— Entendi. — Jim suspira na linha. — Ainda tenho alguns assuntos pra tratar aqui em Moscou, mas vou estar em Praga assim que puder.
— Câmbio. — Jack murmura, apesar de não gostar nem um pouco daquela resposta. Ele acompanha com os olhos Randy se movendo em segundo plano.
A viagem até a Embaixada foi complicada, mas eles conseguiram chegar inteiros. Bom... pelo menos Ryan. Depois de se instalarem no simpático hotel que o embaixador lhes ofereceu em uma cidade próxima de Praga—para não chamar mais atenção, em suas próprias palavras—, agora com forte segurança do lado de fora, Johnson estremeceu enquanto tentava se trocar. Ela levantou a camisa e só então se deu conta do hematoma feio em seu abdômen, sua pele branca aberta e jorrando sangue. A bala passou de raspão e, embora não parecesse um corte profundo, ainda doía pra caramba. A garota se sentou na cama e Jack se agachou diante dela. Ele avaliou o ferimento com seu olhar treinado, lábios se curvando em contemplação.
— Remorso? — Randy ri sem humor, inclinando a cabeça. — Fica tranquilo, não guardo rancor. — ela suspira e olha para ele séria, como não tinha feito até aquele momento. — Como diabos eles nos encontraram dessa vez, Jack? Isso não tá me cheirando bem. Ninguém sabia sobre aquele esconderijo exceto você, eu e Greer.
A voz de Ryan cai para um registro mais baixo quando ele pega o braço dela e o coloca em volta dos ombros para deitá-la na cama:
— Tô vendo isso aí. No momento, precisamos nos concentrar em te consertar. — Jack puxa o corpo dela para perto e afofa os travesseiros, deixando-a mais confortável. Ele tenta ignorar a maneira que os cabelos loiros fazem leves cócegas em seu queixo. Johnson mastiga a parte interna da bochecha, contudo aceita a ajuda.
— Eu tô bem, é só um arranhão. — engole em seco e coça as pálpebras, respirando fundo e fitando o teto. — Aquela picape não parecia nada barata. Essas pessoas têm conexões de peso aqui. A gente tem que investigar isso.
— Nós vamos. — Ryan diz com determinação, balançando a cabeça uma única vez em concordância. Ele examina a sala em busca de um kit de primeiros socorros e Randy aponta para o banheiro em silêncio. Enquanto Jack sai por um momento, Johnson se move um pouco e faz uma careta quando a dor volta.
O agente a pega no ato e ela ri um pouco envergonhada:
— Lá se vai o tal do treinamento de espião, né?
— Se fosse fácil, todo mundo fazia. — cantarola, vasculhando o kit. Ryan retira o anti-séptico e o rolo de gaze e dá uma rápida olhada na sua direção, quase que imperceptível. Randy apenas grunhe em resposta, com os lábios franzidos.
— Greer vai encher o saco por causa disso, não quero nem ver. Ele nem sabe que saímos de Praga. — Jack não responde imediatamente. Ele finalmente encontra o rolo de gaze do tamanho certo e o coloca de lado. Suas orbes percorrem-na de cima a baixo, estudando a pele exposta.
— Ele supera. — sussurra, quase que falando sozinho.
— Sabe, sinto muito por mais cedo. — Randy confessa abruptamente e seus olhos têm um brilho divertido e sincero. — Tenho sido um pouquinho mais chata que o normal, eu sei disso. Tenho certeza que cê já percebeu por que não sou tão popular entre meus colegas da agência, especialmente depois dessa... bagunça.
— Você dificulta pra eles porque se garante. — ele considera, limpando delicadamente a ferida. Diante da sua reação surpresa com aquelas palavras, o agente acrescenta com um sorriso espertalhão: — Eu li sua ficha. Não foi só você que fez a lição de casa.
— Depois disso tudo, quero me redimir com você. — fala solenemente após um momento de quietude, dando vazão a quaisquer brincadeiras. Ela quer falar sério. Randy se senta encostada na cabeceira da cama com sua ajuda. — Que tal uma pizza? — Jack percebe a expressão dela e seu peito fica quente. A oferta parece genuína e ele somente sorri.
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PRAGUE GETAWAY | 𝐣𝐚𝐜𝐤 𝐫𝐲𝐚𝐧
FanfictionJack tem uma missão: proteger a pessoa mais insuportável que ele já conheceu, e seu nome é Randy Johnson.