Call Her Stella

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Ela parece que saiu de algum filme brasileiro dos anos 80/2000, como se saísse de algum álbum de música do CBJ ou de alguma música dos mutantes, de todos os álbuns de legião urbana, de todas as artes de graffiti que já vi, de todos os quadrinhos que já li, com uma vibe de anarco comunismo ou de sociedade alternativa.
Ela falaria que eu era uma experiência magnífica... Já eu... Ia dizer que ela é tudo.
Ela é intrigante, intensa, um turbilhão de emoções.
Tem seus problemas, traumas, manias, defeitos, como qualquer outra pessoa (mesmo que eu não fizesse questão de me importar com erros e defeitos).
Confesso que já teve dias que eu queria desistir. Que eu queria esquecer, como se fosse um sonho bom que, daqui a pouco, você acordaria e nem lembrava mais quem era.
Eu passei 18 anos (quase 19) da minha vida sem conhecê-la
E... agora que eu a conheço...

Eu não quero ir embora.

Ela sempre me dizia que era como um furacão e que não podia prendê-la dentro de uma garrafa.
Meu amor
a questão é que
eu nunca te vi como um furacão...

Você era uma tempestade.

Admito, eu sempre odiei tempestades.
Tinha medo irracional delas
Porque tempestades sempre me remetiam a pessoas complicadas, complexas, enigmáticas e principalmente... frágeis.
Não que ser frágil era sinônimo de fraqueza, mas elas se quebravam por muito pouco.
Eu tinha medo da reação das tempestades e o que elas fariam comigo.

Pra minha surpresa, era o que sempre via até mim.
Tempestades que não queriam ser acalmadas pela calmaria do mar.
E a cada tempestade que passava, eu me tornava o abismo.
Um abismo enorme, um emaranhado de turbulência num limbo.
Eu me tornava outra tempestade...

Claro, eu tinha medo de te conhecer, tinha medo de mergulhar de cabeça, amore mio.
Eu tinha medo de tornar o abismo outra vez.
Mas sabe... depois de passar muito tempo contigo, eu analiso, penso e reparo nos mínimos detalhes.
Às vezes, meu amor, eu me vejo em você.
Percebi que ambos temos medo de machucar um ao outro
medo de falar o que não devia
falar algo sem pensar da boca pra fora no calor do momento
coisas do cotidiano

E, sabe?
Tá tudo bem, minha querida mulher de fases.
Minha calmaria não vai tirar sua essência. Só vai te deixar um pouco menos arisca.
Você não vai se dissolver. Você entra, fica e sai para enfrentar desafios.
Eu ainda detesto tempestades...
Mas você, definitivamente, por mais que eu não admita... eu aprendi a amar.

Passou dias, semanas, meses, 3 anos e o sentimento até hoje não mudou.
Me entreguei da cabeça aos pés e fiquei me perguntando aos anéis de saturno o porque que teu sorriso me tirava de órbita.
Olhei pra todas as estrelas que te lembravam em pequenos detalhes até formar uma constelação... aí acabaram todas as estrelas.
Me pergunto até hoje, dia pós dia, de todas as tempestades, furacões, tormentas, trovões e raios de todos os tipos... você escolheu a maior das calmarias, o mar silencioso, algo mais... tranquilo comparado ao que, ao meu ver, tu já passou a vida inteira.
Pintores renascentistas teriam inveja de mim hoje em dia por ter uma das maiores musas ao meu lado.
Deuses gregos ficam intrigados de como a gente tinha se juntado
van gogh teve crises de inveja pois ele achou a cor dos seus olhos mais belos do que os amarelos que ele pintava

Você é uma rockstar
Uma pimenta das mais fortes
você é uma supernova
você é uma cereja delicada das mais gostosas
você é o paraíso
você é o céu
você é além de uma experiência

você é algo extraordinário
E...
It's hard to me to say this, 'cause i'm a kanye west fan but...
it was enchanting to meet you.

assinado: Pedro Ivan, apelidado carinhosamente de Cebolinha.

Engraçado pensar que fiz este texto pra um personagem de rpg de forma velada que direcionasse até você.

Anotações de um garoto do limboWhere stories live. Discover now