Invisible String

0.4

"I come home in the morning light, my mother says
When you gonna live your life right?
Oh, mother dear, we're not fortunate ones
And girls, they wanna have fun"

Girls Just Want To Have
Fun- Cyndi Lauper

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Amélia

- Escadinha maldita! - Pansy grita após tropeçar pela quarta vez nos degraus que levam à comunal da Corvinal. 
 
- Otária - digo rindo, mas tropeço em seguida - Aí, caralho… 
 
- Karma. - Diz e reviro meus olhos em resposta. 
 
Mais cinco passos são dados, e então, finalmente chegamos ao fim da escada. 
 
- Tá, agora ferrou - Astória diz assim que paramos em frente à entrada. Ela logo se senta com as costas apoiadas na parede e solta um longo suspiro. 
 
- Por que ferrou? - Pergunto - Não é só falar uma senha ou sei lá? 
 
- Você precisa responder um enigma para entrar… - Pansy diz bufando - isso para impedir que os burros entrem. 
 
- Preconceito isso aí - Greengrass murmura. 
 
- É, ferrou mesmo - digo e me junto a Tória. 
 
Ela apoia sua cabeça em meu ombro e ajeito a barra do meu vestido que, devido ao tempo que ficará no malão, estava amassada. 
 
- Não tô com cabeça pra enigma hoje. 
 
- Nem eu… nunca - Greengrass fala tirando uma mecha de seu cabelo do rosto. Dou uma breve risada. 
 
- Mas não tem nenhum corvino aqui não? - Parkinson resmunga andando de um lado para o outro - Patético.

- Patético. - Diz a menina ao meu lado imitando Pansy - Falou igual o Malfoy - conclui ela e, em resposta, recebe um olhar mortal.

- Não me compare com aquele bastardo.
 
A águia presente na entrada começa a ditar o enigma assustando todas nós: 
 
- Sem início, meio ou fim, estou envolta em mistério. Sou raramente vista, mas todos me buscam. O que sou eu? - Diz ela. 
 
- Caralho, que susto! 
 
- Puta que me pariu - Pansy diz choramingando deitando a cabeça em minhas coxas. 
 
- Eu só queria encher a cara - Greengrass murmura choramingando - Nós vamos ficar aqui até de manhã. 
 
- Pra que fazer uma festona em uma comunal que ninguém consegue entrar? - Questiono. 
 
- Boa pergunta. 
 
- Três mentes pensantes que não pensam nada - Pansy diz enquanto mexe nas pontas de seu cabelo. 
 
Após alguns longos minutos em silêncio, Astória levanta a cabeça e fala: 
 
- Vamos jogar Atenção? 
 
- Me puxa, Merlin - Parkinson responde levantando seus braços. 

(...) 

Meia hora se passou e continuamos aqui, sentadas, sem resposta. Três idiotas jogando Atenção. 
 
- A-ten-ção, vai haver revolução se você não me disser o nome de um… - cantamos baixinho em uníssono. 
 
- O nome de um drink. - Falo batendo minha mão na de Astória. 
 
- Mojito. 
 
- Bloody Mary - Pansy fala e escuto Greengrass murmurar um "que nojo". 
 
- Martini. 
 
- Piña Colada. 
 
- Margarita. 
 
- Manhattan.  
 
- Oi, Lia, tudo bem? - Escuto a voz doce de Luna vindo do final do corredor tomando toda a nossa atenção - Pansy, Astória, como vão? - Pergunta sorrindo largamente enquanto caminha, ou melhor, pula em nossa direção. 
 
- Chegou a Di Lua - Pansy cochicha e dou um tapa estralado em sua mão - Vadia! 
 
- Como vai? - Pergunto e rapidamente uma luz se acende na minha mente - Luna, Luna, Luna! - Digo levantando desesperadamente - Você consegue nos ajudar? - Questiono a loira ignorando os resmungos das sonserinas atrás de mim. 
 
- Claro, do que precisam? 
 
- O que é algo sem início, meio ou fim, envolta em mistério, é raramente visto, mas todos o buscam? - Pansy pergunta. 
 
- Verdade - diz a loira. 
 
- Não, qual a resposta? - Astória pergunta.
 
- Meu Merlin - Pansy rebate rapidamente batendo a mão na testa. 
 
- Que foi agora? - Greengrass reclama. 
 
- Você é muito burra - responde Parkinson. 
 
- Me respeita, vagabunda. 
 
- Calem a boca, vadias - digo impaciente. 
 
