A manhã gelada da Escócia não trazia paz para Melban, ele se encolheu debaixo das cobertas, querendo ficar ali para sempre. O frio não o agradava, fazia sua mente delirar, lembrando de muita coisa ruim da sua infância.
Na solidão de seu quarto, as lembranças são como fantasmas que o assombram, trazendo consigo um turbilhão de emoções.
Olhou para a porta e por um momento desejou que seus pais entrassem ali pedindo desculpas, por tudo o que já fizeram, mas aquilo não iria acontecer.
Se ele quisesse um dia ter uma boa liberdade, primeiro teria que aturar o seu presente.
Dois toques na porta fizeram Melban acordar de verdade.
– Entre.
A babá da pequena Tommy entrou um tanto envergonhada, com uma bandeja de madeira em seus braços. Viu o rapaz encolhido debaixo das cobertas e sentiu um aperto no coração.
– Bom dia senhor… Seu pai mandou você se arrumar, ele te aguarda lá embaixo.
Melban suspirou, não achou que o pai ainda o levaria para a partida de golf com o sócio dele. Depois da noite anterior não achou que ele sequer iria olhar na cara dele por um bom tempo.
Ele estava todo dolorido, morrendo de dor de cabeça, mas sair era melhor do que ficar ali, não conseguia ficar sozinho, quando estava sozinho as memórias lhe destruíram.
– Tudo bem, já vou descer…
Glória continuou na porta e então olhou para a bandeja que trouxe com ela.
– Fiz para você… Chá de Ginseng… Achei que poderia te ajudar a…
– Pode deixar aí. - Ele responde rapidamente. - Por favor, saia.
Ele continuou encolhido na cama demais que a moça fechou a porta do quarto, olhou encarou a bandeja sem vontade alguma de sair dali.
Rodou na cama mais algumas vezes antes de finalmente tomar coragem e levantar. Foi até seu banheiro e lavou seu rosto, a água morna era a única coisa que lhe trazia conforto naquele momento, ah como ele odiava o frio.
Ele mal consegue se olhar no espelho, odiando a pessoa que vê refletida, ele tinha ficado com um vazio que tentava preencher com álcool, mas a cada garrafa, cada remédio, cada cigarro, apenas agravava seu sofrimento.
A bebida era seu refúgio, o único modo de calar as vozes internas que o acusam incessantemente. Não queria Robert bravo mais uma vez, então se despiu e foi até seu armário procurar algo decente.
Tentou acertar seus cachos ruivos que havia herdado da sua mãe, mas acabou deixando de qualquer forma.
Quando procurou seu perfume no armário, viu um pequeno porta retrato escondido lá dentro.
A casa era apenas a de férias, eles não moravam ali, então as coisas antigas continuavam no mesmo lugar.
Se lembrava de quando tinha guardado o porta retrato ali, antes ficava ao lado da sua cama, mas quando a mãe viu quem era, mandou se livrar da foto, já que não queria mais choradeira em casa vindo dos três mais velhos.
Melban passou a ponta do dedo sob a moldura, como ele sentia saudade. A foto foi tirada em uma das viagens que eles faziam quando eram novos, Melban tentava se lembrar se tinha sido na França ou na Espanha.
Na foto Melban estava no centro, dando uma mão para Becca, novinha, não devia nem ter seus cinco anos, sua outra mão estava agarrada no vestido dela, Lia, a moça de rosto redondo, olhos enormes e um sorriso gracioso.
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BV Academy | Spankfic
Любовные романы|Spankfic - Disciplina física| Na prestigiada Academia Bermingh Value, a instituição não é apenas conhecida por seu rigor acadêmico, mas também pela disciplina física severa que impõe a seus alunos. Os irmãos Caskie navegam por esse ambiente opressi...