𝖢𝖺𝗉𝗂́𝗍𝗎𝗅𝗈 1

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𝐏𝐞𝐝𝐫𝐢 𝐨𝐧:

Se um dia me perguntassem se eu gostaria de ter outra vida, a minha resposta seria não. Por que não, Pedri?

Porque eu amo o estilo de vida que eu levo. Dinheiro, drogas, carros, homens/mulheres e tudo aquilo que a minha vida de herdeiro da máfia podia me dar. E eu me orgulho disso, não é um trabalho como qualquer outro, nem muito menos honesto, mas é um trabalho. Dinheiro fácil, na hora que eu precisar. Porém essa vida não é um mar de rosas, nem tudo é diversão. Ser herdeiro de toda a máfia espanhola me põe em um lugar de risco, como se minha cabeça fosse um prêmio pros meus inimigos, assim como a cabeça deles é um prêmio pra mim.

Solto a fumaça do cigarro e relaxo meu corpo na minha cadeira de couro, estava em meu escritório terminando de planejar um evento beneficente, esses em pro das boas causas, que arrecadam dinheiro para os necessitados, porém isso tudo era uma faixada para encobrir o que realmente acontecia, um leilão de homens e mulheres. Pensem comigo, um evento de caridade não atrai os olhares suspeitos da mídia e nem da polícia, um evento fechado, só para convidados especiais.

Temos um carregamento grande chegando agora a noite a voz irritante de um dos meus amigos invade o meu escritório e o olho irritado.

╰ Esqueceu como bate na porta? - Ele ri achando que é brincadeira, mas logo desfaz o sorrisinho quando percebe que eu estava falando sério.

╰ O que foi? Não comeu bem essa noite?

╰ Não, sua irmã não tem dado conta do recado - Sinto que o atingi e ele fica caladinho

╰ Que horas vai chegar o carregamento?

╰ As dez em ponto no galpão, Curbasí e Lamine já estão lá. - Ferran era responsável por tudo o que entrava e saia da Espanha, drogas, armas e os homens e as mulheres que eram traficadas, era o que mais me rendia dinheiro.

╰ Mais alguma coisa? - Volto a olhar pro meu notebook e ele bufa.

╰ Sabe, por que você não guarda esse seu mau humor de merda só pra você? - O olho esperando que ele continue.

╰ Cara, você não tem que me tratar assim.

╰ Eu sempre fui assim, não vai ser agora que eu vou mudar. - Levanto e pego a chave da minha Bugatti e passo por ele sem falar nada. Eu tenho mais o que fazer, não tenho que ficar ouvindo as reclamações sobre o meu mau humor. Passo pela enorme sala da minha casa e vejo Félix se agarrando com Fermín no meu sofá, é tão fácil subir pro quarto dele. Saio suspirando pesado e vou direto pra garagem.

╰ Sergi Roberto. - Chamo meu segurança pelo rádio e e alguns minutos ele aparece.

╰ Sim?

╰ Me atualiza sobre as dívidas dos drogados filhos da puta que me devem. -Ascendo outro cigarro e me escoro no capo do carro.

╰ No momento só um, senhor. - Me surpreendo.

╰ Digamos que o cara não seja inteligente o suficiente, fui fazer a cobrança mais cedo e ele veio com o mesmo papo da última vez.

╰ O famoso papo de preciso de mais um tempo!? - Ele faz que sim e já até sei o que pode melhorar o meu humor.

╰ Prepare dois carros, a gente tem uma visita pra fazer.

𝐆𝐚𝐯𝐢 𝐨𝐧:

Ter que me matar de trabalhar com dezenove anos não era a coisa que eu mais queria, mas eu tinha uma faculdade para pagar. Eu não tenho um pai que pague a minha faculdade, pelo contrário, eu tenho um pai que só se mete em confusão, que é viciado em drogas e que não está nem aí para mim. Minha mãe nos deixou quando eu tinha dez anos, não entendo o porquê dela não ter me levado, mas aprendi a viver com isso, aprendi a viver nessa minha vida nada emocionante ou divertida.

𝗗𝗶́𝘃𝗶𝗱𝗮 𝗖𝗿𝗶𝗺𝗶𝗻𝗮𝗹 - 𝙂𝙖𝙙𝙧𝙞 𝙖𝙙𝙖𝙥𝙩𝙖𝙩𝙞𝙤𝙣Onde histórias criam vida. Descubra agora