- Vadia é a sua vó… - escuto Astória murmurar baixinho. 
 
- A resposta é verdade - Luna diz rindo calmamente. 
 
- Verdade? - Astória questiona, mas qualquer linha de raciocínio é cortada pelo barulho da entrada se abrindo. - OBRIGADA, MERLIN - grita, estourando meus tímpanos enquanto se levanta em um pulo. 
 
- Não, não, obrigada Luna - a corrijo. 
 
- Vamos encher a cara. - Pansy diz, mas entro em sua frente barrando-a - Qual foi? 
 
Ergo a sobrancelha. Ela sabia exatamente o que estava esperando. 
 
- Obrigada Lovegood. - Ela fala olhando para a loira. Me retiro de seu caminho e ela logo foca o olhar em mim - Chatona. 
 
- Obrigada Luna - Astória diz sorridente e segue os passos de Pansy. 
 
- Você vem? - Pergunto para a mesma. 
 
- Vou subir para o meu dormitório - diz tranquilamente, mexendo em seus vários colares. 
 
- Qual é? Vamos, vai ser legal! - Antes que Luna possa negar, de novo, complemento minha fala rapidamente - Uma horinha! Só isso. Me forçaram a vir então vou forçar você também! 
 
Ela, depois de alguns minutos em silêncio, hesitantemente, concorda com a cabeça e entrelaço nossos braços. 
 
Adentramos a comunal e puxa vida... esse lugar é deslumbrante! As paredes, revestidas com tapeçarias azuis e bronze, estão cobertas de fitas e uma enorme faixa escrita "bem vindos". Grandes janelas permitem uma linda visão da noite estrelada de hoje. Os móveis de madeira escura estão repletos de copos, garrafas vazias, cigarros e drogas. No centro da sala, há uma pista de dança cheia de pessoas. O teto alto é adornado com lustres elegantes.
Vejo 2 mini bar improvisados, um a esquerda e outro a direita. Nossos "amigos" estão sentados em poltronas estofadas em tecidos também azuis e bronze. A alta música preenche todo o ambiente. 
 
- Vem, vamos beber algo! - Grito para Lovegood e seguro a mão dela para não a perder. A música estava realmente muito alta e o lugar muito lotado. 
 
Começamos a ir em direção a um dos mini bar improvisado. Essa definitivamente foi a caminhada mais desafiadora de toda minha vida. É gente bêbada de um lado, copo voando do outro, pessoas dançando no meio... 
 
- Finalmente - digo vitoriosa ao chegar no alvo - O que você quer beber? 
 
- Ah, não, eu não bebo - ela diz. 
 
- Sério? Nadinha? 
 
- Não gosto do sabor - diz dando de ombros. 
 
Pego 2 copos, um para mim, outro para ela. Preencho um com o que presumo que seja água e o entrego. 
 
- Obrigada. 
 
Pego uma garrafa de Whisky de Fogo e encho meu copo até a borda. Não questione. 
 
- Merlin - Luna diz rindo. 
 
- Foi uma semana difícil... não questione - digo e dou o primeiro gole. Merlin. 
 
- Você quer conversar? Sou uma boa ouvinte. 
 
- Acho que não - digo rindo sem graça. Realmente não queria. A única pessoa que me entenderia está na Noruega. 
 
- Você acredita em Narguilés?  
 
- O que...? 
 
Paro de falar quando escuto a música "Girls Just Wanna Have Fun", de Cyndi Lauper, começando a tocar. 
 
- Eu amo essa música! 
 
- Vem, vamos dançar - me assusto com a voz de Astória vindo de trás de mim. 
 
Encaro a loira na minha frente em busca de aprovação. Não queria deixá-la sozinha, e ela visivelmente não queria dançar. 
 
- Pode ir, vou me juntar a Ginny e Neville - diz apontando com a cabeça para um garoto com rosto redondo e cabelos loiros e uma menina de cabelos ruivos brilhantes e olhos castanhos. 
 
A menina do trem. 
 
- Certeza? - Ela confirma com a cabeça. 
 
Pego meu copo e sigo até a pista de dança com a sonserina. 

Mattheo 
 

- 15? - Pergunta o loiro e confirmo com a cabeça - Duvido - diz encostando as costas no sofá. 
 
- Meu pau no teu ouvido - Theo grita estralando os dedos na cara de Malfoy. Caímos em uma longa gargalhada.
 
- Vai se fuder, seu bosta! 
 
- Duvida? - Pergunto após cessarmos as risadas e e ele assente com a cabeça - Quer apostar? 
 
