Sob o Céu de Outono: capítulo único

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A cidade do Rio de Janeiro parecia mais encantadora no outono. As folhas amareladas caíam graciosamente das árvores, criando um tapete dourado nas ruas de pedra. O aroma de castanhas assadas preenchia o ar, misturando-se com a brisa fresca que soprava do mar.

Rita caminhava pelo Parque Lage, um dos seus lugares favoritos na cidade. Ela gostava de ir ali para pensar e desenhar, especialmente durante o outono. Sentou-se em um banco de madeira, tirou o caderno de esboços e começou a rabiscar as formas das árvores ao redor.

Perdida em seus pensamentos, não percebeu quando uma mulher se aproximou.

"Desculpa, esse banco está ocupado?" perguntou uma voz suave.

Rita levantou os olhos e encontrou um par de olhos verdes, brilhando com uma mistura de curiosidade e gentileza. A mulher que estava diante dela tinha cabelos castanhos, levemente ondulados, que caíam sobre os ombros.

"Não, pode sentar," respondeu Rita, sorrindo.

"Obrigada," disse a mulher, sentando-se ao lado dela. "Eu sou a Sofia."

"Rita," respondeu, estendendo a mão.

O toque foi breve, mas suficiente para Rita sentir um leve arrepio percorrer seu corpo. Elas ficaram em silêncio por um momento, apreciando a tranquilidade do parque.

"Você desenha muito bem," comentou Sofia, observando o caderno de Rita. "Posso ver mais?"

Rita hesitou por um instante, mas a expressão sincera de Sofia a encorajou. Virou as páginas do caderno, mostrando esboços de paisagens, pessoas e cenas cotidianas.

"São incríveis," disse Sofia, admirada. "Você tem um talento especial para capturar a essência das coisas."

"Obrigada," respondeu Rita, corando ligeiramente. "Eu desenho desde pequena. É a minha forma de escapar do mundo."

"Eu entendo," disse Sofia. "Para mim, a dança é o que me faz sentir assim. Sou bailarina."

"Uma artista também," sorriu Rita.

Elas conversaram por horas, descobrindo interesses comuns e partilhando histórias pessoais. A conexão entre elas foi imediata e profunda, como se suas almas se reconhecessem. Quando a tarde começou a dar lugar ao crepúsculo, as primeiras estrelas surgiram no céu, trazendo consigo uma sensação de magia.

"Gostaria de ver uma coisa?" perguntou Sofia, levantando-se.

"Claro," respondeu Rita, curiosa.

Sofia a levou até um mirante próximo, onde a vista do Pão de Açúcar se tornava ainda mais espetacular ao pôr do sol. Lá, sob o céu pintado de tons laranja e rosa, Sofia pegou uma pequena caixa de música da sua bolsa.

"Este é o meu lugar especial," disse Sofia, girando a chave da caixa de música. "Sempre venho aqui para dançar."

A melodia suave encheu o ar, e Sofia começou a se mover com graça e leveza, os pés deslizando pelo chão como se estivesse dançando nas nuvens. Rita observava, encantada, a forma como Sofia parecia flutuar, a música e a dança se tornando uma só.

Quando a melodia terminou, Sofia parou e virou-se para Rita, ofegante mas sorrindo.

"Foi lindo," disse Rita, sentindo o coração bater mais rápido. "Obrigada por compartilhar isso comigo."

Sofia se aproximou, os rostos agora a poucos centímetros de distância.

"Há algo em você que me faz querer compartilhar tudo," disse Sofia, a voz suave como um sussurro.

Rita sentiu seu rosto corar novamente, mas não desviou o olhar. Em vez disso, inclinou-se ligeiramente, seus lábios encontrando os de Sofia em um beijo terno e doce.

Quando se separaram, as estrelas já brilhavam intensamente no céu. As duas ficaram ali, de mãos dadas, sentindo a conexão que havia se formado entre elas.

"Gostaria de voltar aqui amanhã?" perguntou Sofia.

"Eu adoraria," respondeu Rita, sorrindo.

E assim, sob o céu estrelado do Rio de Janeiro, duas almas se encontraram e se reconheceram, dando início a uma história que prometia ser tão bela quanto o outono que as uniu.

Fim!

Fim!

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