Santi-16

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LEONOR'S POV:

Estou a acabar a última aula do dia, a seguir vou ter com o Santiago, dormi muito mal esta noite a pensar no João bem mais dizendo naquele beijo
Pelo o que ele me disse só teve na vida 1 namorada por 2 meses e de resto teve 2 curtes
Por isso  ele tem um dom para beijar da forma que beija e nem sequer tem muita experiência, e nem quer houve língua se houvesse aí sim tinha um ataque cardíaco
Leonor do céu para de pensar estas coisas comporta-te

Saiu da aula e vejo o santi à minha espera encostado à parede do corredor
Estava sozinha a nana hoje não tinha aulas

-Olá santi- digo e cumprimento-o com 2 beijos na bochecha
-nonozita alô, bem tás pronta
-tou sim senhora onde vamos
-pensei em irmos à praia e mandávamos vir algo para lanchar
-okok- (que criatividade enorme Santiago mais básico impossível )digo para mim própria

Fui no carro do Santiago já que não tinha levado carro, bem e que conversa de chacha que ele tem, enfim Okay também sou um boucado exagerada vá, tenta pelo menos

Já estávamos na praia à muito tempo já tínhamos comido, foi uma grande seca digo vos já

Sinto ele a aproximar-se da minha cara com o intuito de me beijar
-Santiago desculpa mas é melhor não
-ah sim na boa
-bem acho que tá na hora de ir, amanhã há aulas-digo

Ele foi me por a casa e nem trocámos 1 palavra pelo caminho apenas um adeus quando o carro de encontrava na porta da minha casa

Entro em casa e atiro me para o sofá a pensar no que havia passado e no quão confusa estava acerca de tudo, especialmente por causa do menino João pedro Gonçalves Neves

Coloquei o meu pijama e liguei a tv para colocar gossip girl, o conforto que a minha casa trazia era surreal, era moderna um t2 com uma suite paga pelos meus pais todos os meses, como andava a estudar era dedicada e aluna das melhores notas eles diziam que era a minha recompensa, sempre quis seguir o rumo do direito e de lutar pela justiça, acho que especialmente por sempre querer proteger as pessoas, decidi isto desde os meus 10 anos de idade e a paixão intensificou-se sempre, porém ainda mais quando descobri que a minha tia, irmã do meu pai sofria de violência doméstica, o marido que sempre foi bastante agarrado ao álcool havia piorado, ficava bebado todos os dias, era muito agressivo quando bebia, arrastava-se pelo chão, fazia fitas e partia objetos uma vez até um móvel. Claro que a violência não começa pelo um estalo porque assim acho que todas as mulheres fugiam logo de seguida, mas sim pelo psicólogo, mexem com ele, e fazem chantagem a dizer que se vão embora, os gritos e as discussões começam, e cada vez sendo mais regulares. Os seus filhos meus primos assistiam imensas discussões onde o marido parecia ficar sem controle, ficava agressivo até com os próprios filhos. Mas ao meu primo mais velho que seu irmão parecia que havia criado um certo ódio, criticava-o por tudo, insultava-o sem ele fazer nada, batia-lhe por coisas mínimas, e a minha tia metia-se à frente por que se não ele acho que chegava a espancar o próprio filho, ele nunca foi um pai presente, ele não queria saber das filhas, não metia dinheiro em casa, era a minha tia que pagava as contas,metia comida no prato, comprava os materiais escolares, roupa, sapatos tudo, ele só usava o dinheiro no álcool e no tabaco os seus grandes vícios.
Até que certa altura dá a primeira estalada à sua mulher, mexia com o psicológico dela, ameaçava ir embora e nunca mais voltar, e a minha tia implorava sempre pra não ir embora.
E acabava sempre por ser mais uma estalada para cá outra para, ficava negra e dizia que havia batido no móvel um caso bastante sério
Claro que quando o meu pai e outro seu irmão descobriram, ficaram completamente passados, e que era melhor a minha tia se separar, claro que para ela não foi uma decisão fácil pois tinha dois filhos com esse homem.
Até que ao fim de uns meses tomou essa decisão, não foi nada fácil especialmente para o marido que era obcecado com ela, no que resultou em diversas idas para o tribunal
O filho mais velho tinha poder de escolha, escolheu não ver mais o pai e ficar com a mãe, já o mais novo ainda não tinha esse poder, mas o próprio testemunhou no tribunal já que assistiu o pai agredir a esposa
O tribunal decidiu e não concedeu a guarda ao pai nem a partilhada, o filho mais novo agora ia ficar sempre com a mãe
Claro que o processo demorou imensos meses, e não foi nada fácil psicologicamente
Senti me tão inútil por não poder ajudar na altura a minha tia pois nem na faculdade estava e adoro imenso ela é um grande pilar na minha vida ela era genuinamente doce e dava o mundo se pudesse aos filhos e aos sobrinhos éramos uma família muito unida, e que foi aí que decidi que queria lutar pela justiça.

Gosto de ti, mais do que devia-João Neves Onde histórias criam vida. Descubra agora