- 15 galeões. - Fala convencido - Um por shot. 
 
- Fechado - digo estendendo a mão direita que logo é apertada - Se prepara pra perder, Madonna de cueca. 
 
- Posso? - Zabini pergunta erguendo a garrafa de Whisky de Fogo em sua mão. 
 
- Positivo. 
 
Blaise logo enche 15 dos 20 copinhos de shot a minha frente rapidamente. 
 
- Isso vai te dar uma puta ressaca, cara - Nott diz dando tapinhas no meu ombro esquerdo. 
 
- Mas vou ficar 15 galeões mais rico. 
 
Paro e encaro toda bebida à minha frente. Respiro fundo e me preparo para começar a beber. 
 
- Pera aí, pera aí - Pucey diz atrapalhando minha concentração. 
 
Filho da puta. 
 
- Em que momento você chegou? - Malfoy pergunta fazendo-o revirar os olhos. 
 
- Assombração… - escuto Nott sussurrar e solto uma risada. 
 
- A novata chegou - ele diz apontando com a cabeça para a entrada. 
 
Olho na direção apontada e me deparado com Amélia e Di Lua Lovegood um pouco atrás de Parkinson e Greengrass. Ela usava um vestido preto médio tomara-que-caia com uma abertura em sua perna esquerda e um salto. Seu cabelo estava solto e em seu rosto apenas um batom vermelho. A perco de vista e rapidamente volto minha atenção às bebidas. 
 
- Foda-se - digo. 
 
- Ela é gata - Nott diz dando um longo gole em sua bebida. 
 
- Hum, com licença senhores - Malfoy diz se levantando e ajeitando sua roupa. 
 
Draco segue de cabeça erguida em direção a Greengrass, mas ele rapidamente a perde de vista quando ela vai em direção ao mini bar onde a novata estava com a loira. 
 
- Babaca - Nott diz revirando os olhos. 
 
- VAI!! - Blaise grita no meu ouvido me assustando e logo começo a virar o álcool. 
 
E logo vão 2, 4, 5, 6... e 15 shots. 
 
- Aí, caralho! - Grito sentindo minhas veias queimarem. 
 
- ESSE É O MEU GAROTO!! - Theo diz levantando meu braço esquerdo. 
 
- HA, HA, É MUITO BOM VER O DRACO PERDENDO DINHEIRO - Zabini grita. 
 
A música que tocava, agora não passará de um zumbido. Vultos, vários vultos passam por mim. Demorou cerca de 2 minutos para recuperar minha consciência. 
 
Olho ao redor e dou falta de Adrian. Assombração. 
 
- Oh, parça, - digo coçando minha garganta - eu tô muito bêbado, ou o Pucey sumiu? 
 
- Negativo - Theo diz apontando para ele conversando com Amélia. Nojeira. 
 
Sinto muito cabeça começar a doer. Alguém estende um copo à minha frente. Pego-o e bebo todo líquido. Água. 
 
- Boa noite, senhores - Pansy diz se sentando junto a nós.
 
- Boa noite, senhora - Nott diz. Mantenho meus olhos em Rowle. Sinto uma pontada no estômago. Álcool maldito - Estava onde? 
 
- Isso não é da sua conta. - Diz e volta sua atenção a mim - Que que ele tem? 
 
Amélia solta uma longa risada e Pucey lhe entrega um copo cheio. 
 
- Ele tem 15 shots de whisky no estômago e 10 galeões no bolso - Zabini diz pegando o copo de água da minha mão e preenchendo-o com álcool. 

- 15 galeões - o corrigo rapidamente.
 
- 15 galeões de quem? - Pergunta Parkinson. 
 
- Malfoy - responde Blaise rindo.
 
- É BRIGA!!! - Escuto alguma alma do além gritar me fazendo desviar os olhos da morena. 
 
- IXI - Parkinson levanta rapidamente e segue Zabini até os meninos brigando. 
 
- Quem tá brigando? - Nott pergunta. 
 
- Estranho não ser eu. Ou você.
 
Vejo Malfoy se aproximando com Astória ao seu lado. 
 
- É o otário McLaggen e um menino aleatório da lufa-lufa - Malfoy afirma. 
 
- Estranho não ser um de vocês - diz Greengrass.
 
Rapidamente me levanto para ir em direção a briga, mas antes, levo meus olhos para onde Amélia estava, e vejo Pucey. Sozinho.

- Vem logo, cara - Nott diz me puxando para ver a briga.

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Quem é vivo sempre aparece não é mesmo? Sentiram saudades?