu, sentindo algumas gotas de água em sua bochecha, pouco antes de uma sombrinha preta cobrir sua visão.
"É hora de ir," Niall o urge, segurando seu olhar com uma certa gentileza que provavelmente lhe renderia um soco se fosse qualquer outra pessoa. Ninguém tem permissão para agir assim com ele só porque ele perdeu os pais. Ninguém além de seu melhor amigo.
Não há muitas pessoas restantes após o término do culto. A maioria dos parceiros de negócios já foi embora, restando apenas alguns familiares e amigos próximos. Harry não quer vê-los, incapaz de suportar mais olhares de simpatia, especialmente dos colegas de escola. Mais importante, ele não quer ver a face pretensiosa de seus outros familiares.
Ele já consegue prever a mudança de atitude deles quando descobrirem a alteração no testamento de seus pais.
"Harry. Você tem certeza de que vai ficar bem?" uma voz o interrompe assim que ele se vira para ir embora.
Respirando fundo, ele encara o homem de meia-idade que reconheceu só pela voz, colocando seu melhor sorriso.
"Sim, tio. Eu já tenho 18 anos. Eu sei como cuidar de mim mesmo e dos negócios da empresa quando me formar. Obrigado por sua ajuda todo esse tempo."
Mesmo através da garoa, ele consegue ver o lampejo de desdém no rosto de Arnold Styles com suas palavras, mas finge não notar, optando por se curvar em noventa graus antes de se virar para deixar o local com Niall a seu lado.
"Você viu a cara dele? Hipócrita de merda," ele só esboça um sorriso quando estão dentro do carro, afrouxando a gravata do pescoço e recostando-se no banco. "Aquele homem vai tentar me matar. Pode ter certeza."
"Isso não vai acontecer enquanto eu estiver aqui," Niall diz, olhando para ele com um olhar estranho que chamou a atenção de Harry.
"O que foi?"
"Você não vai chorar?"
Ele ri da pergunta, uma sombra passando por seus olhos no momento em que desvia o olhar do outro.
"Eu só vou lamentar por eles quando não estiver ocupado tentando me manter vivo."
🎯
A mansão parece tão vazia quanto antes da morte de seus pais, o que é normal, porque Harry passa a maior parte do ano no internato. Mas agora parece ainda mais solitária, já que ele não tem nada pelo que ansiar. Não há mais as broncas de sua mãe para melhorar suas notas, nem ser chamado ao escritório de seu pai onde ele tinha que ouvir seu velho falar sobre a empresa.
Eles sempre lhe diziam que estavam fazendo isso para prepará-lo para o futuro. Ele não pensava que o futuro chegaria tão cedo; o futuro onde ele tem que seguir sem eles.
Quando se senta na cadeira de seu pai, tudo o atinge de uma vez, alertando-o de que é real. Ele é quem está sentado nesta cadeira, ocupando a posição mais alta na hierarquia da empresa; o maior acionista, bem como o chefe da empresa. Seu pai o preparou para esta cadeira o tempo todo, mas ainda assim, não é o suficiente.
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The Assassin's Dilemma | l.s
Fanfiction"Sabe de uma coisa? Algum dia, quando eu voltar para te matar, você vai olhar para este dia e desejar ter sido mais suportável." "E quando eu arruinar sua vida, você vai desejar não ter falhado na primeira vez que tentou me matar." Ou onde Louis Tom...