일곱

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JK


A fumaça quente escapava lentamente pelo meu nariz enquanto eu observava a casa à distância; a brisa agridoce do verão levava qualquer sinal da minha presença tão rapidamente quanto eu poderia desejar. Dei a última tragada e joguei a bituca no esgoto.

Um carro esportivo com o som alto virou a esquina, e dei um passo para trás, ficando completamente coberto pelas sombras da noite. Ele estacionou em frente à casa, e o garoto desceu, cumprimentando todos. 

O carro arrancou em alta velocidade, deixando-o sozinho no gramado, a música alta se dissipando na distância. Um sorriso de satisfação surgiu nos meus lábios ao vê-lo se virar e caminhar despreocupadamente em direção à porta de entrada.

Graças à minha genética, que me fez mais alto do que a maioria, precisei de apenas alguns passos para me aproximar do jovem alfa, que nem sequer notou minha presença. Encostei o cano da pistola silenciadora em suas costas, provocando um sobressalto.

— Não se mexa.

Seus olhos arregalados tentaram me encarar, mas o som do destravar da arma o congelou.

— S-senhor, o-o que está a-acontecendo?

— Vamos entrar.

Ainda em choque, ele precisou de um leve empurrão para começar a andar. A porta da frente foi destrancada, e entramos sem fazer barulho. O som alto da TV, misturado às conversas, indicava que todos estavam na sala.

— Dan, querido, é você? — uma voz feminina e madura perguntou assim que entramos.

— Responda — sussurrei em seu ouvido.

— Sim, mamãe — ele respondeu, a voz trêmula e pouco natural.

O garoto tremia, quase incapaz de disfarçar o medo na voz. Mas eu duvidava que uma mãe distraída pelo programa de TV perceberia o pânico em seu filho. Arranquei a mochila de suas costas e a joguei em um canto. Continuamos andando até a sala aconchegante onde o casal mais velho estava.

Os dois se viraram ao mesmo tempo quando entrei, claramente não acostumados a ver seu filho em má companhia. Um sorriso sarcástico surgiu em meus lábios. Mudei a posição da arma, pressionando-a contra a têmpora do garoto, deixando claro que qualquer movimento em falso resultaria em uma tragédia no tapete branco.

Enquanto a maioria das pessoas sentem o coração disparar e o corpo suar sob pressão, comigo era o contrário. Minha mente se tornava cristalina, cada pensamento calculado, os batimentos cardíacos quase imperceptíveis. Nada me trazia mais calma do que realizar meu trabalho.

— Por favor, não o machuque — implorou a mulher, lágrimas escorrendo pelo rosto.

— Chame a empregada, por gentileza.

Ordenei com indiferença, ignorando seus lamentos. A mulher assentiu nervosamente, pegou o interfone e apertou um botão.

— Se-senhora Marta, poderia vir aqui?

A empregada surgiu no corredor após alguns minutos, os olhos arregalados diante da cena. Indiquei com a cabeça para que ela entrasse. Agora, os quatro protagonistas do meu trabalho estavam reunidos.

— Se eu ouvir qualquer barulho, matarei a todos. Entenderam?

Todos concordaram com a cabeça em meio às lágrimas. Guardei a pistola na cintura e peguei minha faca, observando os olhares aterrorizados dos mais velhos. Abaixei-me sutilmente e, com um golpe preciso, cortei os tendões de Aquiles do garoto. Ele caiu imediatamente no chão, incapaz de se manter em pé. Eu não costumava torturar sem um objetivo, mas, quando se tratava de controlar muitas pessoas, era essencial deixar claro que não se tratava de uma brincadeira.

Serpente | TaekookminOnde histórias criam vida. Descubra agora