Capítulo 1: A Visita De Um Velho Amigo

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O sol brilhava intensamente no céu, mas sua luz era filtrada pelas copas das árvores antigas e majestosas que se erguiam ao redor. As folhas densas teciam um manto verde sobre minha cabeça, permitindo apenas que raios dourados dançassem ao vento que acariciava meus cabelos dourados. O galope de Beleza Negra ressoava como um tambor, enquanto saltávamos sobre um tronco caído.

Sempre apreciei cavalgar, mas com Beleza Negra era diferente; ele não era apenas um cavalo, era um companheiro que sempre esteve comigo, o único cavalo que já montei, para ser sincera. Sua pelagem escura reluzia sob os feixes de luz, e sua velocidade era um borrão através da floresta.

Conforme diminuímos o passo para um trote suave, o som dos cascos contra o solo se tornava mais distinto. Estávamos retornando para casa após uma busca de ervas e ingredientes para poções. A calma reinava, até que o estalar de galhos quebrados rompeu o silêncio.

Beleza Negra estacou, suas orelhas girando e abaixando, um sinal claro de alerta. Meus olhos vasculharam o emaranhado de troncos e folhas, mas nada além da floresta se revelava.

–- Ei, está tudo bem –- murmurei, tentando acalmar o cavalo que agora bufava inquieto. Um segundo ruído, mais próximo, fez-me agarrar o cabo da adaga oculta em meu cinto.

O som se intensificava, algo ou alguém se aproximava rapidamente. Beleza Negra rasgava a terra com seus cascos, emitindo um som gutural, um misto de relincho e grunhido, preparando-se para o desconhecido.

Então, de repente, a fonte do alvoroço irrompeu dos arbustos. O cavalo empinou, quase me desequilibrando, mas me agarrei firme às suas crinas.

— Ou, calma, rapaz –- exclamou, uma voz tentando acalmar o animal.

Um sorriso se desenhou em meu rosto ao reconhecer a figura em minha frente. Gandalf, o Cinzento, agora conhecido como Gandalf, o Branco, estava diante de mim. Sua longa barba branca fluía, e seus olhos brilhavam com a sabedoria dos tempos. Vestido em suas roupas de viagem, e um chapéu pontudo amassado.

–- Gandalf! –- O grito ecoa pela floresta enquanto desço de Beleza Negra. Corro em direção ao velho mago. Gandalf, abre os braços, e seu sorriso é um farol de alegria em seu rosto enrugado.

–- Como vai minha filha? — Sua voz é um murmúrio caloroso, e ao me desvencilhar do abraço, sinto o peso dos anos sem sua presença se dissipar como névoa ao sol.

–- Melhor agora! — A resposta escapa de meus lábios com a facilidade de uma verdade há muito conhecida. –- Faz anos que você não vem me visitar! — A tristeza na minha voz, a esperança sempre se manteve acesa, alimentada pela lembrança de Gandalf e pelo prato extra que repousava na mesa, um convite silencioso ao mago errante.

–- Tive muitas coisas para resolver, ou você esqueceu que eu sou o protetor da Terra-média? — Seu tom é brincalhão.

–- Não. Mas já faz anos que você não aparece!

–- Por isso tinha lhe trazido companhia, em minha última visita. — Gandalf acaricia a crina sedosa de Beleza Negra, o cavalo negro que se tornou mais do que um amigo; um companheiro de alma. O potro que ele me trouxe cresceu sob o sol e as estrelas, e agora carrega em seus olhos a mesma chama indomável que arde no coração dos livres.

–- E aí, alguma novidade? Aventuras? Lutou contra algum exército de orcs? Conta tudo! — Digo com empolgação.

–- Se acalma, pequena. Lhe contarei tudo, mas antes vamos para casa, as árvores têm ouvidos. –- Gandalf sussurra, e há um brilho de mistério em seu olhar. O vento carrega consigo sussurros de folhas e o mundo parece prender a respiração, aguardando as histórias que virão.

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⏰ Última atualização: Jul 13 ⏰

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