Epílogo

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A escuridão da noite envolve o castelo em ruínas, enquanto a cidade arde em chamas. O odor acre de fumaça e cinzas paira no ar. As muralhas, que antes eram imponentes, agora tremem sob o impacto das catapultas. A guerra entre os homens atinge seu ápice, marcando o fim de um reinado. O rei Aeron jaz sem vida, e seu irmão, abatido por uma flecha. O castelo, agora, é invadido.

No coração desse caos, a mulher desesperada corre pelos corredores longos do castelo. Suas passadas são abafadas pelo som das espadas chocando-se do lado de fora, misturado aos gritos de vitória e agonia.

O jardim, um refúgio de beleza e tranquilidade, agora é um campo de batalha. Arbustos retorcidos e flores pisoteadas são testemunhas silenciosas da grande batalha. A mulher se infiltra, ergueirando-se entre as sombras, até se deparar com uma parede coberta de folhas e matos. Homens se aproximam, suas armaduras tilintando. Com suas mãos trêmulas, afastando as folhas, atravessa a parede oculta, deixando os invasores perplexos.

Na escuridão do campo, a rainha corre com sua filha nos braços. O bebê, enrolado em lençóis, permanece em silêncio. Os homens a perseguem. Finalmente, na densa floresta, ela pára diante de uma das árvores antigas, e coloca a primogênita em suas raízes. “Vai ficar tudo bem”, murmura a rainha, tentando confortar a criança.

A mulher, agora em pé, corre na direção oposta, chamando a atenção daqueles que a perseguem. Seu coração acelerado, corre, os galhos arranhando seu rosto, enquanto se aproximam. Assim, a linha de sua vida se quebra brutalmente, como uma última folha caindo de uma árvore, que um dia foi tão bela.

                                      [...]

Após um longo período desde o momento trágico, a criança permanecia enlaçada pelos lençóis, seu choro ecoando pela escuridão. As árvores, com compaixão, entrelaçaram suas raízes em torno da pequena, oferecendo-lhe algum conforto naquela noite sombria.

E então, como se fosse convocado por uma força ancestral, um homem surgiu entre as árvores. Não era um homem comum, mas sim um mago de estatura imponente, trajando um manto branco e portando um cajado de madeira antiga. Seu nome era Gandalf, e sua sabedoria e poder eram lendários.

As rugas profundas em seu rosto contavam histórias de incontáveis batalhas e jornadas. Seus olhos azuis, penetrantes como o céu noturno, observavam a cena diante dele. Gandalf era um guardião da Terra Média, um elo entre os mundos visível e invisível

Ao ver a pequena criatura coberta por raízes, ele tomou a criança em seus braços com gentileza, sentindo o poder latente que emanava dela.

Com passos decididos, o velho mago atravessou o campo em direção à saída do castelo em ruínas. A visão da destruição o entristeceu, mas Gandalf sabia que não podia mudar o passado. Sua missão agora era proteger essa criança, cujo destino estava entrelaçado com o futuro da Terra Média.

A criança, aparentemente inocente, carregava um sobrenome profundo. Gandalf sentia isso em seu âmago. Ela seria a chave para restaurar o equilíbrio perdido, ou talvez desencadear novas reviravoltas.

E assim, com a criança nos braços, Gandalf adentrou a floresta escura, onde sombras ancestrais espreitavam. Ele sussurrou palavras antigas de proteção, selando um pacto silencioso com as árvores e os ventos. A noite testemunhou o início de uma nova jornada, e o mago estava pronto para enfrentar o desconhecido.

A criança chorava, mas também carregava esperança. E Gandalf, o Branco, jurou protegê-la até o último suspiro.

Black Moon - 30 years after Lord of the RingsOnde histórias criam vida. Descubra agora