Conforme caminhava, a garota se sentia consumida cada vez mais por aquele sentimento. Sentia que tudo em volta perdia seu brilho, seus amigos haviam abandonado ela, junto de todo o resto. As luzes da cidade se tornavam, pouco a pouco, um só com a escuridão do campo. "As pessoas se importam com você", disseram. "Eles te amam", gritaram, mas então por qual motivo ela estava indo embora? Por qual motivo ela se odiava? O único ser que não a abandonara era Léia, sua pequena cachorrinha de 1 ano. Mesmo nos piores momentos, mesmo quando a morte levou seu bem mais precioso, Léia estava lá para ser a luz no fim do túnel, a única força que mantinha aquela garota nos trilhos. Depois de alguns instantes, algo fizera a pequena Léia correr para o milharal ao lado da estrada. Por favor, não me deixe, pensou, correndo atrás dela. A menina perseguiu Léia por dentre todo o campo, quase 100 metros, até sentir que estava em cima de algo mais firme que a terra. "Léia!" gritou, quando uma luz iluminou-a por trás. Ruby se virou, lentamente. Em um instante, ela não sentiu nada. Léia ainda a mantinha nos trilhos, até mesmo no fim.
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Até a Última Memória
TerrorCaros leitores, trago a vocês pequenas historias, contos, cronicas, como preferir. Não prometo que terá pontuação e nem acentos corretos, mas tentarei ao maximo lhes proporcionar a visão de alguns momentos, talvez os ultimos, de pessoas que tiveram...