1. A HERANÇA

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Esse é o primeiro capítulo da história, comentem se gostarem para saber se devo continuar.

Boa leitura ❤

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NARRADOR POV

Juliette Freire observava o papel amarelado em suas mãos, os olhos percorrendo as palavras impressas que pareciam saltar da página. Era o testamento da tia Damares, uma mulher que ela conhecia pouco, mas cuja influência agora moldaria o futuro de sua família.

Ao seu lado, Sarah Andrade esperava em silêncio, respeitando o momento de Juliette absorver a notícia que mudaria suas vidas. Sarah era sempre a calma em meio ao turbilhão emocional de Juliette, e isso a tranquilizava.

- Um casarão no interior da Paraíba... - Juliette murmurou, ainda processando as informações. - Damares deixou isso para mim?

Sarah assentiu suavemente, aproximando-se para ler o documento junto com Juliette. As palavras legais eram claras e concisas: o antigo casarão, há muito tempo na família de Damares, agora passava para Juliette Freire.

- O que vamos fazer? - Juliette olhou para Sarah, buscando orientação. - É tão repentino...

- Podemos usar isso como uma oportunidade para uma mudança, amor. - Sarah sorriu gentilmente. - A vida aqui em São Paulo está ficando cada vez mais corrida. Talvez seja hora de desacelerar um pouco, especialmente para Amélie.

Juliette pensou na filha, Amélie, uma garota inteligente e vibrante de nove anos, que, apesar de sua juventude, já demonstrava uma personalidade forte e uma curiosidade insaciável pelo mundo ao seu redor.

- Ela vai adorar explorar um casarão antigo. - Juliette sorriu, imaginando Amélie correndo pelos corredores empoeirados e descobrindo segredos esquecidos.

Sarah sorriu, apoiando-se no ombro de Juliette com um gesto reconfortante.

- Então é isso. Vamos para o interior, começar uma nova fase de nossas vidas juntas. Será um recomeço, amor. Um lugar para nós três sermos felizes juntas.

Juliette assentiu, sentindo uma mistura de emoções: nervosismo pela mudança, ansiedade pelo desconhecido, mas também uma expectativa crescente pelo que o futuro reservava para sua pequena família.

E assim, decididas e unidas, Juliette e Sarah começaram a planejar sua mudança para o casarão no interior da Paraíba, onde novos capítulos aguardavam para serem escritos nas páginas da história de suas vidas.

A mudança para o casarão no interior da Paraíba seria um grande marco na vida de Juliette e Sarah que estavam casadas a um pouco mais de um ano e de Amélie, sua filha. Mas a menina não compartilhava do mesmo entusiasmo das mães. Acostumada com a vida movimentada da cidade grande, a perspectiva de se mudar para um lugar isolado a incomodava profundamente.

No primeiro dia na nova casa, enquanto exploravam os vastos corredores do casarão, Sarah pediu a Amélie que a ajudasse com uma simples tarefa. A resposta explosiva da menina foi um reflexo de sua frustração.

- Eu não quero estar aqui! Você nem é minha mãe! Preferia que você nunca tivesse encontrado a gente e casado com a mamãe!

Aquelas palavras cortantes atingiram Sarah em cheio, deixando-a desolada e sem saber como lidar com a situação. Amélie fugiu para a biblioteca do casarão e se trancou lá dentro. Após algum tempo, entediada e um pouco arrependida, decidiu mexer nos livros antigos. Um deles, com uma capa diferente, chamou sua atenção. Sentada numa poltrona confortável, começou a ler e, sem perceber, adormeceu.

Quando acordou, sentindo fome, decidiu procurar por Sarah para pedir um lanche. Ao abrir a porta da biblioteca, porém, deparou-se com um cenário completamente transformado. Os móveis antes desgastados e empoeirados agora reluziam com um brilho novo. Pensou que suas mães haviam feito uma grande reforma enquanto ela dormia.

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