(11)

183 23 1
                                    

(Any)

Sina veio me avisar que ia pra boate com os meninos, ela me convidou mas não estou muito no clima. Depois que eu vi aquele cara hoje na pracinha me senti insegura. Quando eu acho que ia viver tranquila, me aparece uma tragédia dessas. Ainda tive que reviver tudo o que aconteceu a dez anos atrás para poder contar pro meu pai. Ele ficou furioso e disse que ia matar o Careca.

Bom, acho que seria melhor mesmo ele morrer. Meu pai me contou que ele já abusou de várias meninas aqui no Complexo, inclusive quase conseguiu fazer o mesmo com a Joalin. Mas meu pai nunca o matou porque ele é um dos melhores vapores dele.

Estou com fome, vou descer lá na cozinha e ver o que tem pra comer. Assim que abro a porta do quarto, vejo um rosto assustado com a mão levantada, provavelmente ia bater na porta.

Fixo meus olhos no dele e o olho confusa.

Eu- O que você quer? (pergunto para o Nevasca)

Nevasca- Isso é jeito de falar? (ele cruza os braços e encosta no batente da porta) Só queria saber se estava bem.

Eu- Estou bem, não precisa fingir preocupação. (digo fechando a porta do quarto e saio andando pelo corredor para descer as escadas)

Nevasca- Escute aqui, só estou fazendo meu trabalho: Ficar de babá para uma marmanja de 18 anos. (ele diz enquanto me segue até as escadas)

Marmanja? Ele não disse isso

Eu- Escuta aqui você! (viro para ele e o encaro) Se me chamar de marmanja de novo eu arranco a sua língua fora!

Ele ri de mim, e eu continuo descendo as escadas. Ele me acompanha até a cozinha e fica me observando. Era só o que me faltava.

Eu- Vai ficar me vigiando mesmo? (encaro ele)

Nevasca- Não tenho nada pra fazer. (ele dá de ombros) O que vai fazer para nós? (ele se senta na banqueta)

"Nós"? Ele acha que eu vou cozinhar pra ele? Nem que me pagasse 5 mil! Se bem que por 5 mil né...

Eu- Não existe "para nós" e sim "para mim". (me viro voltando a atenção para a massa de panqueca)

Nevasca- Qual é, deixa de ser marrenta. (ele enfia o dedo na massa da panqueca e leva até a boca) Tá faltando açúcar.

Mas que audácia! Idiota!

Eu- Enfia a açúcar no seu... (ele me interrompe me dando um beijo)

Mas que merda é essa? O que está acontecendo aqui? Ele segura minha nuca aprofundando o beijo. É, eu estou deixando ele me beijar. Que beijo bom menino. Para o beijo Gabrielly! Eu o empurro e dou um tapa na cara dele.

Eu- Tá ficando louco? (olho indignada para ele que está com um sorriso no rosto),

Que idiota!

Nevasca- Você tava falando demais. (ele passa a mão no lugar que bati)

Eu- E quis me calar beijando! Você é maluco! (me viro pegando a massa de panqueca e ligo o fogão)

Ele me observa com uma cara que não consigo decifrar.

Nevasca- Aí, foi mal, não devia ter feito isso. (ele diz meio... Envergonhado?)

Eu- Só não faça isso de novo. (coloco a massa da panqueca na frigideira) E eu não vou pedir desculpa pelo tapa. (ele ri)

Nevasca- Tudo bem, eu mereci. (ele pega dois pratos e coloca em cima do balcão da cozinha)

Ele realmente acha que estou fazendo pra ele?

[...]

Terminei de fazer panquecas e me sentei na mesa junto com o Nevasca para comermos. Sim, eu fiz panqueca pra ele. Já estava lá, não custava nada.

Conversamos sobre coisas aleatórias, e até que ele é legalzinho. Não vou negar que é muito bonito. Mas é um idiota.

Eu- Então... (começo a falar) Porque seu vulgo é Nevasca? É algum tipo de feitiço do Harry Potter? (ele me olhou indignado)

Nevasca- Engraçadinha você. (ele revira os olhos) Desde que me entendo por gente as pessoas me chamam assim.

Eu- E qual o seu nome verdadeiro? (perguntei)

Ele me encara como se estivesse pensando se me responde ou não.

Nevasca- Josh. (ele se levanta da mesa e leva o prato até a pia)

Josh. Hum...

Eu- E os outros? (me levanto e vou até a pia levar meu prato) Como eles se chamam?

Nevasca- O Tróia se chama Noah, BM se chama Bailey e o Carioca se chama Lamar. (ele fala enquanto lava os pratos) E a minha irmã é Joalin como você já sabe, mas a gente chama de Jô.

Eu- O nome de vocês é mais bonito do que o vulgo. (digo enquanto limpo a mesa)

Nevasca- Todo mundo tem um vulgo, e esses são os nossos, fazer o que né. (ele seca a mão no pano de prato)

Depois que terminamos de limpar nossa bagunça fomos para a sala assistir um filme de herói. Olho de canto para o Nevasca e percebo que ele está me encarando, o que faz meu corpo tremer.

Eu- O que foi? (pergunto com os olhos fixos na TV)

Nevasca- É que... (olho para ele que balança a cabeça e volta a olhar para a TV) Esquece.

Ok, isso foi estranho.

Já tinha passado 2 horas de filme e ainda faltava 1 hora para acabar. Filme grande da bexiga!

Meus olhos começam a pesar, minha cabeça pesa e eu acabo encostando no ombro do Nevasca. Percebo que ele ficou rígido assim que deitei no ombro dele, mas logo ele passou o braço pelo meu ombro e deitou minha cabeça no seu colo.

Meu corpo se arrepia assim que ele começa a fazer carinho no meu braço, descendo até minha cintura Que corpo traíra. Eu fico quietinha enquanto ele continua com o carinho, e logo pego no sono.

_____

Autora da obra oficial: __brunaholy

Meu AbrigoOnde histórias criam vida. Descubra agora