Eu nunca entendi o fato dos humanos sempre correrem até seu Deus apenas nas últimas ocasiões, e dessa vez, foi em uma igreja que se esconderam. Isso é totalmente contraditório... eles não tem ideia do que esses malditos já fizeram antes.
Os O'Brien, desde que soube da existência dos mesmos, senti que seriam uma pedra no meu sapato. Posso mata-los de vez? Sim. Mas... é divertido acompanha-los cada momento miserável e sofrido de suas vidas.
Eles nascem, sofrem e morrem. O ciclo natural de uma vida comum... mas deles, é algo especial. Tudo por escolha de uma maldita soldado de anos atrás que decidiu se revoltar contra quem realmente esteve ao seu lado, e agora, paga seu preço.?: Pai... não estou com um bom pressentimento
??: Fique calmo. Ninguém mais está nos perseguindo... esse lugar está abandonado a dias.Cada palavra se torna interessante de ouvir.
Principalmente, gritos de desesperos. Mas eu não diria que é interessante... é prazeroso.
Em um cômodo mais atrás do estabelecimento, era onde tudo estava realmente... divertido. Exceto pelo bebê, que não parava de chorar, esse choro em si é irritante.Paper: Vocês todos são assim, hein? Sempre quando nascem.
Eu estava sentado ao lado de uma cama macia e empoeirada, segurando uma pequena e delicada criança nos braços... que acabou de sair do buraco de uma O'brien. A mãe, deitada na cama, calada. Sentia o medo em seus olhos, sua respiração e a forma que suas mãos tremiam... ela se lembra de mim, ela sabe qual o seu destino, o mesmo de seus pais, e os pais de seus pais, e os pais dos pais de seus pais.
Paper: Hm, qual o nome? Alexandra? Joana? Gabriela?
Ela continuava calada, tremendo. Eu vi sua garganta engolir o seco. Eu sei que é contraditório eu dizer que não queria isso, por amar esse medo todo, mas... qual é? Nem para falar algo comigo?
Paper: Argh, que saco. Tudo bem, segure-a.
Eu deixei a garota nos braços da mãe. Ela a segurou de forma forte e apertada, nem fazia questão de olhar para mim.
Me levantei para procurar um certo manuscrito que era de pertence dos O'brien... a última peça para o projeto Charlie que tanto procuro uma forma de executar.
Mexendo e remexendo nas gavetas do local, o encontro. Um livro empoeirado e velho... era da época de Isabella. Tudo o que eu precisava estava aqui.
E justamente quando eu me viro... Lá está ela, ainda deitada e segurando o bebê, porém com uma adaga velha apontada para minha cara.Paper: sério isso?
???: queime no inferno...Tomei rapidamente a adaga de sua mão. Ela parecia estar corajosa agora, tanto quando sua... não. Não falar "tátara" por uma eternidade.
Paper: Bem, me desculpe. Você sabe como é, sim? Não me culpe. Foi culpa da sua avó que todos vocês estão assim, e vocês sabem disso.
Girei a adaga em minha mão, e encostei o fio fino e enferrujado da lâmina no pescoço da O'brien, que parecia tremer mais.
. . .O bebê segurou minha mão. Confesso que no fundo, senti uma dor. Mas não é a primeira vez que faço coisas parecidas, e não seria a última.Paper: Boa noite, querida Lena. Sua paz chegou.
Um puxão da Faca foi o bastante para seu sangue ser lançado na parede, e acabar jorrando na criança. Sou um justiceiro, não um monstro. Peguei a criança novamente e percebi um papel no pano que cobria. Seu nome. Não entendi bem o porquê de Lena ter deixado isso... mas, quem sou eu para julgar os mortos?
??: amor? Está tudo bem aí?
Paper: merda, tenho que ir. Foi bom enquanto durou, não é, pequena?Acariciei a cabeça frágil da garota e atravessei a porta, me deparando com os outros 3 da família, que me encaravam como se eu fosse um fantasma.
Paper: ah, uma boa noite.
Paralisados, sem tempo de reação. Minha magia poderia mante-los assim pelos próximos dias, mas não vim para isso.
Paper: Sinceramente, não recomendo entrar alí. Não vai ser algo tão agradável de ver.
Caminhei até um deles... o mais velho, o Pai. Apenas seus olhos me acompanhavam, aterrorizado. Armei seus braços para deixar a bebê alí, e fiz um último carinho, passando reto pelos três.
Paper: Tome conta dela, ou você sabe que o seu destino será muito pior.
Por fim, andei até a porta, jogando a adaga ensanguentada em um canto... e enfim, pude partir.
Tudo feito... tudo concluído... Charlie será importante, assim como a garota.
Vamos ver como irão se sair...
Vamos ver como a nossa bela, doce e delicada Abigail irá se sair... nós vamos nos encontrar de novo, eu sei que iremos, ou seu nome não seria O'brien.
A última da linhagem.
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O Mundo Bizarro de Abigail
Mystery / ThrillerAbigail, uma adolescente criativa com um passado um tanto desconhecido, percebe que nada em seu passado tem coesão com o seu presente, e decide encontrar uma resposta para isso. A história se passa em Somalis, um planeta onde existem monstros e huma...